Carreira no Divã
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"Estou há dois anos trabalhando em uma empresa e, recentemente, mudei de área. Percebi que meu novo líder, apesar de muito competente, é uma pessoa mais fria e distante. Apesar disso, reparei que ele tem um pouco mais de proximidade com algumas pessoas do time - inclusive, com colegas que entraram na equipe depois de mim. Talvez seja uma questão de afinidade, ou de ter pessoas 'preferidas', não sei. Ele nunca me tratou mal, mas sinto que não tem tanta troca comigo. Gostaria de receber mais feedbacks dele e uma relação um pouco mais próxima. O que fazer para ter essa atenção?" Especialista em marketing digital, 34 anos

Oi, pessoas queridas! Espero que estejam bem.

Quando queremos algo precisamos dizer! Por vezes, imaginamos que nossos gestores têm a obrigação de saber o que esperamos deles, mais ou menos como acontece na relação entre pais e filhos. E, sim, transferimos o papel de pai e mãe para nossas lideranças imediatas.

Essa expectativa de sermos atendidos em todas as nossas necessidades faz eco com uma fase muito primária da nossa vida: a infância. É lá que nossos pais estão inclinados - ou deveriam estar - para nos suprir das necessidades básicas como nutrição e cuidado - elementos importantíssimos para a construção da nossa autoestima.

Colunista sugere que leitor diga para seu líder que quer ter mais conversas sobre seus desafios, entregas e que gostaria de construir uma relação mais próxima — Foto: Unsplash
Colunista sugere que leitor diga para seu líder que quer ter mais conversas sobre seus desafios, entregas e que gostaria de construir uma relação mais próxima — Foto: Unsplash

Quando, por algum motivo, há uma falha nesse suprimento, ficamos na falta e inconscientemente passamos a buscar esse abastecimento em figuras de autoridade. A busca por atenção passa a ser a prioridade nas relações estabelecidas e consequentemente experimentamos mais vezes frustrações. Porque as pessoas - tirando nossos pais na nossa infância - não estão neste mundo para atender às nossas expectativas.

Essa busca por atenção nos coloca em estado de comparação com outras pessoas em tempo integral, o que drena nossa energia e nos impede de melhorarmos para superarmos a nós mesmos. Afinal, o algoz não mora fora!

Na minha percepção, o primeiro passo para sair de um círculo vicioso é dizer com honestidade o que espera das pessoas. Dê oportunidade para o outro saber o que você deseja e deixe-o te dizer se ele é capaz de te dar o que você quer.

Prepare-se para escutar o que o outro consegue te oferecer e avalie se tudo bem receber o que a pessoa tem para dar. Se tiver tudo bem, excelente! Se não tiver, escolha não estar mais nessa relação e busque outra que seja mais compatível, recíproca, equilibrada. E , vá viver! Alinhamento mitiga frustrações!

No caso do seu gestor, diga para ele que quer ter mais conversas sobre seus desafios, suas entregas e que gostaria de construir uma relação mais próxima. Seja transparente nas suas intenções.

Não compare a relação que ele tem com outras pessoas à relação de vocês. Sabemos que todos nós nos aproximamos por afinidades. Então, procure trocar mais ideias com ele para descobrir quais afinidades vocês têm e, a partir daí, aproxima-se. Dê o primeiro passo!

Empreenda seu amadurecimento pessoal e busque se conhecer profundamente para entender quais necessidades têm direcionado sua vida. Se é a busca por atenção, vá entender o que te faltou na primeira infância e coloque sua pessoa adulta na cabine de comando da sua vida.

As relações estabelecidas no meio profissional nos dão pistas do que precisamos trabalhar na nossa psiquê. Ok! Todas as relações nos trazem essas pistas, mas como o trabalho ocupa grande parte do tempo, há hierarquia e uma dinâmica relacional intensa mais evidente, ele nos afeta com mais ênfase.

Minha mãe tem uma frase que carrego comigo sempre: “use tudo o que está contra a seu favor”. Essa situação específica é muito comum e ela faz com que muitas pessoas decidam mudar de trabalho antes mesmo de ter uma conversa sobre o que as incomodavam. Ou seja, todo mundo perde.

O incômodo deve ser o primeiro passo para mudança. Falar para quem te incomoda sobre o incômodo faz com que todos cresçam! E empresas precisam de pessoas crescidas.

Empreenda seu crescimento! Porque essa é a parte que ninguém pode fazer por você justamente porque ela é sua. A única fase que alguém faria por você está lá atrás e não tem como voltar mais. E isso é ótimo! Porque junto com a fase adulta vem a autonomia.

Com amorosidade,

Dani Jesus é psicóloga, ativista, criadora do Currículo Oculto e apaixonada por cultura, gestão de pessoas, diversidade, equidade e inclusão.

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Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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