Com trajes de 'O Conto da Aia', parlamentares pedem arquivamento de projeto antiaborto por estupro em frente a sede do PL

A sede do PL foi escolhida por ser a legenda do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do projeto de lei. A referência foi escolhida devido ao teor do livro e do seriado. Em uma distopia teocrática, mulheres são obrigadas a ser estupradas mensalmente para dar filhos ao homem que a estuprou e sua família.

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O mandato coletivo da Alesp é integrado pelas codeputadas Paula Nunes, Carolina Iara, Sirlene Maciel, Mariana Souza e Simone Nascimento; enquanto o da Câmara é formado pelas covereadoras Silvia Ferraro, Dafne Sena e Natália Chaves. Além de palavras de ordem, as parlamentares reforçaram convocação para manifestações marcadas para este domingo (23) na Avenida Paulista, a partir das 15h.

Elas ergueram panos verdes grandes, que são símbolo da luta contra a criminalização do aborto, com os dizeres Criança Não é Mãe e Justiça Reprodutiva Salva Vidas, além de cartazes que pedem "Fora Lira" e "Arquiva Já". O presidente da Câmara, Arthur Lira, realizou votação simbólica em 23 segundos para aprovação do requerimento de urgência na última semana, por mais que tenha dito na última terça-feira (18) que vai pautar o PL apenas no segundo semestre e criar uma comissão de análise.

“Não basta adiar essa discussão. Queremos o arquivamento deste projeto obscurantista que condena meninas e mulheres vítimas do estupro. E é preciso apontar quem são os principais responsáveis por esse absurdo violento: a direita, representada pelo PL e pelo Arthur Lira", afirma Silvia Ferraro a Marie Claire.

Após conseguir colocar a tramitação do PL em pausa, manifestantes e parlamentares buscam o arquivamento do projeto. Ao equiparar aborto após a 22ª semana a homicídio simples, o projeto impacta a vida de meninas vítimas de violência sexual, que levam mais tempo a identificar que estão gestantes e, muitas vezes, são estupradas por pessoas da família ou do convívio pessoal. Além disso, o projeto tornaria a pena para quem aborta maior do que para condenados por estupro.

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