Os principais índices de ações de Nova York fecharam o dia em queda firme, com o Nasdaq entrando em território de correção após dados de emprego mostrarem um desaquecimento da economia americana, despertando os temores de recessão. Balanços fracos dos gigantes de tecnologia forneceram pressão negativa adicional.
O índice Dow Jones caiu 1,51%, a 39.737,26 pontos; o S&P 500 recuou 1,84%, a 5.346,56 pontos; e o Nasdaq teve queda de 2,43%, a 16.776,16 pontos. No acumulado semanal, o Dow Jones caiu 2,10%, o S&P 500 2,06% e o Nasdaq 3,35%.
Entre as ações, o destaque das perdas ficou com a Intel, que fechou em queda de 26,08%, enquanto a Amazon caiu 8,8%, após ambas divulgarem balanços que decepcionaram o mercado.
Paulo Gitz, estrategista global da XP, aponta que a semana foi marcada por uma alta volatilidade nos mercados globais. Se, por um lado, houve um otimismo generalizado na quarta-feira, quando o presidente do banco central americano (Federal Reserve, o Fed), Jerome Powell, se mostrou mais propenso a iniciar o ciclo de corte dos juros e indicou que ele pode ocorrer na reunião de setembro, o sentimento dos investidores piorou muito nos últimos dois dias da semana.
A virada no sentimento pode ser atribuída a três principais fatores, segundo Gitz:
- O enfraquecimento da atividade econômica nos EUA, evidenciado pelo índice ISM industrial (46,8 ante 48,5 no mês anterior e 48,8 esperado) e pelo relatório de emprego (criação de 114 mil vagas em julho ante uma expectativa de criação de 175 mil) e aumento do desemprego (de 4,1% em junho para 4,3% em julho).
- projeções mais fracas das empresas que reportaram resultados do segundo trimestre, que estão levando o mercado a revisar a projeção de lucros dos próximos trimestres. Esse efeito tem sido mais forte no setor de Tecnologia, que foi o grande destaque negativo da semana, e caiu 5,6%.
- a ascensão da candidata democrata à presidência americana Kamala Harris nas pesquisas eleitorais, prejudicando a performances de setores que estavam se beneficiando do movimento de rotação visto em julho como as empresas com baixo e médio valor de mercado (que caíram-7% na semana), o setor de Energia (queda de 4,3%) e o setor Financeiro (desvalorização de 3,3%).