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Por Victor de Abreu, para o TechTudo


O ano de 2022 trouxe games que agradaram tanto público quanto crítica, suprindo as expectativas que eles mesmos criaram. No entanto, o contrário também aconteceu: títulos como Diablo Immortal e Pokémon Scarlet e Violet não conseguiram manter o nível de suas respectivas séries e causaram desapontamento aos seus fãs. E isso não ficou restrito às sequências -- franquias inéditas como The Callisto Protocol e Ghostwire: Tokyo, por exemplo, também tinham o hype do público para seus títulos de estreia, mas não entregaram tudo que os jogadores esperavam.

As quebras de expectativa aconteceram por diversos motivos, como falta de polimento, microtransações abusivas, duração curta ou mesmo problemas na estrutura dos jogos. Com isso, o TechTudo reuniu uma lista de 8 jogos lançados em 2022, entre franquias inéditas e sequências, que decepcionaram seu público. Vale ressaltar que isso não significa que os títulos sejam ruins, e sim que o resultado final não foi condizente com o que o público esperava.

Veja 8 jogos que criaram uma expectativa enorme para o público, mas que decepcionaram no lançamento — Foto: Divulgação/Krafton
Veja 8 jogos que criaram uma expectativa enorme para o público, mas que decepcionaram no lançamento — Foto: Divulgação/Krafton

Diferentemente do que muitos pensavam, Gotham Knights não faz parte do universo da trilogia Arkham do Batman, mas as comparações foram inevitáveis. Lançado em outubro e desenvolvido pela WB Games Montréal, o título é um jogo de ação com elementos de RPG em mundo aberto onde o jogador controla membros da "Batfamília": Robin, Batgirl, Asa Noturna e Capuz Vermelho. O jogo não é considerado de todo ruim, mas a espera dos fãs por um novo game da popular série Arkham, que teve como último título o Batman: Arkham Knight (2015), fez a expectativa crescer com – e a decepção veio como consequência.

De fato, Gotham Knights tem seus defeitos. O jogo foi criticado por ser considerário genérico, com combates são pouco inspirados, principalmente em lutas contra chefes. Além disso, o desempenho do game também incomodou os jogadores, já que fica travado em 30 fps nos consoles como o PlayStation 5 (PS5) e Xbox Series X. Os PCs, mesmo com hardwares de última geração, também tiveram dificuldades para manter o jogo com o framerate alto. Como pontos positivos, está a boa história, que se passa após a morte do Batman, e interessantes opções de customização, mas isso não salva Gotham Knights das críticas.

Gotham Knights não convenceu os fãs da trilogia Arkham, embora tenha seus pontos positivos também — Foto: Divulgação/Warner Bros. Games
Gotham Knights não convenceu os fãs da trilogia Arkham, embora tenha seus pontos positivos também — Foto: Divulgação/Warner Bros. Games

2. Scorn - PC, Xbox Series X/S

Scorn é um game desenvolvido pelo estúdio indie Ebb Software e que teve seu primeiro anúncio realizado em 2014. Não demorou para o público de jogos de survival horror ser atraído por sua direção de arte. Todo aquele estilo macabro em personagens, construções e no design geral de mundo deixaram os jogadores ansiosos pelo que estava por vir. Afinal de contas, os trailers lançados ano após ano não revelavam todos os detalhes de Scorn e aumentavam a ansiedade dos curiosos com essa dose de mistério em relação ao seu estilo de gameplay.

Scorn ficou disponível em outubro para PC, Xbox Series X e Xbox Series S. Aqueles que prestavam mais atenção aos trailers imaginavam um game de tiro em primeira pessoa com elementos de horror no estilo de Doom, por exemplo. Embora tenha sido elogiado por seus quebra-cabeças inteligentes e, novamente, por sua direção de arte, a parte do FPS não era nada daquilo que os jogadores esperavam. O combate foi considerado monótono e, de certa forma, desnecessário, sendo esta a principal causa da decepção em relação ao Scorn. Além disso, o jogo foi criticado por ser muito curto, com uma campanha que gira em torno de seis horas.

