• Paula Merlo
Atualizado em
Vogue Brasil Novembro 2021 (Foto: Vogue Brasil)

Raynara Negrine veste look inspirado nos "skins" (roupas que vestem avatares) usados no jogo Free Fire na capa da Vogue de novembro (Foto: Fotos: Mariana Maltoni, Edição de moda: Pedro Sales, Beleza: Silvio Giorgio, Editora convidada: Olivia Merquior, Direção de arte: Julia Filgueiras)

Perdi as contas de quantas vezes falei e ouvi os termos metaverso e metacultura no desenrolar desta edição. O interesse pelo tema começou um pouco antes, há alguns meses, quando Mark Zuckerberg afirmou que o Facebook não se trataria mais de uma rede social, mas de um metaverso. Bom, se Zuck, o homem que domina basicamente nosso minuto a minuto online, diz com tanta autoridade que o futuro próximo está no metaverso, o primeiro passo, pensei, seria entender do que se trata este mundo novo.

Vogue Brasil Novembro 2021 (Foto: Mariana Maltoni)


Raynara Negrine veste look inspirado nos "skins" (roupas que vestem avatares) usados no jogo Free Fire na capa da Vogue de novembro (Foto: Fotos: Mariana Maltoni, Edição de moda: Pedro Sales, Beleza: Silvio Giorgio, Editora convidada: Olivia Merquior, Direção de arte: Julia Filgueiras)

Confesso que ainda sou um peixe fora d’água quando o assunto é web 3.0, mas pouco a pouco venho me situando graças a marcas e lideranças da moda. Nosso mercado sente um orgulho tremendo em ser early adopter, de fazer antes. Principalmente as grifes mais estabelecidas e antigas, como Gucci, Balenciaga e o grupo LVMH. Seja através de games, experiências virtuais 3D, avatares, criptolooks, NFTs e até hubs de inovação, fato é que: hoje é impossível ficar alheia a essas conversas que vêm ganhando cada vez mais espaço no business de moda. Não à toa, temos dedicado uma bela parte do nosso conteúdo digital de Vogue Negócios ao assunto. E, agora, boa parte desta edição também.

A provocação surgiu de um convite. Olivia Merquior, criadora da Brazil Immersive Fashion Week, me procurou para que eu participasse de uma mesa online sobre como estamos percebendo a moda digital. O convite virou papo de horas sobre o desafio de entender o metaverso — não é um bicho de sete cabeças, não é coisa só de geração Z e nós já estamos nele. Olivia me deu uma aula. Me empolguei (pergunte à redação). Tínhamos que falar sobre isso! E ela seria então nossa editora convidada desta edição, que mergulha na metacultura — e traz na capa um look inspirado nos "skins" (roupas que vestem avatares) usados no jogo Free Fire, que será desfilado no próximo SPFW, no fim do mês.

Nas próximas páginas, você vai finalmente compreender do que se trata o metaverso e por que a indústria da moda está obcecada por ele. Apresentamos também estilistas, designers e experts brasileiras que estão ajudando a arquitetar os pilares e a estética da web 3.0. E, antes que me esqueça, não deixe de passar seu celular pelos QR Codes espalhados pela revista. Eles trazem conteúdos extras e até hologramas da Raynara Negrine, nossa modelo de capa.