Quem disse

Cacau Protásio sempre foi muito amada pela família. Nascida e criada na Zona Norte do Rio, a atriz e comediante -- hoje com 48 anos -- cresceu brincando de pique-esconde e boneca e sonhando em ser bailarina ou bombeira. "Só que não tinha bailarina gorda, então eu não segui esse caminho", justifica a artista, em uma entrevista de coração aberto para Quem.

Antes de pensar em ser atriz, Cacau cursava pedagogia e, para ajudar a mãe, Nivalda, e a irmã, Ana Paula, com os gastos em casa, trabalhou na Caixa Econômica Federal, em loja de sapato e em uma delicatessen. Mas, graças à generosidade da irmã, trancou a faculdade e foi cursar teatro na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). "Ela parou a faculdade dela para que eu pudesse fazer o curso de teatro, ela me ajudou a pagar. Eu trabalhava, mas o dinheiro não dava para eu pagar tudo", recorda.

Depois de se formar, Cacau começou a fazer várias peças teatrais e participações em O Clone (2002), A Grande Família (2003), Os Aspones (2004), Páginas da Vida e Linha Direta (2006), A Diarista (2007) e Malhação (2009), até finalmente integrar a novela Ti Ti Ti (2010). Mas foi em 2012, em Avenida Brasil, novela de João Emanuel Carneiro, que a atriz atingiu grande popularidade como a empregada Zezé.

"Zezé me trouxe para o mundo artístico, me deu visibilidade, me abriu portas para outros trabalhos. Zezé foi um personagem que mudou minha vida", afirma.

Em 2013, Cacau entrou para o elenco da série humorística do Multishow, Vai Que Cola, no papel de Terezinha, sucesso de público até hoje. No mesmo ano ainda participou de Joia Rara e foi uma das participantes da Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão. Fez também parte do elenco das séries Trair e Coçar, É Só Começar, Xilindró, Mister Brau e Tô de Graça. Em março deste ano, estreou o filme Os Farofeiros 2, que levou quase dois milhões de pessoas ao cinema.

Este mês começou a rodar mais um filme: A Sogra Perfeita 2, em São Paulo, e fará mais 4 longas, além de voltar em cartaz com a peça 100% Cacau, que já rodou o país e teve mais de 5 milhões de pessoas aplaudindo.

Na entrevista abaixo, Cacau fala sobre a infância, a família, a vida pessoal, o casamento de 12 anos com o fotógrafo Janderson Pires, de 51 anos, responsável pelas fotos desta entrevista, a espera para ser mãe, racismo, gordofobia, TDAH (transtorno que ela descobriu recentemente), menopausa e a luta para se consolidar como atriz e para ser aceita no mercado publicitário, entre outras questões.

Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação
Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação

Como foi a sua infância e quais são suas memórias dessa época?
Minha infância foi muito legal, saudável, fui criada por pai e mãe dentro de um ambiente familiar de união, amor e respeito. Amava brincar na rua de pique-esconde, pique-bandeira, bonecas. Não vim de família rica, mas, dentro do possível, nunca faltou nada. Desde pequena aprendi a respeitar todo mundo, a tratar todos com educação, da mesma forma que gosto de ser tratada. Minha mãe sempre pontuou muito a questão da ética, da moral, dos valores para que eu vivesse de forma harmônica em sociedade.

Você foi criada dentro de uma família grande?
A minha família sempre foi muito grande. A por parte de pai é muito maior do que a por parte de mãe. Eu vivia indo para a casa da minha avó em Campos dos Goytacazes (RJ ), amava aquele lugar demais. Graças a Deus minha infância foi muito legal, tinha briga de pai e mãe, essas coisas que aconteciam, mas fora isso tive uma infância boa.

Você já tinha consciência de que queria ser atriz na época? Ou isso só chegou mais tarde?
Então... Eu não tinha consciência de que eu queria ser atriz, mas quando eu sentava, deitava para ver televisão, eu me via dentro da televisão. Eu queria ser bailarina quando eu era pequena. Só que não tinha bailarina gorda, então eu não segui esse caminho. Na verdade, eu tinha duas vontades: eu queria ser bailarina e bombeira. Mas na época também não tinha bombeira e aí eu também não fui para esse caminho.

