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Por Redação Glamour


A adolescente Ndeye Fatou Ndiaye, de 14 anos, foi vítima de racismo em troca de mensagens de alunos do Colégio Franco-Brasileiro, localizado em Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro. Em um grupo do WhatsApp de colegas de turma do 1º ano do Ensino Médio, a estudante, que é de família senegalesa, se tornou alvo de uma série de ofensas, xingamentos e humilhações chocantes.

Estudante é vítima de ataques racistas em escola particular do Rio de Janeiro (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour
Estudante é vítima de ataques racistas em escola particular do Rio de Janeiro (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour

"Para comprar um negro, só com outro negro mesmo", diz uma das mensagens. Seguida por outras igualmente criminosas:

"Quantos mais preto, mais preju";

"Um negro vale uma bala";

"Fede a chorume";

"Escravo não pode. Ela não é gente".

“O meu colégio é de excelência, um dos melhores do Rio de Janeiro. A gente vê que, mesmo pessoas que têm todos os acessos à educação e à informação continuam propagando coisas extremamente racistas. O racismo está em todos os lugares e a gente pode combater não só judicialmente, mas com conhecimento. Combater com educação” , disse a estudante em entrevista à TV Globo.

As investigações sobre o caso estão sendo conduzidas pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

Nota de repúdio (Foto: Reprodução Instagram) — Foto: Glamour
Nota de repúdio (Foto: Reprodução Instagram) — Foto: Glamour

A escola divulgou uma nota de repúdio em seu site e Instagram: "Tomamos ciência hoje de um fato ocorrido envolvendo alunos da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Franco-Brasileiro, em conversas de um grupo de WhatsApp formado pelos próprios alunos. Nessas conversas, foram constatadas atitudes extremamente racistas. Estamos profundamente indignados com o ocorrido e reiteramos que o Colégio Franco-Brasileiro repudia, de forma veemente, toda forma de racismo. O ato de discriminar agride os Direitos Humanos e o princípio da dignidade da pessoa humana. É nossa responsabilidade enfrentar o racismo nos diferentes espaços que ocupamos, incluindo os ambientes virtuais. Em nossa proposta pedagógica, destacamos que: 'educamos para a democracia e não para o autoritarismo, para a igualdade de gênero e não para o sexismo, para o pluralismo econômico e não para o dogmatismo, para a diversidade cultural e não para o etnocentrismo, para a igualdade racial e não para o racismo, para a liberdade religiosa e não para o fanatismo'. Estamos analisando todos os fatos para que as devidas providências sejam tomadas. Atenciosamente, Equipe Técnico-Pedagógica".

Em resposta à Glamour, a escola relatou que encaminharam o caso para o conselho tutelar para que o orgão apure e proceda conforme a lei determina.

O pai da jovem, Mamour Sop Ndiaye, afirmou: "Eu desconheço algum negro brasileiro que não tenha sofrido racismo. Tudo é questão racial. Porque a pessoa que atira o gatilho, que faz tudo isso, na realidade, faz isso por causa do sistema. O problema não é o CPF, mas o próprio sistema."

Pelas redes sociais, internautas cobraram a expulsão dos alunos e celebridades manifestaram sua indignação. "Como você é maravilhosa! Linda demais. Nunca deixe uma pessoa, por mais idiota e baixa que ela seja, diminuir a sua força e o seu brilho", escreveu Iza.

Comentário da cantora Iza para a estudante (Foto: Reprodução Instagram) — Foto: Glamour
Comentário da cantora Iza para a estudante (Foto: Reprodução Instagram) — Foto: Glamour



A estudante também agradeceu a mensagem deixada por Taís Araújo. "Não precisa agradecer. É meu trabalho enquanto mulher negra, mãe de uma menina negra e cidadã que trabalha para que o mundo seja bom para todos", respondeu a atriz.

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