Raças

Por Por Yara Guerra


Os galgos italianos são como whippets menores e descendem do galgo inglês — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Dada Mar)
Os galgos italianos são como whippets menores e descendem do galgo inglês — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Dada Mar)

Assim como o whippet, o galgo italiano descende diretamente do greyhound (ou galgo inglês). Apesar de muito semelhantes entre si, estas três raças são facilmente distintas por seu tamanho, sendo o italiano o menor delas.

Acredita-se que este galgo tenha se originado na região do Mediterrâneo há cerca de 2.000 anos. Durante o século 14, ganhou popularidade entre a aristocracia italiana – daí o nome –, que valorizava os cães de pequeno porte e os usava como símbolo de nobreza. Eles podem ser vistos nas pinturas de vários artistas renascentistas, incorporando a graça e o equilíbrio tão importantes para a estética da época.

Entre tutores ilustres, destacam-se os aristocratas Jaime I; Frederico, o Grande; Catarina, a Grande; Ana da Dinamarca e a Rainha Vitória. Mas foi na África que a raça talvez tenha sido mais valorizada: um rei africano chamado Lobengula certa vez trocou 200 cabeças de gado por um único galgo italiano.

Durante o Renascimento, os galgos eram valorizados pela aristocracia italiana — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Birmingham Museums Trust)
Durante o Renascimento, os galgos eram valorizados pela aristocracia italiana — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Birmingham Museums Trust)

Ele foi registrado pela primeira vez no American Kennel Club em 1886, e foi a América que o salvou de se tornar extinto nas terras europeias atingidas pelos confrontos durante as duas Guerras Mundiais.

Embora seja o menor dos lebréus, o galgo italiano é muito rápido e poderoso. Originalmente, era utilizado como cão de caça (a lebres, principalmente – daí o "lebréu"), mas hoje é tido como um cão de companhia. Dóceis e de comportamento calmo, estes pequenos animais são ideais para quem procura um cachorro mais quieto e que não late com frequência.

A raça é bastante dependente dos tutores e dócil — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ belettenoir)
A raça é bastante dependente dos tutores e dócil — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ belettenoir)

A raça também é indicada para quem tem filhos pequenos, já que, em geral, são criaturas gentis e afetuosas com a família. No entanto, eles podem ser extremamente tímidos e medrosos com estranhos, não gostam de serem deixados sozinhos por longos períodos de tempo e podem sofrer ansiedade de separação.

A raça é ideal para apartamentos e para tutores que desejam um cão de companhia — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Jannik Selz)
A raça é ideal para apartamentos e para tutores que desejam um cão de companhia — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Jannik Selz)

Além disso, eles costumam estranhar cães com muita energia e com brincadeiras brutas – vale o mesmo para as crianças.

Por terem sido cães de caça, os galgos italianos possuem no DNA o instinto de perseguir animais menores – o que talvez não seja bom para tutores que possuem outros pets, como coelhos, porquinhos-da-índia ou ratos. Pela mesma razão, é importante tê-los sempre na guia em espaços públicos e abertos. Mas a boa notícia é que eles não perseguem gatos, então colocar os dois animais sob o mesmo teto está liberado.

A vida em apartamentos é completamente possível com galgos italianos, até porque eles preferem o calor ao frio e às intempéries. Contudo, é preciso estimular o pet todos os dias para que faça atividades físicas e mentais. O tédio pode ser uma realidade para a raça, assim como casos de depressão quando ela não obtém a quantidade necessária de estímulos.

O adestramento pode ser mais difícil porque galgos italianos costumam ser teimosos — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Christian)
O adestramento pode ser mais difícil porque galgos italianos costumam ser teimosos — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Christian)

Estamos falando de uma raça conhecida pela teimosia, o que pode deixá-los mais resistentes ao adestramento. Mas, quando socializados, são capazes de aprender. Ademais, galgos italianos têm inteligência muito ativa, portanto podem elaborar estratégias frente a brincadeiras ou estímulos muito repetitivos.

Outro ponto importante é que eles apresentam períodos frenéticos de atividade aleatória. Estes momentos são equivalentes a uma descarga de adrenalina em humanos, ou seja, são quando cães apresentam um intenso acúmulo de energia. Durante as sessões de zunidos (como também são chamados), que duram em torno de cinco minutos, os bichos podem correr ao redor da casa em círculos, pular no sofá e cavar no chão.

Apesar disso, a raça requer apenas sessões curtas de exercício intenso, em média 20 minutos por dia ou duas caminhadas rápidas.

Quanto à saúde, uma condição bastante característica é que, devido à magreza e à pele fina, os galgos italianos são suscetíveis a ulcerações e à hipotermia. Portanto, no inverno, é aconselhável sempre usar roupas quentes e cobertores para aquecê-los.

Informações gerais

Confira no nosso bichômetro o resumo da raça galgo italiano — Foto: ( Montagem Vida de Bicho/ Divulgação)
Confira no nosso bichômetro o resumo da raça galgo italiano — Foto: ( Montagem Vida de Bicho/ Divulgação)

Origem

Os galgos italianos descendem dos greyhounds e são originários da região do Mediterrâneo, há cerca de 2.000 anos.

Porte

O porte dos galgos italianos é pequeno, podendo variar entre 33 e 38 cm.

Média de peso

Estes lebréus pequenos variam de 3 a 6 kg, em média.

Expectativa de vida

Em média, os galgos italianos vivem até os 15 anos de idade.

Pelagem

Seu pelo é curto, macio e bem fino. A tosa não é indicada. Algumas regiões do corpo são "glabras" – ou seja, são completamente sem pelo, o que é normal para a raça.

Existem várias cores e padrões de manchas, como preto, cinza, creme e marrom.

Clima indicado

É um cão que se dá melhor em climas quentes, porque costuma ser extremamente magro e apresentar pouca gordura corporal, tendendo a sentir bastante frio.

Curiosidades

Os galgos italianos são a menor versão dos galgos e eles amam ficar embaixo de cobertas, sempre bem grudados em seus tutores. Além disso, precisam utilizar coleiras específicas, não sendo indicado o uso de coleiras finas de pescoço ou peitorais "padrão", pois estas não se adaptam bem ao corpo do pet.

Cuidados especiais

Por terem a pele fina e serem muito magros, galgos italianos não gostam de frio e precisam ser agasalhados — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Brian Taylor)
Por terem a pele fina e serem muito magros, galgos italianos não gostam de frio e precisam ser agasalhados — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons/ Brian Taylor)

É preciso atentar para que galgos italianos não pulem de camas, sofás e outras superfícies, principalmente quando filhotes, pois as suas patas podem sofrer lesões graves e até mesmo fraturas.

No frio, precisam usar roupas e cobertores para se sentirem bem, devido ao corpo magro. É indicado que sejam acostumados positivamente com roupinhas desde filhotes.

Além disso, esta raça pode sofrer de algumas condições, como doenças dentárias, hipotireodismo, atrofia progressiva da retina, problemas autoimunes e epilepsia.

A raça também é sensível à anestesia com barbitúricos e propensa ao desvio portossistêmico, doença de Legg-Calvé-Perthes, alopecia por diluição de cor e catarata.

Se você tem um galgo italiano em casa, considere realizar testes regulares de joelho e olhos.

Quem deu as informações?

Maria Beatriz Asanuma, médica-veterinária, formada pela USP;

Jade Petronilho, médica-veterinária especialista em comportamento e nutrição.

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