Houve alguma rejeição/resistência na sua família quando você decidiu ser atriz?
Lá em casa sempre existiu uma preocupação muito grande com os estudos, com a formação acadêmica. A gente sempre entendeu que com universidade já seria difícil, sem seria quase impossível vencer na vida. Graças a Deus, quando eu quis ser atriz, eu tive os melhores apoios da minha mãe (Nivalda) e da minha irmã (Ana Paula). Elas super me apoiaram. Minha irmã foi gigante nesse processo, porque ela parou a faculdade dela para que eu pudesse fazer o curso de teatro, ela me ajudou a pagar. Eu trabalhava, mas o dinheiro não dava para pagar tudo. Sempre acho que o maior apoio deve vir da base familiar, e, graças a Deus, eu tive o apoio e o amor da minha mãe e da minha irmã, pessoas que estão do meu lado até hoje para tudo.

Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação
Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação

E como aconteceu de você virar atriz?
Eu sempre amei artes cênicas. Desde pequena gostava de ver filmes, novelas, ler revistas em quadrinhos. Quando me perguntam como aconteceu, eu falo: 'Não sei, só sei que aconteceu'. Eu sou uma mulher de muita fé, sou devota de Nosso Senhor Jesus Cristo e acredito fielmente que ele me encaminha. Antes de me formar em artes cênicas, eu fiz pedagogia, mas eu não me achei ali, não me sentia feliz, completa. Foi quando decidi trocar e entrei no curso de teatro, eu fiz CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), e, quando eu vi, as coisas já estavam acontecendo. Acho que minha turma era de 48 alunos, e no fim do curso só tinha 13 ou 18 pessoas. E acho que sou a única da minha turma, daquela época, que conseguiu seguir carreira e ganhar visibilidade. Então eu tenho certeza de que era para ser, Deus quis assim. E como aconteceu? Eu sempre falo que é Deus, muito trabalho, muita vontade e muito querer.

Você chegou a trabalhar com outras coisas antes de entrar para o mundo das artes?
Sim. Desde nova eu trabalhava para ajudar em casa e para conquistar as minhas coisas. Eu trabalhei na Caixa Econômica, numa loja que vendia produtos hospitalares, numa delicatessen, vendi também sapatos de dança de salão. Eu me virava nos 30 e amo tudo o que fiz. E sou grata a Deus por tudo isso, porque tudo isso me auxiliou a chegar até aqui. Gosto da ideia de viver experiências enriquecedoras que te auxiliam na construção do seu eu.

Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação
Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação

Qual foi a influência da sua família em relação à construção da sua autoimagem?
Aprendi em casa a lutar pelos meus objetivos sem precisar fazer mal a ninguém, aprendi que a minha felicidade não pode ser a infelicidade do outro e que se eu quisesse teria que correr atrás dos meus objetivos porque nada vem de mão beijada. Às vezes estou cansada, morta por dentro, destruída, mas não transpareço isso para ninguém, mesmo assim, estou na luta. Mas a minha família sempre foi a minha fortaleza.

Quando colocamos o seu nome no Google a primeira coisa que aparece é: 'quantos quilos perdeu Cacau Protásio?' Por que acha que seu corpo incomoda tanto e gera tanta curiosidade?
Meu corpo, minha cor são errados para uma boa parte da população. É como se eu não tivesse o direito de ser gorda, de ser preta. As pessoas se preocupam tanto com isso que já parei para me analisar, quis entender se eu tinha algo de anormal ao ponto de virar assunto. Eu não tenho uma explicação plausível para esse tipo de comportamento, mas digo que se a gente não estiver com o psicológico muito bom, a gente adoece com tantas críticas, julgamentos, preconceitos, achismos. Eu trato todas essas questões na terapia.

Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação
Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação

A Zezé, de Avenida Brasil, catapultou você para a fama. O que essa personagem representa para você?
Eu brinco dizendo que sou devota de Nossa Senhora da Zezé, porque Zezé me trouxe para o mundo artístico, me deu visibilidade, me abriu portas para outros trabalhos. Zezé foi um personagem que mudou minha vida. Eu sempre agradeço a Deus por tudo, mas, além do todo poderoso, eu agradeço também à grande atriz Adriana Esteves, que é uma mulher extremamente generosa. O elenco inteiro foi incrível comigo, mas era com ela que eu mais gravava. O clima era de muita alegria, harmonia, união, descontração, era um ajudando o outro o tempo todo. Não tinha competições, briga de egos, estávamos todos ali com um único propósito: fazer uma grande novela. E eu acho que o resultado foi fabuloso para todos os envolvidos.

