Herpes zoster: vírus adormecido pode se manifestar ao longo da vida

Causada pelo mesmo agente da catapora, doença provoca dores agudas e pode deixar sequelas permanentes (1)

Por GSK


Pessoas a partir dos 50 anos têm risco maior de apresentar a doença, explica o infectologista Jessé Alves GettyImages

Também conhecido como cobreiro, o herpes zoster é causado por um vírus que, segundo estudo do Centro de Controle e Prevenção dos Estados Unidos, um em cada três adultos desenvolverá em algum momento da vida

Os riscos aumentam em determinados grupos populacionais ¹, como alerta Jessé Reis Alves, infectologista e gerente médico da biofarmacêutica GSK:

“Qualquer pessoa a partir dos 50 anos tem chance maior de apresentar a doença. Existem dados que estimam que, se a pessoa viver até os 75 anos, o risco de ter herpes zoster é de um em cada três indivíduos. E, se viver até mais de 85 anos, é de um em cada dois.”

O especialista explica que, muitas vezes, o herpes zoster é causado por uma mudança que acontece devido ao próprio processo do envelhecimento:

“É um processo chamado de imunossenescência, que é o envelhecimento das células do sistema imune. Isso pode fazer com que o equilíbrio que havia entre o vírus e a nossa imunidade se rompa, permitindo que o vírus reapareça.

Além do processo de envelhecimento, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como baixa imunidade. Pessoas imunossuprimidas também fazem parte do grupo de risco.¹ Maisa Kairalla, geriatra e presidente da Comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), explica como a pandemia pode ter influenciado no aumento de casos de herpes zoster:

“Durante a pandemia, a incidência da doença aumentou. Seja pelo estresse da população, seja por uma doença cruzada com Covid-19 que ainda não sabemos com clareza pela literatura médica, ou até mesmo pelo uso de medicações. O fato é que situações de estresse aumentam o risco de desenvolver o herpes zoster”.

Perdas profissionais e sociais

O diagnóstico da doença não é fácil de ser feito. “Tem estudo mostrando que, em média, a pessoa precisa passar por três médicos diferentes para obter o diagnóstico, que começa com um problema de pele. Muitas vezes, o médico pensa em picada de insetos ou outras situações, mas depois observa que o quadro piora e, com a queixa de dores agudas, percebe que é herpes zoster”, explica Maisa.

Entre os principais sintomas estão dores neuropáticas (nos nervos), sensações de formigamento, agulhadas, adormecimento, coceiras, febre e mal-estar. Conforme a doença evolui, as lesões de pele se formam. Na maioria das vezes, elas ocorrem na região torácica, mas podem atingir outras partes do corpo.¹

Essa é a fase aguda da doença, em que o paciente sente fortes dores. O incômodo chega a ser incapacitante e traz perdas profissionais e sociais, segundo Jessé Reis Alves.

“A doença é extremamente dolorida e, por isso, é preciso se ausentar do trabalho ou até mesmo perder momentos importantes da vida, como deixar de viajar ou não ir a um casamento. Essas perdas não são mensuráveis, mas são situações que não voltarão mais.”

Algumas consequências do herpes zoster, no entanto, são mensuráveis. A geriatra Maisa Kairalla ressalta que o custo do tratamento, feito com antivirais e analgésicos, é elevado para quem não tem acesso a eles de maneira gratuita. No caso dos idosos, ainda é preciso levar em conta o uso combinado de outras medicações.

“A polifarmácia, como chamamos quando o paciente precisa fazer uso de vários medicamentos, pode interferir no sono ou causar maior risco de queda e confusão mental. É fundamental analisar a interação medicamentosa com cuidado”, explica a geriatra.

É importante ressaltar que tratar a doença não garante que ela deixe de causar complicações no futuro. A neuralgia pós-herpética (dor persistente) e danos oculares são sequelas que o herpes zoster pode deixar de forma temporária ou permanente. ¹

Prevenção

A medida preventiva indicada para o herpes zoster é a vacinação, disponível para pessoas acima de 50 anos. ³

“A vacinação na idade adulta é importante para fortalecer o sistema imunológico da população. Os idosos, por conta da imunossenescência, são mais suscetíveis a diversas doenças infecciosas imunopreveníveis”, reforça Gunnar Riediger, head da Unidade de Negócios HIV e Vacinas da biofarmacêutica GSK.

O executivo lembra ainda que a proteção fornecida pela imunização vai além do indivíduo. “A vacinação é uma das principais estratégias de intervenção em saúde pública. Seu benefício ultrapassa o nível individual através da proteção ou imunidade coletiva. Porém, para que esse efeito indireto seja ótimo, é preciso que uma elevada parcela da população esteja imunizada. E precisamos entender que a vacinação não é só para crianças, mas para todas as idades”, conclui.

Referências

1. MINISTÉRIO DA SAÚDE. HERPES (COBREIRO). DISPONÍVEL EM: HTTPS://WWW.GOV.BR/SAUDE/PT-BR/ASSUNTOS/SAUDE-DE-A-A-Z/H/HERPES-COBREIRO. ACESSO EM SETEMBRO DE 2022 |

2.MINISTÉRIO DA SAÚDE 22/-02 -DIA MUNDIAL DA ENCEFALITE. DISPONÍVEL EM: HTTPS://BVSMS.SAUDE.GOV.BR/22-02-DIA-MUNDIAL-DA-ENCEFALITE/. ACESSO EM SETEMBRO DE 2022.

3. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. PREVENTION OF HERPES ZOSTER:RECOMMENDATIONS OF THE ADVISORY COMMITTEE ON IMMUNIZATION PRACTICES (ACIP). MMWR, 57 (RR-5): 1-30, 2018

MATERIAL DIRIGIDO AO PÚBLICO EM GERAL. POR FAVOR, CONSULTE O SEU MÉDICO.

NP-BR-AVX-JRNA-220006 - NOVEMBRO/2022

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