![Bolsas Speedy Bandoulière 40 (R$ 21 mil cada), no canvas Damier Pop, ambas LOUIS VUITTON — Foto: Xico Buny](https://s2-vogue.glbimg.com/zT6xHtbV4vBZq-WBJO0Z5_5OJFE=/0x0:2599x3249/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2024/v/d/r47vmDTHC5dLOGE39MHQ/vg545-digital30.jpg)
Em sua coleção de estreia na Louis Vuitton, apresentada em junho passado, Pharrell Williams se inspirou na energia e no brilho do sol num desfile com direito à luz poente do fim do dia em plena Pont Neuf, na capital francesa. A exuberância das bolsas chamou a atenção, em particular as novas versões da Speedy. O modelo icônico voltou com tudo em novos tamanhos e em cores saturadas, seja no canvas Damier ou em couro macio, com padronagem que reproduz o canvas Monogram.
Até pouco tempo atrás considerado um modelo de “entrada” da grife, virou o acessório mais quente da era Pharrell. Feito de couro com forro também no material, tem ferragens de metal dourado polido e uma placa na parte interna. Há também uma versão apoteótica, desenvolvida em couro de crocodilo, com uma corrente de ouro e cadeado de brilhantes e entregue dentro de um baú. Ela está disponível só sob encomenda e demanda mais de 65 horas de produção, reunindo, pela primeira vez, o trabalho de três ateliês da Louis Vuitton. Não à toa, foi batizada de Millionaire Speedy 40, nome do óculos criado em 2004 por Williams, em sua primeira colaboração com a grife.
Este não é exatamente um comeback do sucesso da Speedy. Basta lembrar as edições limitadas e colaborações da marca com artistas nas últimas duas décadas. De Stephen Sprouse a Yayoi Kusama e Takashi Murakami, todos deram novos ares e mantiveram o desejo em torno da bolsa, conhecida sobretudo na versão clássica com o canvas monogramado da marca.
Versão menor da mala de mão Keepall, a Speedy (inicialmente conhecida como Express) surgiu na década de 1930 pelas mãos de Gaston-Louis Vuitton, neto do fundador da grife, numa época em que viajar com baús e bagagens pesadas foi perdendo o sentido. Simples, leve e prática, a bolsa acabou se tornando símbolo de uma vida moderna que ganhou uma rapidez nunca antes vista graças ao desenvolvimento dos trens e à invenção dos carros. Fato curioso: a clientela inicial era essencialmente masculina. O jogo virou quando, em 1965, Audrey Hepburn pede a Henri-Louis Vuitton, bisneto de Louis Vuitton, para a bolsa ser produzida com 25 centímetros de comprimento. Até então, ela existia com 30, 35 e 40 centímetros.
A partir dali, o acessório viveu um novo boom numa sociedade com cada vez mais mulheres ativas no mercado de trabalho. Hoje, Pharrell pensa a Speedy desfilada tanto nos braços de modelos masculinos como nos de uma Rihanna grávida andando pela rua, como foi retratado na campanha. O cantor quis trazer um pouco da vida real ao item de luxo, tendo como referência a Canal Street, rua em Nova York famosa por vender versões falsas de bolsas de grife, que, muitas vezes, eram mais criativas que as originais. “Vamos nos inspirar no fato de que eles faziam as bolsas em cores que a marca nunca tinha feito. Mas faremos nos melhores couros que existem”, explicou o designer.