Quando começou na vida artística, sentia falta de ter corpos como o seu representado em outras atrizes?
No início da minha carreira nós tínhamos um número bem menor do que hoje de atores e atrizes negros na TV. Eu não me sentia tão representada, apesar de amar e me inspirar nos grandes atores pretos que atuavam na época. Até hoje é um pouco assim, né? A gente tem várias atrizes mulheres negras maravilhosas. Graças a Deus eu não posso reclamar nesse momento, mas escolhem só duas ou três. Eu acho que às vezes pensam: 'não vou botar, não. Acho que é muito preto na televisão, é muito preto no jornal, é muito preto na mídia'. Eles escolhem algumas para representar a nossa classe. Mas a maioria sempre com padrão de beleza estipulado pelo mercado publicitário: magra! Eu confesso que sinto muita falta de oportunidade para fazer outras coisas, em outros segmentos. Porque posso e sei fazer outras coisas.

Com quais dificuldades você lida em seu dia a dia em uma sociedade que não está preparada para receber o seu corpo?
O meu corpo, o corpo gordo incomoda tanto... Só quem está acima do peso pode me entender. A gente tem a bíblia sagrada e agora também foi criada a bíblia do homem e essa bíblia aí falou que meu corpo está errado, que meu corpo não é padrão, que eu sou feia. É o que eles falam, o que eles acham. E temos que viver provando que somos felizes, que podemos amar e ser amados, que não somos preguiçosos, incapazes. Vale ressaltar que não estou aqui, em hipótese nenhuma, fazendo apologia à gordura, mas enquanto você tem saúde está tudo certo, enquanto você é feliz está tudo certo. Eu agora quero emagrecer. Eu quero ter uma vida saudável, quero poder cruzar as pernas, quero poder encontrar roupas lindas, quero ter mais saúde, mais qualidade de vida, quero poder andar sem ficar cansada, sem ter falta de ar, sem inchaço, entende? É isso, mas enquanto houver esse juiz... Eu não sei quem foi essa pessoa que falou: 'está errado'. O meu corpo, o meu tamanho vão incomodar muito.

Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação
Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação

Quando você recebe algum comentário de haters, como reage: responde, ignora?
É sempre muito triste receber ofensas. Eu já chorei muito em casa por ler comentários gordofóbicos, racistas, ler mentiras que não correspondem à realidade. Às vezes eu respondo, às vezes eu ignoro, tudo depende do que é escrito.

Você sente as coisas mudando no mundo?
Eu vejo que, mesmo a gente tendo enfrentado uma pandemia e uma série de problemas climáticos e guerras pelo mundo, alguns seres humanos não aprenderam nada, não evoluíram nada, é triste! É horrível perceber como as pessoas são egoístas, individualistas, interesseiras… Mas apesar de tudo isso ainda existem boas pessoas e a vida é maravilhosa.

Desde que estreou na TV e se tornou conhecida do grande público, você enfrentou o racismo algumas vezes: na teledramaturgia, nas revistas femininas, na publicidade. Como lida com isso?
O racismo está em toda parte, às vezes de forma mais escancarada, às vezes nas entrelinhas. Eu acho que para os negros tudo é mais difícil, as pessoas não acreditam, subjugam, querem sempre nos diminuir, pagar menos, usar e jogar fora. O que me mantém aqui é a certeza de saber o meu real valor, é o amor que tenho pela arte, é a fé que tenho em Jesus Cristo, pois sei que o mal não perdura! Eu não permito que racista nenhum me impeça de chegar onde eu sei que posso estar por méritos meus. Muitas vezes eu entro na briga para me defender, defender meus irmãos de cor, reivindicar respeito. Mas é triste, em pleno 2024, a gente ainda precisar dizer que somos todos iguais.

Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação
Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação

Em 2019, durante a produção do filme 'Juntos e Enrolados', você foi vítima de ataques racistas, homofóbicos e gordofóbicos por parte dos bombeiros. Como esse episódio marcou sua vida e quanto afetou o seu emocional?
Eu falo que não foram os bombeiros, foi uma pessoa que, infelizmente, usa essa farda maravilhosa, que tem a missão tão nobre de salvar vidas, que me atacou. Essa pessoa que não é feliz com ela própria. Eu já descobri quem é, eu sei quem é essa pessoa, as próprias pessoas que trabalham lá me mandaram a foto dessa pessoa e prefiro orar por ela, sabe? Porque acredito muito que uma pessoa que destila ódio gratuitamente não é uma pessoa feliz. Realmente, me afetou muito, eu hoje tenho síndrome do pânico, tenho ansiedade e faço tratamento para levar a minha vida. E, graças a Deus, a fé é uma coisa que me ajuda muito. E hoje sei que esse problema não é meu, é dele que não é feliz, é dele que não realizou os desejos da vida dele, é dele que, infelizmente, não encontrou a felicidade, isso faz com que ele agrida as outras pessoas, não só a mim, mas pessoas da família dele, na casa dele, mas eu oro para que ele seja uma pessoa melhor.

