Saúde

Por Por Izabel Gimenez


As ervas podem aliviar ansiedade, tensão e oferecer benefícios para a saúde do animal — Foto: Canva/ CreativeCommons
As ervas podem aliviar ansiedade, tensão e oferecer benefícios para a saúde do animal — Foto: Canva/ CreativeCommons

Se você pensava que só os humanos buscavam diversão por meio de ervas, estamos aqui para te mostrar o contrário. No mundo animal, cães e gatos também podem sentir os efeitos relaxantes de algumas plantas. A catnip, para os felinos, já é famosa. Mas, afinal, existe algo parecido para os cachorros?

Os cães não possuem sensibilidade à nepetalactona, composto orgânico responsável pelas sensações extremamente prazerosas dos gatos. Por outro lado, eles podem ser afetados por plantas como camomila, valeriana, lavanda, mulungu, erva-doce e capim-cidreira.

“A valeriana, por exemplo, é conhecida até mesmo na medicina humana por sua ação levemente sedativa. No sistema nervoso central, ela atua sobre um receptor específico, o GABA, reduzindo sua ação excitatória e promovendo uma sensação de calmaria”, explica Jade Petronilho, médica-veterinária e coordenadora de conteúdo de uma rede de pet shops.

A camomila é uma das plantas capazes de tranquilizar os cães — Foto: Canva/ CreativeCommons
A camomila é uma das plantas capazes de tranquilizar os cães — Foto: Canva/ CreativeCommons

Diferentemente da catnip, que em alguns casos proporciona alucinação aos bichanos, para os cães, as folhas servem como uma medicação natural para alívio da ansiedade, dores, insônia e problemas digestivos. “É possível oferecê-las em forma de chá, cápsulas fitoterápicas manipuladas e plantá-las no jardim ou em vasos, dependendo do espaço da casa”, explica Jessica Moura, médica-veterinária especialista em nutrição natural.

Além das opções naturais, também é possível encontrar petiscos com os respectivos ativos em lojas especializadas. Importante lembrar: os chás servidos aos bichos não podem ser aqueles encontrados para humanos em supermercados. Se a opção industrializada não for específica para a espécie, o tutor pode produzir a bebida em casa com ervas e frutas naturais sugeridas pelo médico-veterinário do bicho. A adição de açúcar também não é permitida, pois oferece risco à saúde do pet.

“A medicina natural não é usada apenas a partir da ingestão. As plantas medicinais podem ser usadas para acalmar a pele por meio de banhos, servir de óleos essenciais ou fazer parte da aromaterapia, por exemplo. São milhares de possibilidades pensando no bem-estar canino”, garante Aline Araújo, médica-veterinária nutricionista.

Na visão de Claudia Ruga Barbieri, especialista em homeopatia e fitoterapia para animais, o consumo da planta fresca pode oferecer mais vantagens, visto que todos os componentes estão ali presentes, entretanto, as cápsulas costumam ser mais seguras na maioria dos casos.

“Quando encapsulamos os extratos, podemos determinar a dose mais indicada para cada cachorro. Além disso, ao utilizarmos farmácias de manipulação idôneas, temos certeza da boa procedência das plantas e padrões de segurança e fabricação exigidos pelas normas da farmacopeia brasileira”, indica.

As ervas e plantas medicinais para cães, diferentemente da catnip, precisam de indicação de um médico-veterinário e não podem ser oferecidas em livre demanda — Foto: Canva/ CreativeCommons
As ervas e plantas medicinais para cães, diferentemente da catnip, precisam de indicação de um médico-veterinário e não podem ser oferecidas em livre demanda — Foto: Canva/ CreativeCommons

Outra vantagem levantada pela profissional é a possibilidade de criar formulações específicas para cada caso - combinando as potencialidades de cada ativo, de modo a aumentar a eficácia do tratamento.

“Plantas medicinais nunca devem ser administradas sem um diagnóstico veterinário adequado. Devemos esquecer aquela velha crença de que ‘se é natural, é bom e não faz mal’, pois não é verdade. Quando administradas de forma indevida, podem causar prejuízos à saúde do pet, provocar efeitos indesejáveis e interações medicamentosas adversas”, aponta Claudia.

Jade lista vômito, salivação excessiva, desconforto abdominal e diarreia como os sintomas mais comuns de intoxicação. “Os sinais podem ser inespecíficos e costumam variar de acordo com a quantidade ingerida e do corpo de cada bicho. Em casos mais graves, tremores, perda de consciência, incoordenação e óbito também podem ocorrer. Por isso respeitar a dosagem e consultar um médico-veterinário comportamentalista antes de usá-los no cão é fundamental para alcançar o objetivo do tratamento”, finaliza.

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