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    Dólar fecha semana a R$ 5,46 com alívio doméstico e dados dos EUA; Ibovespa sobe 1,9%

    Divisa soma desvalorização de 2,3% e tem primeira queda semanal desde maio após Lula mudar tom de críticas ao BC e reforçar compromisso fiscal do governo

    Nota de dólar
    Nota de dólar 22/06/2017REUTERS/Thomas White/Ilustração

    Reuters

    Os principais indicadores do mercado brasileiro encerraram esta sexta-feira (5) e a semana no campo positivo, com o alívio doméstico e dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos no radar dos investidores.

    O último dia da sessão tem o foco voltado ao payroll, um dos principais indicadores do mercado de trabalho dos Estados Unidos, com resultados moderados, reforçando aposta do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).

    O desempenho na semana também reflete o arrefecimento de tensões internas após a interrupção dos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central, além da reiteração do governo federal em buscar o equilíbrio das contas.

    Em evento em Osasco nesta sexta, Lula defendeu gastos na área social, mas voltou a dizer que o país não quebrará porque o governo tem “responsabilidade”.

    O dólar engatou a terceira queda seguida e desvalorizou 0,43% nesta sessão, fechando a R$ 5,462.

    Na semana, a divisa registrou perda de 2,29%. Esta é a primeira baixa semanal após seis semanas consecutivas de alta.

    Em 2024, porém, a moeda ainda acumula elevação de 12,60%.

    Apesar do avanço modesto, o Ibovespa garantiu o quinto pregão seguido no azul, com alta de 0,08%, aos 126.267 pontos. Na semana, o índice somou avanço de 1,9%.

    O Departamento do Trabalho dos EUA informou nesta sexta-feira que foram criadas 206.000 postos de trabalho no país em junho, acima da expectativa de analistas da Reuters de 190.000 vagas, mas menor que o número de maio.

    O número de vagas para maio ainda sofreu uma enorme revisão para baixo, a 218.000, ante 272.000 relatadas anteriormente. A taxa de desemprego subiu modestamente para 4,1% neste mês, de 4% no mês anterior.

    A renda média por hora aumentou 0,3%, como esperado, e abaixo da alta de 0,4% em maio.

    Quando somado à moderação dos preços em maio, o relatório confirmou que a tendência desinflacionária está de volta aos trilhos após o aumento da inflação no primeiro trimestre, o que também pode elevar a confiança das autoridades do Fed em relação às perspectivas de inflação.

    Os operadores elevaram ligeiramente as apostas para cortes de juros pelo Fed em setembro e dezembro após a divulgação dos dados.

    Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.

    Alívio doméstico

    A semana foi marcada pela interrupção da escalda de críticas de Lula ao BC e ao presidente Roberto Campos Neto, ao mesmo tempo que o governo federal passou a dar mais sinais de compromisso em buscar o equilíbrio das contas.

    A mudança de tom foi observada a partir de quarta-feira (3), com Lula adotando compromisso do equilíbrio fiscal durante o lançamento do Plano Safra 2024/25.

    Já Fernando Haddad afirmou durante a noite, após reunião com Lula, que o presidente determinou o cumprimento do arcabouço fiscal e o corte de quase R$ 26 bilhões de despesas.

    “Nós já identificamos, e o presidente autorizou levar à frente, R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias que vão ser cortadas, depois de que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do orçamento 2025”, anunciou o ministro da Fazenda após reunião com Lula e outros ministros.

    “Isso não é um número arbitrário. Isso é um número que foi levantado ‘linha a linha’ do orçamento daquilo que não se coaduna com o espírito dos programas sociais que foram criados para o ano que vem”, complementa.