Falando em emocional, como você lida com sua saúde mental, seu psicológico?
Eu faço terapia, eu acho que é fundamental para eu me conhecer melhor, para eu melhorar como ser humano e para melhorar a convivência em sociedade. Acho que a fé também me ajuda muito a não absorver, a não consumir as maldades do mundo. Fico triste? Claro! Mas trabalho a minha mente, meu espírito para que aquilo não vire mágoa, rancor, ódio. Tento não permitir que essas coisas me adoeçam e façam de mim uma mulher amarga. Mas não é fácil, sou um ser humano.

Já teve algum transtorno mental?
Quando eu era criança, era hiperativa, já tinha características de uma criança com TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Só que não era um assunto muito falado na época, minha mãe não tinha dinheiro e nem conhecimento profundo sobre o tema, logo esse transtorno ficou ali, desconhecido. Então, passamos a vida toda achando que eu era uma menina extremamente levada, eu não era malcriada, mas era levada demais. E agora, já adulta, fui ler sobre o que se tratava e vi que eu tinha características dessa patologia. Logo, fui procurar médicos, psicólogos, psiquiatras. Eu falei: 'eu preciso fazer um teste, me entender, me conhecer melhor'. Quando veio o diagnóstico positivo, recebi superbem, para mim foi um alívio, pois pude entender melhor porque eu encarava determinadas situações de um jeito e outras de outras maneiras. Fui diagnosticada com TDAH e agora me cuido, e, graças a Deus, hoje tenho recursos para me ajudar. Quero sempre ser uma pessoa boa para mim e para todos que me cercam. E quero falar muito sobre isso para que outras pessoas tenham chance de conhecer e entender melhor sobre esse transtorno.

Diante desse cenário, qual foi sua maior dificuldade para se consolidar como atriz?
No âmbito pessoal, o TDAH mexia na minha autoestima, eu tinha dificuldade em organizar e planejar atividades do dia a dia que não fossem relacionadas ao trabalho, perdia objetos. Então, acho que o TDAH ainda não afetou e não afeta minha vida profissional. Sempre consegui entregar tudo que me pediram. Óbvio que, hoje, sabendo das minhas dificuldades, me policio, me vigio, me cobro mais e, se for o caso, até peço ajuda. Mas, quando o assunto é trabalho, sempre fui altamente exigente comigo mesma. Não gosto de errar, não gosto de decepcionar as pessoas que acreditaram no meu potencial.

Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação
Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação

Em vários momentos você fala sobre Deus e Jesus. Qual é sua relação com a religiosidade e a fé?
Eu sou católica, frequento a igreja, sou amiga de vários padres. Posso te garantir que a fé é o que me move e me mantém de pé. Amo orar, amo conversar com Deus, com Jesus. Eu acho que tem horas que eles não me aguentam mais de tanto que falo, peço, agradeço, louvo.

Você não tem filhos, mas já expressou o desejo de ser mãe. Pretende vivenciar a maternidade ainda?
Estou há doze anos casada, não tive porque não pude ter, mas era um sonho. Tentei fazer duas inseminações, mas não deram certo. Meu corpo não recebeu o bebê, inclusive perdi um filho de um relacionamento anterior a esse. Ou seja, infelizmente não acontece. Agora entrei na fila de adoção e estou esperando ansiosamente por esse momento. Meu coração está cheio de amor para dar para essa criança. Não existem mágoas e nem tristezas por não ter realizado esse sonho, eu apenas aceito a decisão de Deus. Seja feita a vontade do Pai, estou aqui pronta para ser mãe.

Como você definiria sua relação com o Janderson [Pires, marido de Cacau]?
Estou casada vai fazer 12 anos e com 3 meses de relacionamento a gente foi morar junto. Loucura, né? Quem me empurrou, quem me ajudou, quem me incentivou foi Fiorella Mattheis. Apesar de as pessoas não acreditarem, eu sou extremamente tímida, tímida demais, demais, demais. Eu lembro que fui fazer a primeira leitura do Vai Que Cola e, na volta, peguei uma carona com Fiorella, e mesmo sem ter muita intimidade com ela, eu me abri e falei: 'Ai, conheci um cara que é muito legal que falou para morarmos juntos'. E ela: 'Cacau, quantos anos você tem? Você trabalha, vai! Se não der certo você vai viver a sua vida, mas vai viver esse amor'. E eu segui os conselhos dela e me joguei.

