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    Esquema liderado por Nego Di deu prejuízo superior a R$ 5 milhões para vítimas, diz polícia

    Influenciador foi preso na manhã deste domingo (12) e é investigado por estelionato; segundo a polícia, Nego Di vendia produtos pela internet e não entregava

    Rafael Villarroelda CNN* São Paulo

    A Polícia Civil do Rio Grande do Sul declarou em coletiva, na noite deste domingo (14), que o prejuízo das 370 vítimas no esquema liderado pelo influenciador e comediante Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, ultrapassa a casa de R$ 5 milhões de reais.

    Na sexta-feira (12), ele e sua esposa, Gabriela Sousa, já haviam sido alvos de uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra lavagem de cerca de R$ 2 milhões em rifas virtuais promovidas pelas redes sociais.

    Nego Di foi preso preventivamente na manhã deste domingo (14) numa casa de alto padrão em um condomínio na Praia de Jurerê Internacional, em Santa Catarina

    Gabriela Sousa foi presa em flagrante na sexta, pois os agentes encontraram uma arma de uso exclusivo das Forças Armadas, sem registro, sob posse dela.

    O humorista, que foi preso em Santa Catarina, passou por audiência de custódia, foi levado para o Palácio da Polícia Civil, em Porto Alegre, e deve ser ainda hoje encaminhado à Penitenciária de Canoas (Pecan).

    O esquema

    Segundo as investigações, Nego Di vendia produtos incluindo TVs, ar-condicionado e aparelhos celulares por um preço abaixo do mercado e não os entregava.

    Nas redes, ele dizia ter sido contratado por Anderson Boneti, que está foragido, para apenas divulgar os produtos, porém em postagens dizia ser o dono e garantia a entrega do produto aos clientes.

    Uma das vítimas do golpe, que teve um prejuízo de R$ 30 mil ao comprar dois celulares e alguns ar-condicionados, contou à CNN sobre como funcionava o esquema.

    Segundo ela, o suspeito vendeu, em 2022, aparelhos celulares com valores bem abaixo do mercado e fez a entrega para dar veracidade ao golpe.

    Logo após, ele anunciou que criaria uma loja virtual, vendendo produtos em preço baixo para todos pudessem ter acesso.

    O prazo de entrega dos produtos eram de 50 dias, o que, para a polícia, foi um plano idealizado por Nego Di para poder ludibriar outras pessoas, fazendo mais promoções para atrair mais clientes.

    A partir da procura das vítimas à polícia, houve quebra de sigilo bancário. Isso provou que, em um curto período de tempo, Nego Di recebeu mais de R$ 300 mil reais confirmando o dolo de estelionato, junto com Boneti. Ele teve a prisão preventiva decretada, mas está foragido.

    O que dizem as defesas

    A CNN procurou a defesa do humorista, que disse que irá entrar com habeas corpus, pedindo com que o suspeito responda o processo em liberdade, pois tem endereço fixo, é réu primário e está colaborando com as investigações.

    Ainda segundo o advogado que representa Nego Di, o MP-RS ofereceu a denúncia, porém seu cliente ainda não foi citado, ou seja, ainda não é réu pelo crime em questão.

    A defesa de Anderson Boneti não foi localizada até a publicação desta reportagem.

    *Sob supervisão de Douglas Porto