Mercado Bitcoin
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Por Mercado Bitcoin

Um dos maiores eventos do segmento de criptoeconomia do Brasil, o Criptorama, realizado pela ABCripto, Associação Brasileira de Criptoeconomia, reuniu, dias 8 e 9 de novembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo, profissionais de associações representativas do setor, como ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais –, de órgãos reguladores como Bacen – Banco Central do Brasil – CVM – Comissão de Valores Mobiliários, do legislativo e de alguns dos principais players do mercado, como o Mercado Bitcoin.

Foram 28 painéis e 70 painelistas que discutiram temas como regulação, tokenização e DeFi (finanças descentralizadas) e o futuro do setor no Brasil e no mundo.

Melhora do ambiente

Logo no primeiro painel, “O Brasil Na Visão Do Mercado”, o CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo, destacou que, quando a entidade representativa do setor foi fundada (as primeiras discussões sobre seu lançamento começaram em 2017), os chamados incumbentes (grandes bancos) tinham uma atitude reativa em relação ao mercado de cripto, situação que, hoje em dia, é diferente.

“Para quem, como nós, está em um ambiente de ‘construir o mercado’, há, hoje em dia, uma percepção de um ambiente muito melhor, com esses mesmos incumbentes falando bem de cripto”, disse Rabelo, que ressaltou que a ABCripto foi fundamental para a construção, no Brasil, de um ecossistema que hoje em dia está preparado para lidar com essas novidades que estão surgindo no mundo inteiro.

Ele também destacou que a oferta de produtos cripto com características mais próximas da renda fixa é uma tendência, considerando o “apreço do investidor brasileiro por esse tipo de produto”.

Hoje, segundo o executivo, existe a oportunidade de construir novos modelos de investimento. De olho nessa tendência, o Mercado Bitcoin criou, em 2019, a MB Tokens, que além de realizar operações tradicionais de crowdfunding, explora a tokenização de contratos de cessão de direitos, por exemplo, de precatórios e recebíveis privados. “Vemos diversos players entrando nesse mercado, inclusive os próprios bancos.”

Ele avalia como bastante positivo o fato de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter dado, recentemente, declarações de que o mundo caminha para uma economia tokenizada. E lembrou que o projeto do real digital se baseia justamente em tokenização, sendo que as DeFi (também no radar do Bacen) seriam um efeito desse movimento. “Isso tudo mostra que somos capazes de construir, por meio de elementos únicos que a criptoeconomia trouxe, produtos pioneiros no mundo inteiro.”

Tendência

Rabelo falou, ainda, do conceito de Cripto as a Service (Caas), outra tendência. Esse movimento, com características de B2B, começou nos Estados Unidos, com empresas como PayPal e RobinHood oferecendo criptos a partir de parcerias com players como Coinbase e Paxos, e hoje está chegando no Brasil. O próprio MB possui mais de 30 clientes pessoa jurídica que oferecem cripto usando a plataforma da Exchange, tais como a EQI (um dos maiores escritórios de agentes autônomos do País), o Traders Club e outros.

E completou destacando que há uma oportunidade de o País usar cripto para operações menores de câmbio que, hoje, ainda são muito caras. Quando se compra uma stablecoin em dólar ou euro, lembrou ele, há um spread mínimo, uma variação muito pequena, o que torna esse tipo de operação atraente. “E o Banco Central está trabalhando no tema remittance (remessas), tanto que publicou, recentemente, mais uma consulta pública sobre o tema.”

Marco regulatório

Outro painel que também chamou a atenção foi o “Regulação: riscos e tendências”, que tratou, sobretudo, das perspectivas da aprovação do PL (Projeto de Lei) 4.401, conhecido como o Marco das Criptomoedas.

O diretor de Relações Governamentais do Grupo 2TM, Julien Dutra, destacou que os representantes do setor público têm interesse em entender as novas tecnologias, como as do mercado cripto e, por isso, cabe ao setor privado não apenas apresentar essas novas tecnologias, mas também seus possíveis benefícios. “Isso começa, por exemplo, mostrando que o mundo cripto não é formado apenas por criptomoedas e inclui, por exemplo, o universo da tokenização.” E concluiu: “O setor público tem interesse em estimular o desenvolvimento de negócios, pois sabe que o empreendedorismo e o investimento significam mais oportunidades para as pessoas se desenvolverem, estudarem, investirem e poderem prosperar”.

