As escritoras Erica Wagner e Jeanette Winterson, a atriz Keira Knightley discutem a obra de Virginia Woolf, com mediação de Charlotte Casiraghi (segunda a partir da esquerda)  (Foto: Divulgação Chanel)

As escritoras Erica Wagner e Jeanette Winterson, a atriz Keira Knightley discutem a obra de Virginia Woolf, com mediação de Charlotte Casiraghi (segunda a partir da esquerda) (Foto: Divulgação Chanel)

“Se você contar uma história da nossa literatura hoje, deverá encontrar o nome de uma nova autora clássica: Coco Chanel. Chanel não escreve com papel e tinta (exceto nas horas vagas), mas com tecidos, formas e cores; isso não nos impede de emprestar-lhe coletivamente a autoridade e a bravura de uma escritora do grande século, elegante como Racine, jansenista como Pascal (que ela cita), filosófica como La Rochefoucauld (que ela imita com suas máximas), sensível como Madame de Sévigné [...]". Quando o teórico literário e escritor francês Roland Barthes escreveu esta sentença em 1967 estava traduzindo à perfeição uma das primeiras paixões de Gabrielle "Coco" Chanel: a literatura.

Enviada pelo pai, Albert Chanel, para ser criada em um orfanato após a morte de sua mãe, Eugénie Jeanne Devolle Chanel, quando ela tinha apenas 11 anos, a pequena Gabrielle  encontrou nos livros a companhia para sua solidão, numa relação que extrapolou as páginas e se transformou também em amizades. É famosa, por exemplo, sua proximidade com o autor francês Paul Morand, que depois escreveria L'Allure de Chanel, livro de memórias da estilista. O vínculo de Chanel com a literatura era tão conhecido e intenso que inspirou uma exposição, The Woman Who Reads (a mulher que lê), que em 2016 viajou por diversos países apresentando a admiração da criadora por nomes como Pierre Reverdy, Max Jacob e Jean Cocteau por meio de fotos, arquivos, pinturas e desenhos, entre outros. 
 

Agora, essa ligação é revisitada em uma série de encontros idealizados por Virginie Viard, atual diretora criativa da grife francesa, e Charlotte Casiraghi, embaixadora e porta-voz da marca, na série Les Rendez-vous Littéraires rue Cambon. Sob a mediação de Charlotte, escritoras e famosas se reúnem na tradicional loja da rue Cambon, em Paris, onde Coco Chanel ocupava um apartamento cujas paredes eram cobertas de livros, para discutir a obra de autoras como a britânica Virginia Woolf ou a russa Lou Andreas-Salomé.

Na edição dedicada a Virginia Woolf, a atriz Keira Knightley e as escritoras Jeanette Winterson e Erica Wagner discutem a obra da britânica, lendo trechos de seus livros e revelando as dificuldades que ela teve de superar no início do século XX para se dedicar à escrita, questionando a sociedade patriarcal que condenava as meninas a uma educação caseira e ao papel de mãe e dona de casa, enquanto os irmãos de Virginia podiam frequentar a escola _naquela época proibida às mulheres. Ao mesmo tempo em que apresentam saborosos detalhes do percurso e trabalho da autora, as convidadas reveem suas próprias trajetórias, por meio de reflexões sobre o trabalho e a maternidade, entre outros temas. Tudo isso num clima cool, informal e descontraído, que inspira o desejo de criarmos nossos próprios encontros literários.

Os encontros Les Rendez-vous Littéraires rue Cambon estão registrados no canal de YouTube da Chanel

A atriz Keira Knightley durante o encontro para falar sobre a obra de Virgini Woolf (Foto: Divulgação/Chanel)

A atriz Keira Knightley durante o encontro para falar sobre a obra de Virgini Woolf (Foto: Divulgação/Chanel)