Em meio aos pagamentos digitais, com o pix renovando recordes e o cartão de crédito registrando alta anual de 10% em valores movimentados , o boleto ainda reina como forma padrão de cobrança entre as prestadoras de serviços essenciais. Mas no setor de cobranças recorrentes, a junção do "melhor dos dois mundos" trazido pelo pix e pelo cartão ganha tração e mira o "monopólio" do boleto na preferência das empresas que fazem fornecimento de água, energia elétrica, e telefonia.
A integração do uso de cartão de crédito e pix no ecossistema das empresas de serviços essenciais é um dos recursos da OmniPay, solução criada pela Bemobi, que otimiza os pagamentos recorrentes. Eles são aqueles feitos todo mês e executados por meio da forma de pagamento previamente combinada com o consumidor, ou seja, cartão de crédito, débito em conta, boleto etc.
Para o consumidor final, a integração do uso de cartão de crédito e pix não fica aparente em um aplicativo, por exemplo. Mas ele vai conseguir perceber uma maior conveniência e facilidade no pagamento de contas, garante Pedro Ripper, diretor-presidente da Bemobi.
No caso dos consumidores atendidos pela Energisa e Equatorial, por exemplo, é possível encontrar a opção de parcelar contas em atraso no cartão de crédito. Ripper comenta que outras duas grandes empresas do setor elétrico devem disponibilizar a opção até o final do primeiro semestre. Somadas, as quatro empresas concentram uma base de 60% dos usuários deste serviço essencial. Para que essa possibilidade de parcelamento seja disponibilizada, a tecnologia usada é a da OmniPay.
O mesmo acontece com clientes da Tim, Claro e Vivo que contratam os chamados planos digitais. Enquanto o usuário consegue personalizar a contratação de um serviço recorrente e fazer pagamento direto via cartão, sem precisar passar por análise de crédito, a Bemobi oferece toda a gestão de cobrança recorrente para as empresas de telefonia.
No segmento educacional, onde tradicionalmente o boleto é muito usado, a combinação de pagamentos recorrentes via cartão de crédito com o pix deve ser ofertada pelo Grupo Salta (ex-Eleva), de educação básica, até o final do primeiro semestre.
“Estamos falando de mais conveniência com a escolha pelo meio de pagamento físico ou digital, de ter um mesmo meio de pagamento em vários canais. Mas, também, do usuário ter a possibilidade de melhor alocar os seus recursos. Ao migrar pagamentos de consumo para o cartão, por exemplo, e parcelar uma conta, ele evita ficar inadimplente com a concessionária e correr o risco de ter o serviço suspenso. Ou, ainda, ter que usar o cheque especial para quitar a conta”, pontua o executivo.
Com a pandemia, e os bancos e lotéricas fechados, as empresas se viram ainda mais pressionadas a facilitar a rotina dos consumidores e ampliar as formas de pagamento de suas faturas. Foi aí que houve um crescimento e diversificação das opções para quitar as contas: pix, recursos do cartão do auxílio emergencial e cartões de crédito com parcelamento em até 24 vezes, para citar alguns.
A tokenização também está embarcada na OmniPay e será através dela que os usuários finais não precisarão mais informar dados do cartão quando o meio de pagamento atingir a data limite de uso. “Apostamos num modelo de tokenização de cartões junto às bandeiras, como Visa, MasterCard e Elo, que permite a atualização automática de cartões em caso de expiração ou substituição por perda ou roubo. Isso simplifica a experiência do consumidor final e ambas inovações têm impacto direto no aumento de conversão”, sustenta.
Outro benefício que a nova plataforma tecnológica da Bemobi promete para as prestadoras de serviços é ajudar a reduzir a inadimplência. Para isso, um dos recursos é a solução de anti-fraude.
Muito comuns no e-commerce, - quem nunca tentou fazer uma compra e a atividade foi vista como suspeita, seja pelo horário ou pelo valor, da transação -, os mecanismos anti-fraude não são tão difundidos no segmento de serviços. A proposta da Bemobi é reduzir os riscos que oneram a operação do prestador, ao mesmo tempo que garante alto nível de aceitação das transações.
Essa função, somada à oferta de parcelamento de mensalidades, que dá maior flexibilidade no pagamento ao consumidor final, e a outras funcionalidades, tem potencial de resultar em um aumento de 10 a 15 pontos percentuais na eficiência da cobrança recorrente em comparação com os modelos tradicionais, diz Ripper. Para fins de comparação, no caso dos boletos, por exemplo, a “taxa de sucesso” da cobrança é de cerca de 75% dos documentos emitidos.
A intenção é escalar os recursos da OmniPay para países da América Latina e outros locais emergentes onde a penetração de cartão é alta e os projetos de meios de pagamento de liquidação instantânea estão sendo implementados.