O único filme que Sandra Bullock diz que tem vergonha e se arrepende de ter feito

Entretanto, ela mesma dá nome e esclarece os motivos: 'Velocidade Máxima 2' é o nome dele. Você se lembra dessa sequência? Mais adiante na matéria, a própria Sandra explica exatamente seus motivos.

O primeiro 'Velocidade Máxima', clássico de 1994, trouxe Keanu Reeves e Sandra Bullock nos papéis de Jack, um agente de polícia, e Annie, uma motorista de ônibus (que nunca dirigiu um). No filme, acompanhamos Jack tentando salvar passageiros de um ônibus de um ataque terrorista tramado por um psicopata que colocou diversas bombas no veículo. Ao decorrer da intensa trama, Jack precisa evacuar o busão, mantê-lo a 80 km/h, sem parar, para evitar um superacidente. Um sucesso inegável, o longa rendeu milhões, além de aprovação da crítica especializada.

Com as ótimas reviews e o apelo do público, os estúdios viram a oportunidade de prolongar o tempo de sucesso da forma mais óbvia possível: fazer uma sequência. 'Velocidade Máxima 2' tenta continuar a história do primeiro filme, com outro ataque sendo a grande problemática, no entanto. Ao invés de acompanharmos um ônibus em alta velocidade, acompanhamos um barco, que foi sequestrado por um 'gênio da informática', interpretado por Willem Dafoe.

Essa 'aleatoriedade' lançada em 1997 não caiu nada bem no gosto do público. Não por acaso bombou (no pior sentido) nas bilheterias, rendendo 164 milhões de dólares, por um filme cujo orçamento era de 160 milhões no total. Prejuízo é pouco para resumir o desastre! Apesar das três estrelas de Roger Ebert (conhecido como o crítico mais popular do cinema) e da review que resumia o filme a um 'é tão ruim que é divertido', o público nunca lidou bem com o segundo capítulo da trama.

Sandra Bullock também não. Durante uma entrevista que promovia seu filme 'Cidade Perdida', com Daniel Radcliffe, o eterno Harry Potter, os astros foram questionados sobre um filme que se arrependiam de terem feito. Sandra foi rápida para responder, sem pestanejar: 'Velocidade Máxima 2'.

"Eu tenho um [arrependimento] que ninguém gostou e eu sinto vergonha de ter participado. Se chama 'Velocidade Máxima 2'. Eu sempre fui bem aberta sobre ele. Não faz sentido nenhum, um barco lento; indo em direção a uma ilha, lentamente", disse a atriz. No filme, Annie (Bullock) é a nova protagonista, ao lado de Alex Shaw, o agente da SWAT interpretado por Jason Patric ('Os Garotos Perdidos') e namorado da personagem de Bullock. O novo figurão aparece para substituir Jack Traven, o agente de Keanu Reeves.

Anos atrás o próprio 'John Wick' revelou que não quis participar da sequência, apesar de ter recebido a proposta do estúdio. "Eu amei trabalhar com Jan De Boant [diretor de 'Velocidade Máxima'] e Sandra, é claro. Eu fiquei numa situação em que eu peguei o roteiro, li e fiquei tipo: 'Eca!'", resumiu. "Era sobre um cruzeiro. Eu fiquei tipo: 'Primeiro um ônibus, depois um barco... Velocidade e ônibus... Agora, um barco é bem mais lento que um ônibus'. Daí falei: 'Eu amo vocês, mas eu não posso aceitar fazer isso'."

'Velocidade Máxima 2' tem atualmente no portal Rotten Tomatoes bizarros 4% de aprovação especializada, estampando um literal tomate podre em sua página no site que junta e balança reviews de especialistas e do público geral. No conhecidíssimo IMDB, 3,9 de 10 é a nota total do longa. No Metacritic, 24%.

Apesar de ser considerado como o 'guilty pleasure' de algumas pessoas, isto é, algo consideravelmente 'ruim', mas que é amado por poucos (em segredo), o filme que traz um barco sendo sequestrado por Willem Dafoe e salvo por dois astros dos anos 1990, afundou até demais, sendo um dos maiores desastres cinematográficos daquela década.

Não por acaso foi indicado a oito Framboesas de Ouro (o Oscar dos piores filmes do ano) e ganhou o prêmio de Pior Remake/Sequência daquele ano, além da framboesa para Pior Roteiro. Realmente, é melhor para Sandra (e para o público) que se lembrem apenas do filme original mesmo.

Relembre o trailer do infame 'Velocidade Máxima 2', com Sandra Bullock e vencedor do Framboesa de Ouro.

* com edição de Gabriel Tieppo