Após ensaiarem recuperação, fundos voltam a sofrer mais resgates do que aplicações em maio

A categoria de fundos multimercados continuou liderando os saques, que aumentaram para R$ 15,3 bilhões em maio. Em seguida, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que tinham liderado as aplicações em abril, apresentaram resgates de R$ 7,3 bilhões no mês passado. Ainda apresentaram retiradas em maio os fundos de ações, de R$ 4,6 bilhões — a maior da classe neste ano — e os fundos cambiais, de R$ 10,1 bilhões.

Apesar de começarem os cortes de juros, a taxa Selic a 10,5% ao ano assegura bons ganhos para quem se mantém abraçado às aplicações mais conservadoras de renda fixa. Ainda, a percepção de risco segue muito alta e, nesse cenário, os fundos e papéis de renda fixa são mais competitivos e os investidores migram para eles. Além disso, mudanças regulatórias recentes aumentaram a isonomia tributária entre os produtos de investimento e beneficiaram os fundos de renda fixa. Com uma menor oferta de papéis isentos de imposto de renda, os investidores estão avaliando alternativas de alocação.

Nesse ambiente, as aplicações foram lideradas em maio pelos fundos de renda fixa, que alcançaram aportes de R$ 16,3 bilhões. Na sequência no mês, as entradas aconteceram nos fundos de previdência, de R$ 786,4 milhões, nos Fundos de Investimento em Participações (FIPs), de R$ 702,3 milhões, e nos ETFs (fundos comprados na bolsa que acompanham um índice de mercado), de R$ 592,4 milhões.

No ano, os fundos de investimentos já receberam aplicações líquidas de R$ 151,8 bilhões, lideradas pela categoria de fundos de renda fixa, que alcançaram aportes de R$ 171,6 bilhões. O dinheiro está sendo resgatado dos fundos multimercados, que registraram retiradas de R$ 54,1 bilhões, e dos fundos de ações, que tiveram saídas de R$ 4,2 bilhões.