Sobre o PL, em si, Dutra avalia que é uma espécie de “bandeira a ser fincada no mundo cripto”, mostrando o que é a atividade, quem são os players, quem vai ser o regulador, quais são os princípios norteadores da atividade, tema fundamental, já que o regulador brasileiro aprendeu, nos últimos anos a regular temas tecnológicos, e, ao mesmo tempo, prevenindo os riscos sistêmicos, um gargalo que tem de ser atacado, de modo que o sistema possa se desenvolver. “É um trabalho de parceria do setor privado com o setor público pelo desenvolvimento com regulação.”

Para Dutra, o setor fará todos os esforços para que o Projeto de Lei seja aprovado ainda este ano e que é importante criar fóruns permanentes de debate junto ao governo. Ele lembrou que tem falado sobre a Estratégia Nacional da Criptoeconomia – já apresentada ao Banco Central e a alguns representantes do Ministério da Economia –, um fórum permanente para discutir temas sobre como está o mercado, efeitos da regulação, impactos para o investidor e para o consumidor e outros.

Ele avalia como positivo o parecer de orientação 40, emitido recentemente pela CVM (“Os Criptoativos e o Mercado de Valores Mobiliários”), na medida em que mostra que o órgão regulador entende a velocidade de desenvolvimento do setor, ao mesmo tempo em que está atento a essas mudanças e está à disposição para debater o desenvolvimento do mercado visando a transparência e a proteção do investidor.

DeFi

No painel “DeFi, DAO, NFT E GAMEFI: desafios para reguladores e para a indústria”, o diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin, Fabrício Tota traçou um panorama global, com foco no Brasil, sobre essas tendências associadas ao mercado cripto.

Tota apresentou uma pesquisa da Chainalysis segundo a qual a América Latina possui três linhas de sucesso com o uso de cripto: (1) reserva de valor, na Argentina e na Venezuela – como uma espécie de defesa das populações desses países diante das crises que vivem (2) remmitance/transferência de valores, no México, com base no fluxo de recursos da emigração para os Estados Unidos e (3) investimentos, no Brasil, “pegando carona” no bom momento de diversificação ocorrido, nos últimos anos e que impulsionou, também, a busca por outros ativos.

Quando se fala em CBDCs (Central Banking Digital Currencies, moedas digitais dos bancos centrais), Tota avalia que se trata de uma espécie de ponte para que a autoridade monetária/reguladora possa abordar a regulação de cripto. “Há pequenas economias nas quais o processo já está em andamento, mas o Brasil está bem posicionado, com o Bacen atuante e, cada vez mais, tratando de temas como tokenização. Importante lembrar, inclusive, que o PIX vem tendo um papel importante nesse processo, permitindo um ‘pareamento’ com o formato 24/7, que já existe no mercado cripto e reduzindo o atrito entre o universo cripto e o sistema de pagamentos.”

O executivo mostrou que o chamado Total Value Locked (TVL) em DeFi (ou valor total aplicado em protocolos de finanças descentralizadas) era, até o final de outubro, de cerca de US$ 53 bilhões, após ter atingido um pico de cerca de US$ 200 bilhões e tendo sido afetado pelo colapso da Terra Luna, no início do ano.

Por outro lado, as stablecoins têm chamado cada vez mais a atenção. Esse mercado soma, hoje, cerca de US$ 150 bilhões em capitalização, sendo que cerca de 70% estão concentrados em duas “coins”, a Tether (USTD, US$ 69 bilhões com base na cotação de 28 de outubro) e a USD Coin – USDC, com US$ 44 bilhões na mesma data. O desafio, segundo Tota, é justamente como os reguladores vão tratar da questão, tendo em vista, por exemplo, o fato de que as stablecoins são a base para a construção de diversas soluções. “As stablecoins são, de certa forma, o grande ‘combustível’ da indústria de finanças descentralizadas.”

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