Comportamento

Por Por Gladys Magalhães e Isadora Pacello Com Júlia Martinez


Viajar com animais é como viajar com crianças pequenas, a preparação deve começar bem antes da partida — Foto: ( Pixabay/ Alexas Fotos/ CreativeCommons)
Viajar com animais é como viajar com crianças pequenas, a preparação deve começar bem antes da partida — Foto: ( Pixabay/ Alexas Fotos/ CreativeCommons)

Mais um feriado chegando, depois um período de férias escolares e muita gente já está se preparando para colocar o pé na estrada. Para deixar a viagem com o pet mais segura, tranquila e divertida para todos, Vida de Bicho ouviu veterinários que dão dicas desde como escolher o lugar ideal até como transportar o animal na terra ou no ar. Confira!

De acordo com o médico-veterinário Maurício Tomaz, diretor de operações de um aplicativo que oferece serviços de pet shop móvel, viajar com animais é como viajar com crianças pequenas, na qual a preparação deve começar bem antes da partida.

O primeiro passo é decidir o destino. Se o pet acompanhará a família na viagem, é preciso pensar em um lugar que ofereça atividades pet friendly, incluindo a hospedagem.

“Mais do que aceitar os pets, o local precisa receber esse bicho com atividades ao ar livre, caminhadas, ambientes próprios de interação, restaurantes que aceitem a presença dos animais, etc. Enfim, locais de integração entre pet e pessoas. Muitos lugares aceitam cães e gatos com a condição de que eles fiquem nos quartos e isso não é pet friendly”, lembra a médica-veterinária Salua Carolina Catâneo, gerente de marketing de uma marca especializada em cuidados com pets.

Ainda conforme Salua, também é importante verificar se o destino escolhido faz alguma exigência em relação aos animais. “Sempre que decidir viajar com o pet, uma das primeiras preocupações é se o lugar exige algum documento e carteira de vacinação, como o GTA (Guia de Trânsito Animal), que é um registro oficial que contém todas as informações do animal de estimação, tornando as viagens mais seguras.”

Faça um check-up

Destino decidido, é hora de voltar os olhares para o animal. Ter vacinas, vermifugação e remédios contra pulgas e carrapatos em dia é essencial. Além disso, o pet deve fazer um check-up antes de cair na estrada.

“A saúde do pet deve estar em dia, passando por uma consulta para um atestado de saúde, vacinas atualizadas, bem como o ectoparasiticida”, ressalta a médica-veterinária Janaína Pacheco do Nascimento, do Centro Veterinário Seres.

Arrume as malas com atenção

Para que o pet se familiarize o quanto antes com o destino, é importante que ele reconheça alguns objetos que fazem parte da sua rotina. Assim, arrume as malas do animal com atenção.

“Além dos documentos, leve os potes de água e a caminha do pet para que ele tenha um lugar com os cheiros que ele já conhece. A ração ou alimentação que ele já come. Separe também tapetes higiênicos que facilitam o animal a localizar onde fará suas necessidades", orienta Salua.

Ela acrescenta os cuidados com a pele do animal. "É importante levar protetor solar próprio para os pets, geralmente feitos a base de óxido de zinco. Outro produto que ajuda bastante é o banho a seco para poder higienizar rapidamente os pelos; e, para os cuidados com a saúde oral, tenha pasta de dentes e escova própria para os bichos."

Não menos importantes são os brinquedos e os itens necessários no trajeto da viagem. “É preciso pensar em qual será o meio de transporte a ser utilizado e as necessidades dele no decorrer da viagem: conforto, dejetos, água, remédios, coleira, guia. Em síntese, os utensílios necessários para uma viagem tranquila”, completa Maurício.

Os cuidados com o pet durante as viagens variam conforme o meio de transporte — Foto: ( Pixaba/ Stafford Green/ CreativeCommons)
Os cuidados com o pet durante as viagens variam conforme o meio de transporte — Foto: ( Pixaba/ Stafford Green/ CreativeCommons)

Durante a viagem

No avião, por exemplo, é preciso checar antes as exigências de cada empresa, visto que mudam de uma para outra.

“Algumas companhias aéreas não autorizam a viagem de animais das raças braquicefálicas para o transporte devido a possíveis alterações no trato respiratório que podem desencadear, com estresse e calor, doenças como a síndrome do cão braquicefálico. É importante se orientar com a companhia aérea a exigência e frente ao seu médico-veterinário para saber da aptidão do seu pet”, lembra Janaína.

Além disso, os profissionais aconselham optar por voos diretos e com trajetos curtos para evitar a desidratação do animal, bem como observar com cuidado a gaiola de transporte, deixando-a confortável, com elementos próprios dos bichos, sobretudo se ele não puder viajar na cabine.

Já se a viagem for de carro, prepare-se para fazer paradas de tempos em tempos para o pet poder desestressar, se alongar, se aliviar e se alimentar. Além disso, fique de olho na segurança, visto que os animais não podem ser transportados soltos no carro. Geralmente, cachorros podem utilizar cintos de segurança próprios para a espécie, cadeirinhas e caixa de transporte, enquanto os gatos devem ser acomodados na caixa de transporte.

“Se o seu pet é acostumado com o cinto de segurança e consegue se manter tranquilo, é uma opção segura, principalmente para animais de médio e grande porte. Entretanto, alguns fiscais de trânsito recomendam que os de porte pequeno sejam levados em caixa de transporte, para maior segurança para o condutor”, diz Janaína

Maurício lembra também a importância de se atentar com a janela dos veículos. “Cachorros adoram ficar com o rosto para fora, tomando vento. Caso ele veja algo que o atraia muito, pode, inclusive, pular do carro em movimento, provocando acidentes para ele e para terceiros. Por isso, é recomendado nunca deixar a janela totalmente aberta, garantindo que o corpo não seja capaz de ultrapassá-la.”

Enjoos

Outro cuidado diz respeito aos enjoos. Se o seu animal costuma enjoar, mantenha-o em jejum para evitar que ele passe mal. A dica é da médica-veterinária Paula Vasconcelos, que trabalha com comportamento animal. Vale ressaltar que água está liberada.

Janaína lembra que hoje já existem remédios contra enjoos para os pets. Porém eles só devem ser ministrados sob orientação veterinária.

Ao chegar ao destino

Por fim, ao chegar ao destino, a médica-veterinária comportamentalista e colunista de Vida de Bicho Sabina Scardua indica dar um tempo para que o pet se ambiente e descanse.

No caso de gatos, a médica-veterinária Camila Ferreiro, especialista em comportamento felino, sugere borrifar feromônio pelo novo ambiente.

Ele não foi...

Ainda que viajar com toda a família, incluindo os pets, seja uma delícia, é preciso ponderar se a viagem será boa ou puro estresse para o animal.

“Além da vontade do tutor em viajar, é importante avaliar se o pet ficará bem, saudável e seguro também na viagem. Existem cães e gatos que mudam muito o comportamento durante o transporte, ou não socializam bem com outras pessoas e animais. Por isso uma consulta com médico-veterinário é extremamente importante para auxiliar na decisão e, principalmente, garantir que a viagem seja o mais divertida e proveitosa possível”, diz Janaina.

Para os casos em que os pets não vão acompanhar o tutor, a médica-veterinária Carla Luz, especialista em transporte internacional de animais, orienta que os gatos permaneçam em casa, com pet sitter, enquanto os cães podem ficar em hoteizinhos ou com familiares.

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