Finanças
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE
Por e — De Brasília


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua inclinado a nomear o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para a presidência do órgão no lugar de Roberto Campos Neto, e a tendência é que faça o anúncio em agosto. Mesmo assim, auxiliares do presidente com gabinete no Palácio do Planalto e interlocutores do empresariado tentam persuadir Lula a escolher um nome de fora dos quadros da instituição.

O mandato de Campos Neto na condução da política monetária termina somente em dezembro, mas auxiliares de Lula e outros aliados têm defendido que a nomeação do sucessor seja antecipada para agosto para viabilizar uma transição suave no órgão, e, ao mesmo tempo, reduzir os poderes do titular do cargo.

Diretamente ligado a Lula, Galípolo, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, ainda é considerado o preferido para a função. Mas alguns auxiliares do petista têm argumentado que um nome de fora da instituição faria um contraponto ainda maior à administração de Campos Neto, pelo distanciamento da atual gestão, e teria uma boa receptividade do mercado.

Nesse contexto, um dos nomes cotados é o do ex-diretor do Credit Suisse e fundador da QMS Capital Marcelo Kayath. Um dos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o “Conselhão” do governo Lula, Kayath também é um premiado violonista e tem boa interlocução com a área econômica. Chegou a ser convidado para uma diretoria do BC durante o atual mandato do presidente Lula, mas recusou. Procurado, não retornou até o fechamento desta edição.

Alheio aos quadros do BC, Candido Bracher, ex-CEO do Itaú, também vem sendo citado para a direção do órgão. Na campanha de 2022, Bracher foi um dos primeiros nomes ligados ao mercado financeiro a declarar apoio a Lula. Apesar disso, uma fonte pondera que seu nome pode sofrer resistências dentro do PT. Bracher não quis comentar o assunto.

Também vem sendo lembrado para a função o ex-diretor do BC Luiz Awazu Pereira, que atuou até o ano passado no Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). Ele tampouco comentou.

O favoritismo de Galípolo também decorre de sua proximidade do presidente. Ex-presidente do Banco Fator, ele ganhou a confiança de Lula, como conselheiro, já na campanha presidencial. Ele entrou nos holofotes ao acompanhar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em um evento com economistas durante a disputa. Uma de suas credenciais junto ao presidente é a relação com Luiz Gonzaga Belluzzo, de quem foi sócio e aluno. Até hoje, Belluzzo é um dos economistas mais ouvidos por Lula.

Galípolo, que foi secretário-executivo da Fazenda, ainda é considerado o preferido para função

Por isso, num cenário em que Lula elegeu o presidente do Banco Central como adversário, e deseja substitui-lo por um quadro de sua confiança, que esteja ao alcance de um telefonema, o favoritismo de Galípolo ressoa inafastável. Procurado, o diretor do BC não respondeu.

Após um breve período de aproximação, em que Campos Neto foi levado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao Palácio do Planalto para uma reunião com Lula em setembro e depois compareceu à confraternização de fim de ano oferecida pelo presidente no Palácio da Alvorada, a autoridade monetária transformou-se em um dos principais alvos do chefe do Executivo nos últimos meses, em meio à interrupção do processo de redução dos juros.

No mês passado, Campos Neto foi homenageado em um jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em que seu nome passou a circular como futuro ministro de Fazenda, em uma eventual vitória da oposição em 2026. Foi o mote para Lula desferir um dos mais duros ataques ao presidente do BC, em entrevista à rádio CBN em 18 de junho.

“Um presidente do Banco Central que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país que para ajudar o país”, disse Lula. Ele ainda o comparou ao senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR), responsável pela sua prisão. “O presidente do Banco Central está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? O paladino da justiça, com rabo preso a compromissos políticos”, provocou. O BC informou que não comenta o assunto.

Mais recente Próxima Incertezas sobre juros ameaçam queda do ‘spread’ bancário
Tudo sobre uma empresa
Acesse tudo o que precisa saber sobre empresas da B3 em um único lugar! Dados financeiros, indicadores, notícias exclusivas e gráficos precisos - tudo para ajudar você a tomar as melhores decisões de investimento
Conheça o Empresas 360

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico científico “The Lancet Infectious Diseases”

Vacina do Butantan contra chikungunya tem 100% de eficácia em adolescentes

No total, 81 unidades de conservação localizadas na região metropolitana e no interior do Estado de São Paulo foram fechadas em caráter emergencial por causa de incêndios

Parque da Cantareira é fechado por causa de incêndio

A empresa de logística portuária movimentou 124,2 mil TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) no mês passado

Movimentação de contêineres da Wilson Sons cresce em agosto

Ministro dos Direitos Humanos, por meio de nota, diz que denúncias são mentirosas e pedirá apuração

Silvio Almeida nega acusações de assédio sexual

Horário até então em vigor era criticado por dificultar o acompanhamento das votações

STF altera horário do início das sessões do plenário virtual