Santander tem trimestre ‘limpo’, com resultado sólido e progressão em rentabilidade, diz CEO

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“A operação está encaixada e caminhando no sentido certo”, disse no início da teleconferência de resultados do segundo trimestre, divulgado mais cedo nesta quarta-feira. Leão também destacou que, desde 2022, o banco dizia que precisava diversificar o portfólio de crédito e tem conseguido fazer isso.

As provisões para devedores duvidosos (PDD) caíram, apesar de a carteira estar crescendo, acrescentou. “Isso é sinal de que estamos construindo um portfólio saudável.”

Leão afirmou que o banco teve um item extraordinário no balanço do segundo trimestre, de R$ 1,9 bilhão relacionado a joint venture com a Pluxee (antiga Sodexo), mas preferiu reforçar a PDD.

O presidente do Santander Brasil disse que os primeiros indicadores da nova oferta “Free”, voltada a baixa renda, são positivos.

“Temos uma oportunidade enorme de reativar clientes e converter os que só usam um produto com a gente. Temos a chance de trazer esses clientes com uma oferta mais ampla.”

Ele afirmou que o avanço da estratégia não significa que o banco está mudando seu apetite de risco ou baixando a barra na concessão de crédito. “Estamos trazendo clientes novos com qualidade e reativando os que gostaríamos também.”

No final de abril, o Santander anunciou que estava reformulando sua atuação junto ao público de renda mais baixa. Para competir com players digitais, o banco está com um novo posicionamento de marca e vai reforçar a oferta de conta e cartão de crédito gratuitos. Ainda assim, segue com o desafio de atender esse público com um custo adequado, em um relacionamento que tende a ser predominantemente virtual.

O executivo disse que, como parte da estratégia de reformulação do atendimento a pequenas e médias e empresas (PMEs), o banco está ampliando o time de especialistas em 25% e reforçando o uso de tecnologia.

“Tiramos das lojas os gerentes de PMEs e colocamos eles na rua, com modelo de atendimento por microrregiões”, disse. “Estar próximo do cliente é fundamental nessa base, que é mais nervosa.”

Em relação à área de cartões, ele afirmou que, por quase dois anos o banco diminui o negócio, mas voltou a crescer no último trimestre e dobrou a velocidade agora.

Na parte de investimentos, a captação cresceu cinco vezes em dois anos, acrescentou.

Leão disse que o banco está adotando uma política mais restritiva de renegociações, o que acelera o ‘de-risking’, mas tem um preço em alguns índices de atraso.

“Estamos menos abertos a fazer acordos sem nenhum componente de caixa”, afirmou. “Isso tem menos a ver com portfólios atuais e mais com os antigos.”

Ele voltou a dizer que o banco quer dobrar seu negócio de pequenas e médias empresa (PMEs) em poucos anos. “Não damos um prazo, mas claro que não será em dez anos.”

O executivo afirmou ainda que a previsão é construtiva para parte de ALM (Asset Liability Management) da margem com mercado nos próximos trimestres.