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Nem toda mulher pode se beneficiar da reposição hormonal na fase de climatério e pós-menopausa. Mulheres com histórico de câncer hormônio-dependente (como de mama, endométrio e ovários, por exemplo), problemas hepáticos, que já sofreram AVC, infarto do miocárdio, entre outros problemas de saúde, estão nessa faixa proibitiva. Mas o que fazer com todos os sintomas do climatério e pós-menopausa, já que a reposição hormonal hoje é um dos tratamentos mais indicados para esta fase?

Há solução! Conversei com a médica Flávia Fairbanks, ginecologista com mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP, especialista em menopausa e sexualidade feminina e professora de ginecologia da Universidade de Miami, nos Estados Unidos. Abaixo, ela fala sobre alternativas para quem precisa seguir por outras alternativas para lidar com essa fase do ciclo:

Quais os tipos de reposição hormonal?

Há dois tipos: os de reposição com hormônios naturais, os bioidênticos (termo que não é universalmente aceito pela comunidade científica) e as reposições sintéticas. As formas da reposição hormonal são via oral, que normalmente são os hormônios sintéticos; via transdérmica, através de cremes manipulados, em sua maioria, com hormônios bioidênticos; ou adesivos na pele, que podem ter hormônios sintéticos ou bioidênticos.

Existe também a forma de associação de um hormônio pela pele (cremes ou adesivos) com um DIU, que libera progesterona dentro do útero. Dentro dessa modalidade, grande parte seria uma reposição bioidêntica. Há implantes hormonais, que muitas vezes são os hormônios bioidênticos, mas ainda requerem mais estudos científicos. Por isso, ainda não são recomendados pela maioria das sociedades científicas.

A reposição hormonal oral foi a primeira forma inventada. Foi criada próxima à época em que a pílula anticoncepcional entrou no mercado. E, posteriormente, entenderam que a via oral não era a melhor alternativa para as pacientes, pois poderia ter um impacto maior em relação aos riscos de efeitos colaterais, principalmente os riscos cardiovasculares e tromboembólicos. Começaram então as pesquisas de outras vias que pudessem ser usadas e a transdérmica, em que tudo que se passa através da pele, se tornou uma das mais recomendadas por questão de segurança e eficácia.

Quem não pode fazer reposição hormonal ou precisa ter cautela antes de aderir ao tratamento?

Proibidas (bandeira vermelha):

  • Têm ou já tiveram um histórico de câncer hormônio-dependente (mama, endométrio ou ovários);
  • Têm ou já tiveram histórico de um evento tromboembólico, ou seja, formação de coágulos, entupimento de artérias e veias. Pacientes que tiveram trombose nas pernas, no pulmão ou cerebral;
  • AVC;
  • Infarto do miocárdio;
  • Derrame;
  • Problemas do fígado, como insuficiência hepática ou cirrose.

Pesar os riscos e benefícios (bandeira amarela):

  • Alto risco para câncer de mama. Parentes de primeiro grau com câncer de mama ou a mulher já ter feito biópsia;
  • Pacientes com problemas de colesterol alto;
  • Já com algum grau de problema hepático;
  • Questão com espessamento endometrial;
  • Hipertensão descontrolada;
  • Diabetes descompensada.

Essas mulheres específicas têm um tratamento livre de hormônios diferenciado para cada uma?

Precisamos analisar sintoma por sintoma para um medicamento específico.

  • Ondas de calor: Existe o Veozah, lançamento nos Estados Unidos. Mas também temos alguns antidepressivos como Venlafaxina, Paroxetina, que podem ajudar neste sintoma;
  • Insônia: medicações específicas para normalizar o sono;
  • Secura vaginal: hidratantes e lubrificantes intravaginais. Existem também os lasers vaginais, radiofrequência e ultrassom microfocado;
  • Diminuição de libido: terapia multidisciplinar, que ajuda a mulher a resgatar outros aspectos da sua função sexual;
  • Perda de massa óssea: temos medicações específicas.

Além disso, restabelecer hábitos saudáveis, como manter o peso indicado, alimentação diversificada, se hidratar, prática contínua de exercícios aeróbicos e anaeróbios de 40 minutos três vezes por semana. A cada sintoma, direciona-se um tratamento. E é sempre importante ficar atento aos efeitos colaterais.

Como funciona o medicamento Veozah, livre de hormônios, para a redução dos fogachos?

Ele é uma novidade no mercado, foi lançado nos Estados Unidos em 2023. Ainda em fase de validação no Brasil. A expectativa é que esteja disponível no mercado brasileiro até o final do ano. Ele age no funcionamento que regula as ondas de calor no cérebro feminino. O fenômeno termorregulador é controlado pelo sistema nervoso, e esse sistema tem dois tipos de receptores, um deles que responde ao estrogênio e o outro que é o receptor que responde ao Veosah.

Com o estrogênio funcionando em dia antes do climatério, esse sistema compara a temperatura do corpo da mulher com o ambiente e faz o processo de resfriamento ou aquecimento do corpo feminino, de acordo com a temperatura externa. O problema é que, quando chega a menopausa, há a redução de estrogênio no organismo e esse sistema passa a ter dificuldades de se autorregular. O outro receptor que, até então estava em segundo plano, começa a funcionar sozinho. Por conta dessa "pane", o corpo passa a entender que sempre está muito frio do lado de fora e o sistema faz um superaquecimento central, o que origina as ondas de calor.

Esse medicamento equilibra esse sistema. Em vez de dar hormônios e regular o receptor que funcionava à base de estrogênio, ele vai bloquear o outro receptor que estava trabalhando sozinho e causando as ondas de calor. É uma maneira de controlar a temperatura sem precisar usar hormônio. O Veozah possui altas taxas de eficácia e preenche a lacuna de pacientes que enfrentam ondas de calor e não podem usar hormônio.

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