Perfis supostamente atrelados ao Jogo do Tigrinho, como é conhecido o cassino online Fortune Tiger, têm seguido em massa os usuários do Instagram, o que os levou a bloquear a palavra tigre em suas contas. Por conta disso, a empresa Tigre resolveu pedir socorro e criou uma campanha pedindo aos usuários para não silenciar a marca.
A ideia surgiu depois que a empresa notou que pessoas começaram a orientar os usuários a restringir a palavra no feed da rede social. Um dos vídeos, recebido pela equipe que gerencia a comunicação da marca, ensinava o passo a passo de como “boicotar o nome do game nas redes sociais”, segundo Alexandre Pagano, diretor-executivo da Energy BBDO, agência responsável pela campanha. Foi aí que a empresa resolveu se antecipar à crise.
Um dos vídeos, publicado por uma usuária do Instagram e com mais de 200 mil visualizações, ensina a inserir palavras ocultas para as pessoas que vão interagir com a sua conta no Instagram. De acordo com a rede social, essa ferramenta se destina a comentários e solicitações de contato com palavras indesejadas, como é o caso do jogo.
Nas redes, os usuários também se referem ao Jogo do Tigrinho como “o tigre” ou “tigre”, o que poderia afetar o alcance da comunicação da marca nas plataformas sociais. A marca não revelou a métrica ao Valor por ser uma informação confidencial.
“Sentimos que tínhamos que fazer algo. A Tigre percebeu que precisava agir para proteger seus clientes. Têm muitos profissionais que acompanham a marca para se manterem atualizados. Diminuir o alcance das redes sociais da marca vai além de um impacto na empresa. Impacta também a capacitação e conhecimento do mercado todo”, explicou Pagano.
Pagano explica que a Meta, dona do Instagram, não detalhou à Tigre como tem agido em situações como essa. Segundo ele, como a ocultação de palavras é algo muito novo, a Energy BBDO e a Tigre entenderam que, mais do que saber quanto impacto isso causaria, era preciso agir rápido.
A campanha, em formato de vídeo, não utiliza em nenhum momento o nome da marca, mas o rugido do animal que dá nome à empresa — e também ao jogo.
“Estamos nos antecipando a um problema. A gente estava monitorando as nossas entregas de mídia, temos uma questão de rede social que é bem relevante e estratégica para a gente porque fazemos muita divulgação”, diz a gerente global de marketing da Tigre, Carla Gonçalves.
Ao Valor, a Meta informou que serviços de engajamento falso, que aumentam artificialmente a popularidade de uma conta por meio da compra e venda de curtidas, comentários e seguidores violam os Termos de Uso da plataforma.
Além disso, a empresa enfatizou que, ao detectar esse tipo de comportamento nas contas, pode suspender ou remover os perfis para combater esses tipos de abuso na plataforma. (Colaborou Larissa Maia, de São Paulo)