Dakota Johnson comenta sobre "Madame Teia" e seu projeto de literatura

E, de fato, ela não usa roupas estilizadas e sai voando pelos prédios como pode soar para quem não conhece a história dos quadrinhos, criada pelo escritor Denny O'Neil e pelo artista John Romita Jr em 1980 para a Marvel Comics. Na verdade, Cassandra é uma paramédica órfã que passa os dias ajudando a salvar vidas em uma movimentada Manhattan, até ter seu destino entrecortado por três adolescentes ameaçadas de morte por um homem misterioso. "Eu não cresci lendo quadrinhos, só mergulhei nisso quando comecei a trabalhar no filme. Gostei desse universo, é muito complexo, detalhado e cool", diz. Apesar de ter uma personagem das HQs do Homem-Aranha, uma senhora com poderes de clarividência, este filme não faz qualquer conexão com o multiverso Marvel (e ainda bem), só deixa pistas para os mais atentos e aficionados da franquia.

Conhecida pela sua versatilidade no cinema, Dakota estreia na ação, mas não deixa de lado a sua característica de escolher papéis e filmes que tratem do feminino. "Espero que as pessoas vejam as mulheres e as adolescentes sob uma nova perspectiva. E espero que as meninas mais jovens se sintam encorajadas a assumir seu próprio poder, a ter confiança em si mesmas e a estar dispostas a confiar em outras mulheres para ajudá-las e apoiá-las", diz, fazendo referência à mensagem principal do filme de SJ Clarkson.

Nas cenas de ação, ela optou por fazê-las sendo a própria dublê. "Não foram todas as cenas que me deixaram fazer isso (risos), mas sempre que possível, era eu ali. Foi muito divertido, queria ter feito mais", brinca. A preparação, além dos quadrinhos, envolveu, claro, treinos pesados e constantes. Nos momentos de descanso, ela conta que gosta de dormir bem – como você deve ter lido em reportagens recentes, mas confessa que "não são todas essas horas que estão dizendo" – e meditar, todos os dias. "Eu aprecio muito o tempo sozinha, o tempo com as pessoas mais próximas, pessoas que amo. Cuidar do meu corpo e ter empatia comigo mesma também faz parte."

Outro detalhe importante na rotina de Dakota Johnson é a pausa para leitura. A atriz que viveu as grandes adaptações literárias nas telas 'Persuasão', baseada na obra de Jane Austen, e 'A Filha Perdida', de Elena Ferrante, tem seus momentos introspectivos com os livros. "Quando eu leio e aparece uma referência a outro livro, a uma música ou obra de arte, eu vou atrás e mergulho nisso, às vezes faço uma playlist baseada naquele artista. Eu preciso investigar os detalhes para entender melhor o que o universo [da história do livro] está querendo me contar", diz.

O hábito introspectivo e bastante focado virou projeto a ser lançado em primeiro de março deste ano, com a sua produtora encabeçando a ideia. O Tea Time Book Club, segundo ela, será diferente de todos os outros clubes de leitura divulgados por celebridades – Reese Witherspoon e Natalie Portman são algumas que possuem iniciativas voltadas para o incentivo à leitura. "Não é aquele típico clube do livro, com encontros pontuais. Ele será imersivo, as pessoas poderão receber todos os dias informações novas a respeito daquela narrativa, autora, que eu escreva, que a própria autora compartilhe, que a minha produtora faça… Terão playlists disponíveis, artigos e/ou conversas com especialistas", explica.

A ideia principal é criar uma comunidade – fique de olho no perfil da atriz no Instagram para garantir a inscrição. Outra preocupação de Dakota é incentivar autoras mulheres, mapeadas por ela e sua equipe. "Leremos de tudo um pouco, mas os primeiros meses serão focados nesse recorte." Nós aqui já estamos ansiosas para acompanhar.