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Por Flávia Bezerra


Sigam-me os bons (Foto: Ilustração Iago Francisco) — Foto: Glamour
Sigam-me os bons (Foto: Ilustração Iago Francisco) — Foto: Glamour

Sonha em ser dona e proprietária do seu negócio? Eis aqui as seis principais premissas, de acordo com Ana Fontes, presidente da Rede Mulher Empreendedora:

1. Motivação é o start
Na prática, isso significa entender o porquê do seu match com o empreendedorismo. Basta se perguntar: 1) Quero abrir uma empresa para sobreviver?; 2) Ganhar dinheiro rápido?; 3) Criar um negócio de alto impacto?; ou 4) Mudar a vida de alguém? Esse exercício de autoconhecimento ajuda a determinar sua estratégia. “Conheci uma mulher que abriu uma empresa de alimentação apenas por recomendação dos amigos, que diziam dar lucro, mas desistiu em seis meses porque odiava o setor”, conta Ana. “Outra investiu muita grana em embalagens personalizadas antes mesmo de vender os produtos. No fim, os clientes detestaram o pacote, pois não era funcional.” Ou seja, motivação errada, negócio errado.

2. Encontre um problema e resolva
Pode parecer maluquice, mas os melhores negócios surgem de grandes necessidades. “Tempos atrás, mães da escola das minhas filhas reclamaram da falta de tempo para preparar lanchinhos variados aos filhos. Ouvindo o desabafo, outra mãe identificou ali uma oportunidade de negócio e criou um serviço de lanches diversos e personalizados para cada criança, que é entregue direto na escola. Foi um sucesso.” Em português claro: normalmente, as pessoas abrem um negócio e, depois, buscam os clientes. O pulo do gato está justamente em fazer o contrário. Dica anotada?

3. Sonhe grande, comece pequeno
Empreender é trabalho de formiguinha e tem que ter resiliência. Isso porque a cada dez novos businesses, seis fecham antes dos cinco anos* – e a falta de grana é um dos principais motivos. O passo número 1, portanto, tem que ser modesto, gastando o mínimo possível e aproveitando os recursos que você já tem, como o home office. “Gosto da história da Fábrica de Bolos Vó Alzira, do Rio de Janeiro. Em 2008, dona Alzira fazia bolos em casa e vendia em bares e lanchonetes. O produto era tão bom que os pedidos aumentaram super! Em 2017, ela faturou R$ 150 milhões com 200 franquias”, conta Ana. Boa, vovó Alzira!

4. Tenha um mentor
Buscar um sócio? Pedir crédito ao banco? Contratar ou não um funcionário? São para momentos como esses (de pura tensão) que o mentor existe. Vale procurar alguém que tem ou já teve experiência no empreendedorismo.
E fazer parte de grupos é tão importante quanto ter um mentor, assim como trabalhar fora de casa vez ou outra, tipo em um café ou coworking. Além da Rede Mulher Empreendedora, existem mil eventos para desenvolver a rede de relacionamentos no Sebrae e em Associações Comerciais (leia mais sobre networking na pág. 56). “Empreender
é, também, inovar. Por isso, se você não trocar ideias e ter pensamentos novos, seu modelo de negócio vai empacar.” Abra sua mente! ;-)

5. Peça ajuda – e crédito!
Esse lance de ter que dar conta de tudo e ser multitarefa não é legal nem no empreendedorismo. Por isso, peça ajuda, conselhos (aos mentores, às redes) e crédito ao negócio – sem ter vergonha disso! No começo, os “investidores-anjo” do seu business podem ser parentes e amigos que acreditam em você e na sua empresa. Bancos públicos e privados também são alternativas, assim como as fintechs (startups de investimento). Para recorrer a eles, porém, é preciso amadurecimento do negócio – você terá que apresentar números de crescimento, motivos da expansão, nome dos clientes, etc. De todo modo, lembre-se: comece gastando o mínimo possível, essa é uma fase de tentativa e erro.

6. Aja como chefe
E desde o primeiro dia no Estar em casa requer disciplina para não misturar trabalho com tarefas do lar e, assim, ficar improdutiva. Então, estabeleça seu horário e nunca (nunca mesmo) use pijama para trabalhar. Ah, e reserve um valor de pró-labore [remuneração paga para o dono da empresa] para as suas contas pessoais. Isso vai evitar a confusão dos gastos pessoais com os profissionais – baita perigo!

Mãos à obra

O primeiro passo para formalizar o job é virando Microempreendedor Individual (MEI)**

O que é? Registro empresarial que regulariza o empreendedor com o governo.

Como fazer? Pelo site do Portal do Empreendedor. CNPJ, inscrição na Junta Comercial, INSS e Alvará de Funcionamento são obtidos imediatamente, em um documento único. Não precisa enviar nada pelos Correios, é tudo on-line.

Quanto custa? Taxa inicial de R$ 189 (referente à assessoria para abertura)
+ R$ 56 de imposto fixo pago ao governo todos os meses.

Vale a pena? Opa! Pagando a taxa mensal acima, você pode faturar até R$ 6.750 por mês (R$ 81 mil anuais). Sem falar nos direitos aos benefícios legais, como aposentadoria por idade e invalidez, auxílio-doença e salário-maternidade.

E tem contras? Sim. O MEI não permite que você tenha sócio ou outra empresa. Também só é possível contratar um único funcionário.

O futuro já começou

Não faz a blasé, hein? Você também quer saber o que vai bombar em 2019 no mundo dos negócios. Daniela Klaiman, especialista em tendências e criadora de startups, entrega a resposta

“Já vivemos a era da economia de confiança [também chamada de colaborativa e de compartilhamento], em que todo mundo pode ser produtor (de roupa, produtos de beleza, alimentos, bebidas, notícias) e a confiabilidade é maior na pessoa do que na marca. O futuro, então, tem a ver com empreender na área que você gosta (as pessoas estão, sim, buscando trabalhar naquilo que dá tesão), em casa (justamente porque o custo é baixo) e usar a tecnologia já existente na divulgação e na venda. Se você é cozinheira, por exemplo, pode produzir em casa e vender por meio de apps, como Apptite, Rappi e Glovo. Outdoors virtuais (tipo aqueles do salão de beleza, sabe?) também são ótimas opções para anunciar seu serviço ou produto. Sonha em virar influencer? Sim, você terá mercado em 2019, mas é preciso controlar a quantidade de seguidores. Isso mesmo: quando se cresce muito, deixa-se de ser pessoa física e vira marca – perdendo credibilidade e relevância neste novo mercado. Posicionamento e defesa de causas também são importantíssimos.”

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