Wellness

Por AMEL MUKHTAR, Vogue UK

Em sua primeira entrevista de capa para a Vogue britânica, Miley Cyrus creditou a nova terapia EMDR – abreviatura para Eye Movement Desensitization and Reprocessing, que em português significa Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento dos Olhos – por ajudá-la a se curar de traumas passados. “Nesta técnica, essencialmente, você exclui as sensações físicas associadas às memórias dolorosas. O EMDR realmente me ajudou”, falou ela.

Para entender melhor como essa prática funciona, pedimos à psicoterapeuta Sanja Oakley, que recentemente apareceu no documentário da Apple TV produzido por Oprah Winfrey e Príncipe Harry, The Me You Can't See, para explicar essa abordagem psicoterapêutica, que tem crescido bastante nos últimos tempos.

O que é EMDR e como funciona?

Eye Movement Desensitization and Reprocessing (EMDR) é uma “psicoterapia poderosa e cientificamente comprovada para ajudar as pessoas a se recuperarem de eventos perturbadores que ocorreram em suas vidas”, explica Oakley. Às vezes, o cérebro fica sobrecarregado com tais incidentes e fica preso e incapaz de processar a experiência, então as emoções em torno da memória permanecem intensas.

A estimulação bilateral do EMDR ocorre através de movimentos oculares ou leves toques enquanto o paciente relata as experiências em questão. Ela aciona o sistema de processamento de informações do cérebro, que pode “ajudar a reprocessar – ou digerir – a memória para que ela não seja tão intensa”, explica ela. Remover a carga emocional significa que “as pessoas não são mais tão facilmente desestabilizadas por situações da vida que possam remeter ao trauma”.

A técnica pode acelerar o processo de superação, diz ela. “Há menos conversa envolvida do que as formas mais tradicionais de terapia. Na verdade, se você não quer falar sobre algo, existe uma maneira de processar isso com o EMDR.” No entanto, não se trata uma forma de hipnose, pois o cliente está totalmente presente na sessão o tempo todo.

Para quem o EMDR é adequado ou inadequado?

De acordo com Oakley, não é adequado para pessoas com psicose, embora atualmente existam testes de EMDR em andamento para pessoas com esse diagnóstico. “Há evidências crescentes de que está funcionando”, diz ela. Por outro lado, pode ser especialmente útil para “pessoas com lesões na cabeça e pessoas neurodiversas. É muito útil para quem lida com dissociação – mas é um processo muito mais lento.”

O EMDR ajuda na ansiedade?

A resposta curta é sim. A ansiedade aé um sintoma de muitas condições tratadas com sucesso pelo EMDR, como fobias, transtorno do pânico, ansiedade social, TEPT (Transtorno de Estresse Pós-traumático), complexos e trauma de apego. Ao direcionar as memórias às quais essas questões estão ligads, o EMDR pode “neutralizar esses eventos e reduzir a ansiedade”, diz Oakley.

O que é considerado trauma no contexto do EMDR?

“Falamos sobre traumas grandes e pequenos”, diz Oakley. Os primeiros universalmente considerados traumáticos – “desastre natural, estupro, ver um familiar assassinado” – enquanto traumas “pequenos” podem incluir “ser repreendido no trabalho, experiência crônica de invalidação, viver com um pai ou mãe deprimido, situações que nos oprimem e ficam presas no sistema de memória.”

Por que há uma controvérsia com o EMDR?

De acordo com Oakley, alguns profissionais de saúde mental ainda não entendem completamente o que faz a técnica funcionar. Mas ela acrescenta: “Sua eficácia no tratamento de traumas foi comprovada em mais de 40 ensaios clínicos e é recomendada por organizações líderes na discussão sobre saúde mental, como a Organização Mundial da Saúde”.

É possível praticar sozinho o EMDR?

Embora existam pesquisas limitadas para sugerir que o EMDR autoadministrado pode ser benéfico em alguns casos, porque é uma “ferramenta poderosa” de cura, a maioria dos médicos experientes não o recomenda. “O EMDR pode levá-lo a lugares que você não espera”, diz Oakley. Embora você possa começar em algo que considera relativamente insignificante, pode acabar em um evento opressor ou angustiante. “O papel do terapeuta é garantir um espaço seguro para processar o que quer que surja.”

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