Scorn desagradou aqueles que esperavam por um game de tiro violento aos moldes de Doom — Foto: Divulgação/Ebb Software
Scorn desagradou aqueles que esperavam por um game de tiro violento aos moldes de Doom — Foto: Divulgação/Ebb Software

3. The Dark Pictures: The Devil in Me - PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, PC

The Dark Pictures: The Devil in Me é o quarto e último título da primeira temporada de The Dark Pictures Anthology, o drama interativo de terror desenvolvido pela Super Massive. Os títulos anteriores foram Man of Medan (2019), Little Hope (2020) e House of Ashes (2021). Alguns deles receberam avaliações divididas entre a crítica e os jogadores, mas não era raro vê-los sendo indicados em algumas premiações famosas dos videogames, inclusive com algumas vitórias. Por Devil in Me ser o último capítulo dessa temporada de The Dark Pictures Anthology, esperava-se uma ótima conclusão, mas não foi bem isso que aconteceu.

The Devil in Me seguiu com o mesmo estilo de focar nas escolhas dos jogadores para definir os passos da história. Porém, esse foi um dos pontos criticados, visto que o conjunto como um todo traz pouca satisfação nas consequências. Há também críticas em relação à demora para o jogo engrenar de fato e passar a divertir o jogador, além da grande dificuldade em salvar certos personagens. Devil in Me acerta em sua atmosfera aterrorizante e nas doses de violência, representada em mortes terríveis, mas deixou a desejar como conclusão. O jogo saiu para PlayStation 4 (PS4), PlayStation 5 (PS5), Xbox One,Xbox Series X/S e para PC.

The Dark Pictures: Devil in Me é um jogo interessante que acabou não tendo o impacto que uma conclusão deveria ter — Foto: Reprodução/Steam
The Dark Pictures: Devil in Me é um jogo interessante que acabou não tendo o impacto que uma conclusão deveria ter — Foto: Reprodução/Steam

4. The Callisto Protocol - PS5, Xbox Series X/S, PS4, Xbox One, PC

The Callisto Protocol, jogo desenvolvido pela Striking Distance Studios, causou uma excelente impressão já em seu primeiro anúncio oficial, realizado durante o The Game Awards 2020. O gênero survival horror parecia estar representado com excelência, fosse com trailers focados na história ou naqueles que apresentavam detalhes de sua gameplay. Fãs de Dead Space, em especial, se encheram de expectativas. Isso não se deu somente por algumas semelhanças existentes entre os dois títulos, mas também pelo diretor de The Callisto Protocol ser Glen Schofield, co-criador de Dead Space.

Seu lançamento ocorreu no dia 2 de dezembro, e tudo aquilo que se esperava sobre o jogo ser uma espécie de sucessor espiritual do clássico do horror ruiu em pouco tempo. The Callisto Protocol agrada em utilizar bem dos gráficos de última geração para levar belos visuais e uma exuberante atmosfera para os jogadores. No entanto, o combate no jogo é uma mistura confusa de ideias, seu design linear não funciona bem e há muitas tentativas falhas em aproveitar do gênero de terror. Sua história também foi criticada, os personagens foram considerados desinteressantes e houve muitos problemas de performance no lançamento, sobretudo na versão de PC.

The Callisto Protocol conta com poucos acertos e não confirma as previsões de ser um Dead Space melhor — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand
The Callisto Protocol conta com poucos acertos e não confirma as previsões de ser um Dead Space melhor — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

5. Pokémon Scarlet e Violet - SW

Os games de Pokémon desenvolvidos pela Game Freak em parceria com a Nintendo sempre enchem seus fãs de expectativa. Afinal, todos gostam de ver quais serão os monstrinhos de uma nova geração, principalmente os três iniciais que o jogador poderá escolher no começo de sua aventura. Com Pokémon Scarlet e Violet não foi diferente, ainda mais que já se mostrava um projeto ambicioso desde os primeiros anúncios. Vemos a expansão de seu estilo clássico, abrindo ainda mais espaço ao mundo aberto, novos monstrinhos carismáticos, excelente música e a adição de muitos conteúdos inéditos.

Pokémon Scarlet e Violet poderia ser um lançamento excelente, mas a forma como ele chegou nas mãos dos jogadores foi muito criticada, ainda mais levando em consideração que se trata de uma franquia de renome. A quantidade enorme de bugs e gráficos pouco inspirados foram alvos de muitas reclamações entre jogadores e crítica. A impressão é de que o jogo foi liberado para o lançamento antes de estar pronto de verdade, ficando bem abaixo de Pokémon Legends: Arceus enquanto produto final. O jogo está disponível no Nintendo Switch.