O que você considera um fator determinante para o sucesso do relacionamento?
Eu estou com ele há 12 anos e nossa relação é muito boa. A gente tem altos e baixos, a gente briga como qualquer outro casal, ele me irrita, como eu o irrito também, mas a gente escolheu estar junto, a gente tem amor, cumplicidade, somos muitos parceiros. A gente passa por várias fases no nosso casamento, mas, no final, tudo dá certo. E a gente tem uma família que nos apoia muito. Mas o mais importante que a gente tem na nossa relação é Deus e o diálogo.

Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação
Cacau Protásio — Foto: Janderson Pires/ Palmer Assessoria de Comunicação

Você está prestes a completar 49 anos. O que mudou na Cacau nos últimos anos?
Muita coisa mudou, acho que com o passar dos anos adquiri maturidade para lidar com as mais loucas situações. E isso é maravilhoso porque você começa a enxergar que ficar em silêncio é bom, não comprar determinadas brigas é muito saudável, e sabe onde ir e a hora de se retirar... Você consegue colocar cada pessoa em seu devido lugar de merecimento, sabe? A gente já não perde tempo com banalidades. Só se vive uma vez e entendi que a gente precisa fazer isso da melhor forma possível, aproveitando cada dia, cada momento com pessoas que são especiais para nós.

Já experimenta o climatério ou está longe disso?
Gente, é surreal. Não desejo para mulher nenhuma. Eu sei que não são todas que passam. Perereca seca, um calor... Nesse momento estou gravando A Sogra Perfeita 2 e já avisei no set inteiro: 'Gente, estou na menopausa, se eu oscilar de humor, é a menopausa!'. Mas, graças a Deus, eu chego sempre bem-humorada. Vocês podem perguntar para qualquer pessoa da equipe que trabalha comigo. Mas o calor... Tem vezes que eu falo: 'Pelo amor de Deus, liga o ventilador'. No set tem vários ventiladores. Eu ganhei um ventiladorzinho portátil da minha diretora, Cris D'Amato, que amo demais, para eu andar com ele.

E fora o ventilador no set, como dribla as ondas de calor?
Igual a ontem que eu estava fazendo uma cena que veio aquele fogacho, que vem aquele calor que eu não sei explicar de onde vem, que vem de dentro para fora, de fora para dentro, de onde eu não sei, só sei que ele vem (risos). Aí o ventilador precisa ser ligado, eu começo a transpirar, meu rosto muda, eu falo: 'Gente, ela está vindo, ela está vindo'. Só que eu estou levando dentro do bom humor, eu estou recebendo a menopausa no bom humor porque ela faz parte da minha vida. Igual quando eu fiquei menstruada pela primeira vez. Um dia uma pessoa falou: 'Recebe ela, faz parte do seu corpo, é a limpeza do seu corpo, é a limpeza do seu útero para você poder ser mãe'.

Quando pensa na sua finitude, o que se passa na sua cabeça?
Depois dos meus 40 anos, penso em viver um dia de cada vez. Então, não penso no amanhã, vivo um dia de cada vez. Vivo o hoje. Hoje acordei, estou com saúde, estou falando, respirando, já falei com o meu marido, já falei com a minha mãe, já falei com a minha irmã, já falei com meus afilhados, com meus primos, com meus sobrinhos, já me sinto abençoada por isso. Eu penso no hoje, não penso mais no amanhã, porque quando a gente pensa muito é desesperador, porque a gente, realmente, não sabe o que vai acontecer. O controle da nossa vida no mundo não está nas nossas mãos, então vivo o hoje.

Que legado quer deixar para seus amigos, para sua família e para as gerações futuras?
Eu acho que quero deixar um legado de amor, compaixão, de alegria, de união, de respeito, que as pessoas possam se amar mais, se respeitar mais, se unir mais e viver a vida de forma mais leve e recíproca, com relações mais reais e sólidas. Eu sempre acreditei que se a gente tiver saúde, amor e respeito, a gente tem tudo na vida.

Fotos: Janderson Pires (@jandersonpires)
Filmmaker: Igor Wally (@igor.wally)
Make: Ewerton Pacheco (@ewertonpacheco)
Cabelo: Lucilla Horta (@lucillahorta)
Styling: Rogério Santinni (@institutorogeriosantinni)
Assistente de figurino: Cris dos Anjos (@cris2anjos)
Assessoria de imprensa: Juliana Palmer@(palmerassessoria9)

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