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O termo “líder coach” já vem sendo utilizado há algum tempo no universo da gestão empresarial e dos recursos humanos. Ele se refere a um perfil de liderança que representa uma figura de suporte, orientação e desenvolvimento - o oposto do perfil autoritário e rígido. Um gestor capaz de inspirar e engajar os colaboradores com sua ética, iniciativa e criatividade, e que substitui o comando e controle pela escuta, pela troca e pelo desenvolvimento das equipes.

Assim como nas escolas o diálogo substituiu a hierarquia do conhecimento e encurtou a distância entre professores e alunos, está claro hoje que, no mundo empresarial, a capacidade de inovação e solução de problemas se dá partir de soluções conjuntas e diálogo aberto. Em tempos de mudanças rápidas e disrupção constante, a gestão colaborativa e inclusiva se tornou essencial.

Mas noto que esse novo paradigma de liderança ainda causa desconforto em muitos profissionais formados em modelos tradicionais baseados na hierarquia e controle. Fazer perguntas sobre o que pode ser feito e pedir a opinião de seus subordinados, para muitos, é uma afronta à sua autoridade.

Em 2019, a revista “Harvard Business Review” publicou um longo artigo a respeito do tema, e destacou que o coaching pode ser difícil até mesmo para os gestores mais competentes e bem-intencionados.

Nesse contexto, o desafio é: como ser um líder coach sem perder o respeito da equipe? Uma das respostas consiste no desenvolvimento de duas habilidades fundamentais: 1) a escuta ativa, sobre a qual já falei aqui nesta coluna diversas vezes; e 2) a capacidade de fazer as perguntas certas para estimular e provocar o melhor das equipes. E é este segundo ponto que eu gostaria de abordar.

Tão importante quanto saber fazer essas perguntas abertas, é ter a capacidade de absorver as respostas e ouvir sem julgamentos, diz colunista — Foto: Pexels
Tão importante quanto saber fazer essas perguntas abertas, é ter a capacidade de absorver as respostas e ouvir sem julgamentos, diz colunista — Foto: Pexels

É comprovado que perguntas abertas e não direcionadoras, quando se quer provocar o pensamento criativo, são mais eficientes. E existem técnicas para isso. De modo geral, elas começam com “como”, “por que” e “o que”, requerem explicação e não possuem respostas definidas ou predeterminadas, como um simples “sim” ou “não”. A frase icônica “fale mais sobre essa ideia” abre espaço para um novo mundo, aquele que inclui a opinião do outro.

“Na sua opinião, como poderíamos melhorar as vendas desse produto?”, “o que você acha que podemos fazer para melhorar o resultado?” ou “o que você faria se tivesse carta branca para resolver a questão?” são exemplos de como abrir o debate sem dar direcionamentos específicos.

Ao contrário do que se imagina, os subordinados tendem a se sentir encorajados e empoderados quando sentem que sua opinião importa. Mas é claro que tão importante quanto saber fazer essas perguntas abertas, é ter a capacidade de absorver as respostas e ouvir sem julgamentos. De nada adianta perguntar se você não considerar as opiniões diferentes das suas.

Quando pensamos em situações colegiadas, frequentes neste mundo moderno, também é importante checar se compreendemos o que ouvimos. Resumir o seu entendimento e questionar “foi isso que você quis dizer?” ajuda a provocar ainda mais a composição de pensamentos. E, a partir daí, a decisão por consenso e o engajamento são consequências.

Líderes que acreditam nessa troca e a praticam têm se provado geradores de melhores resultados e, mais do que isso, formadores de equipes mais produtivas, engajadas, inovadoras e satisfeitas. Muitas vezes as melhores soluções não virão de cima, e isso é muito bom.

Vicky Bloch é fundadora da Vicky Bloch Associados, professora do IBGC, da FIA e membro de conselhos de administração e consultivos

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