Pokémon Scarlet e Violet conta com boas ideias, mas aparenta ter sido lançado antes de estar realmente pronto para ser entregue — Foto: Reprodução/The Pokémon Company
Pokémon Scarlet e Violet conta com boas ideias, mas aparenta ter sido lançado antes de estar realmente pronto para ser entregue — Foto: Reprodução/The Pokémon Company

6. Diablo Immortal - And, iOS, PC

Diablo é uma das franquias mais e antigas e de maior sucesso da Blizzard. Um novo jogo sendo anunciado sempre causará certo alvoroço, como acontece no momento com o Diablo 4. Em 2018, houve o anúncio de Diablo Immortal, o segundo jogo mobile, para Android e iPhone (iOS), desenvolvido pela Blizzard após seu trabalho com Hearthstone. Essa ida para o mobile foi alvo de críticas pelos jogadores em um primeiro momento, mas o potencial apresentado posteriormente, ainda mais se tratando de um jogo free to play, parecia ser ótimo ao ponto de fazer os críticos ficarem mais pacientes e ansiosos até terem o game em mãos.

A princípio, Diablo Immortal confirmaria aquelas expectativas finais. Os lindos visuais, a gameplay bastante viciante e um rico conteúdo eram qualidades de um jogo com um brilhante futuro. Porém, não demorou para todos perceberem o pior problema de Diablo Immortal: microtransações. Depois de um tempo, o game praticamente obriga o jogador a pagar para evoluir seu personagem. Para piorar, é necessário ter sorte para pegar os melhores itens disponíveis e ficar forte para concluir maiores desafios.

Diablo Immortal rendeu polêmicas devido ao seu sistema abusivo de microtransações — Foto: Divulgação/Blizzard
Diablo Immortal rendeu polêmicas devido ao seu sistema abusivo de microtransações — Foto: Divulgação/Blizzard

7. Ghostwire: Tokyo - PS5, PC

Um nome como Shinji Mikami, criador da franquia Resident Evil, à frente de um projeto como Ghostwire: Tokyo leva a expectativas altas, sobretudo ao lembrar de The Evil Within e The Evil Within 2, trabalhos que já tiveram a marca da Tango Gameworks e deram muito certo. Na E3 2019, o game mais recente de Mikami foi revelado com poucos detalhes, mas chamou bastante atenção de seus admiradores. Eventualmente, gameplays com uma ação desenfreada em primeira pessoa, mesclando a utilização de ataques físicos e paranormais, causaram uma impressão ainda mais positiva ao projeto.

Lançado no dia 25 de março, Ghostwire Tokyo pareceu confirmar as expectativas em um primeiro momento. Porém, o problema aparece depois de algumas horas de jogo, quando se evidencia a falta de profundidade no combate, o desperdício em relação ao mundo aberto, a falta de desafios e a pouca variedade de inimigos. Vale destacar que o título está longe de ser péssimo, contando com boa história e belos visuais, mas não chegou ao nível que o público esperava.

GhostWire: Tokyo é uma excelente ideia de Shinji Mikami, mas que não conseguiu conquistar de verdade os jogadores — Foto: Divulgação/Steam
GhostWire: Tokyo é uma excelente ideia de Shinji Mikami, mas que não conseguiu conquistar de verdade os jogadores — Foto: Divulgação/Steam

Os fãs de Saints Row encararam longos anos de hiato, desde o lançamento de Saints Row 4 (2013), até verem um novo jogo da franquia da Volition sair do forno. Em agosto de 2019, a desenvolvedora confirmou que estava trabalhando no retorno de Saints Row, título este entraria como um reboot da saga. O anúncio oficial aconteceu em 2021 com um trailer, que fez alguns fãs criticarem as escolhas de design, dando a entender que a Volition teria abandonado o estilo mais "peculiar" que consagrou a franquia em troca de personagens mais genéricos. No entanto, o sistema de customização apresentado foi o bastante para dar esperanças no novo título.

Então, Saints Row foi lançado no dia 23 de agosto de 2022 e não demorou muito para ser atingido por uma enxurrada de críticas. Os jogadores reclamaram das mecânicas utilizadas no jogo, da Inteligência Artificial dos NPCs e da história, que não lembrava em nada o que a franquia havia mostrado em seus jogos anteriores. Uma série de bugs também se destacaram no reboot e serviram como mais uma razão para os jogadores não perdoarem a Volition.

Reboot de Saints Row não honrou o legado da franquia e decepcionou fãs — Foto: Reprodução/Epic Games Store
Reboot de Saints Row não honrou o legado da franquia e decepcionou fãs — Foto: Reprodução/Epic Games Store

Com informações de Gamerant, CBR (1 e 2), Whatculture, Gamingbolt, WhyNow e Dexerto

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