Educação financeira

Por Valor Investe — Rio


O Dia do Trabalho em 2024, na próxima quarta (1º), é acompanhado por um retrospecto recente positivo: o número de empregados com carteira de trabalho no setor privado atingiu o número recorde de 37,995 milhões no trimestre encerrado em fevereiro deste ano. Dentre essa parcela, pelo menos 25,4 milhões de funcionários trabalhavam por conta própria, segundo o IBGE. Para quem trabalha sob esse regime, o caminho para usufruir de um 13º salário, férias remuneradas, e, ainda, montar uma reserva financeira pensando no futuro exige ainda mais disciplina.

Apesar de dados do Sebrae indicarem que quase a totalidade dos trabalhadores Microempreendedor Individual têm rendimento médio de R$ 3.507,57, o valor referência usado nas simulações feitas pela plataforma de serviços financeiros Rico para atingir os três objetivos (13º, férias e reserva) é de R$ 2.846, referente à renda média do brasileiro em 2023.

O valor representa um crescimento de 7,5% em relação a 2022 e um respiro frente a 2021 e 2020, quando a renda média do trabalhador caiu por conta da pandemia.

Antônio Sanches, analista do time de research da Rico, diz que, considerando a renda média de R$ 2.846, será necessário resguardar o equivalente a 16% da renda média mensal, ou seja, cerca de R$ 456, para gerar o valor adicional de R$ 5.692,00, referente ao 13º e às férias remuneradas de um trabalhador com carteira assinada.

Já para a reserva de emergência, aquele 'colchão' de investimentos para ser gastos em momentos inesperados (serviço urgente que o plano de saúde não cobre ou perda da fonte de renda, por exemplo) sem que esses gastos prejudiquem as finanças no fim do mês, será necessário separar 30% da renda, ou seja cerca de R$ 854.

Esse esforço será necessário para poder atingir, em dois anos, o suficiente para essa reserva de emergência e ainda garantir a parcela do 13º e o benefício de férias remuneradas. Isso porque a reserva de emergência deve corresponder, pelo menos, ao valor de seis meses dos seus gastos mensais fixos, equivalente a quase R$ 12 mil dentro da simulação feita.

Parece simples praticar este mandamento básico sobre orçamento e finanças pessoais, mas não é, ainda mais tendo renda média mensal em torno de R$ 3 mil, como ressalta Hudson Bessa, economista e sócio da HB Escola de Negócios, em sua coluna para o Valor Investe.

O que vale, nesse caso, mesmo que a cifra total esteja distante da realidade, é tentar colocar em prática o que está por trás dela, ou seja, compreender suas possibilidades e, a partir disso, tentar se concentrar em controlar os gastos, priorizá-los, evitar os desperdícios, correr das dívidas, fazer um orçamento que alinhe receitas e despesas, quando possível buscar renda extra e, a todo custo, tentar manter o equilíbrio.

Investir de olho no futuro

Frente a realidade de cada um, quando a pessoa cria o hábito de poupar mensalmente para ter um apoio financeiro melhor e um colchão financeiro para se precaver, pode-se começar a pensar no próximo passo, que seria a previdência privada, observa Sanches.

Vale lembrar que o trabalhador com CNPJ, como um Microempreendedor Individual, é coberto com alguns benefícios sociais, como salário maternidade e previdência social, em razão da contribuição mensal de 5% do salário mínimo, de R$ 70 reais. Ainda assim, o especialista da Rico reforça que é importante que se pense na previdência privada para se ter um pouco mais de conforto em sua aposentadoria.

Para entender os diferentes tipos de previdência, um curso gratuito do governo federal, está com inscrições abertas até o dia seis de maio, e detalha, por exemplo, os segmentos aberto e fechado de previdência complementar e planos de benefícios disponíveis no mercado.

Se a decisão for seguir com uma aposentadoria melhor do que só a cobertura social, o tempo destinado para o objetivo muda. Se antes a ideia era ter férias anuais, agora a meta é ter um colchão financeiro para daqui a 25 anos.

“Ao longo de 302 meses, com 30% da renda média mensal será possível acumular um valor final de R$ 584 mil, corrigidos pela inflação considerando uma taxa de 6% ao ano, que é o valor atual de títulos NTN-Bs, Tesouro IPCA, Tesouro Renda+, que são produtos mais pensados para previdência desse investidor”, explica o especialista da Rico.

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