O BTG Pactual anunciou a compra do banco M.Y. Safra Bank, nos Estados Unidos, por um valor não revelado. O banco americano tem patrimônio líquido de US$ 46,2 milhões e a transação visa complementar a oferta de produtos, reforçando especialmente a área de wealth management.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, disse em nota que a aquisição é mais um passo na expansão da oferta de produtos e serviços aos clientes latino-americanos. “Estamos ampliando nossas operações nos EUA para cada vez mais oferecer produtos customizados e atendimento personalizado aos nossos clientes.”
Kathleen Romagnano, presidente e CEO do M.Y. Safra Bank, afirmou que o acordo possibilitará a oferta de uma gama de serviços mais ampla. “Compartilhamos um compromisso com a excelência, inovação e personalização dos serviços”, ressaltou.
O M. Y. Safra foi criado por Jacob M. Safra e o nome é uma homenagem ao pai, Moise Yacoub Safra. Este último era filho de Jacob Eliahou Safra, que também estabeleceu outro banco nos EUA, o Republic National Bank, décadas atrás. O M.Y. Safra Bank não tem tem nenhuma relação com o Grupo J. Safra, no Brasil e no exterior.
O M. Y. Safra é um “federal savings bank”, podendo atuar em todo o território americano, embora só tenha uma agência, em Nova York. Atende pessoa física, empresas e private banking, além de oferecer empréstimos nos mercados imobiliários comercial e residencial. Os clientes incluem alta renda, escritórios familiares e empresas.
No fim de março, o M.Y. Safra tinha uma carteira de empréstimos de US$ 275 milhões e US$ 404 milhões em ativos totais.
O BTG tem R$ 756 bilhões em ativos sob gestão na sua área de “wealth management” e não detalha quanto disso está no exterior, mas fontes da indústria dizem que é algo perto de US$ 20 bilhões. O banco tem investido na internacionalização da área, tanto nos EUA quanto na Europa. Em março do ano passado, anunciou a aquisição do FIS Privatbank, banco privado sediado em Luxemburgo, por 21,3 milhões.
![Roberto Sallouti, presidente do BTG Pactual — Foto: Carol Carquejeiro/Valor.](https://s2-valor.glbimg.com/gf0m22nJPb8eLeK1nkUvDBPutf4=/0x0:3840x2560/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2023/m/9/LpveXfTiOTzgqa8SFlBA/250822-20btg-20017.jpg)
Nos EUA, o BTG já tem desde 2009 uma corretora, com sede em Nova York e filial em Miami, com o conglomerado contando com quase 250 pessoas no país. Com o novo banco, poderá captar depósitos e realizar empréstimos, que é a perna que faltava para atender os clientes de wealth. Outros bancos brasileiros já seguiram esse caminho, como o Bradesco, que comprou o BAC Florida em 2019 por cerca de US$ 500 milhões.
O foco do BTG é atender clientes latino-americanos nos EUA e, em menor escala, ser um especialista em América Latina para empresas americanas e europeias. Para isso, tem aumentado a equipe comercial e tirado executivos da concorrência. Nos últimos anos os investidores brasileiros — a começar pelo private — têm ampliando a diversificação para moedas fortes.