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Por Paulo Alves, para o TechTudo

A tecnologia de carregamento rápido presente em celulares mais recentes, como Galaxy S21 e iPhone 12, desperta em usuários algumas dúvidas sobre a conservação da bateria. A duração da autonomia do smartphone é um fator cada vez mais importante para decidir se vale a pena ou não investir num modelo.

Embora o carregamento rápido esteja se tornando cada vez mais popular, consumidores ainda se questionam sobre mitos e verdades que pairam sobre a tecnologia. A lista de dúvidas vai desde superaquecimento até possíveis danos à bateria. Confira, a seguir, o que os especialistas dizem sobre o assunto.

Entenda como funciona e riscos do carregamento rápido no celular — Foto: Divulgação/Xiaomi
Entenda como funciona e riscos do carregamento rápido no celular — Foto: Divulgação/Xiaomi

Carregamento rápido estraga a bateria?

O uso de um carregador rápido não causará danos à bateria do telefone no longo prazo, a menos que haja alguma falha técnica na bateria ou nos componentes eletrônicos do carregador. Isso ocorre porque a recarga da bateria em modo rápido não é linear, já que usa potência máxima apenas quando a bateria está em níveis muito baixos, com o objetivo de restaurar a autonomia do smartphone no menor tempo possível.

Em regra, o dispositivo pode adquirir uma carga de 50% a 70% nos primeiros 10, 15 ou 30 minutos. Em seguida, o mecanismo reduz progressivamente a potência de carregamento à medida que se aproxima do máximo de carga.

No entanto, para garantir que o carregamento rápido funcione corretamente sem causar danos à bateria, carregador e telefone precisam ser compatíveis com a tecnologia, tanto para efeitos de desempenho quanto por segurança. Além disso, também por medida de segurança, é recomendável utilizar o carregador original que acompanha o smartphone. Assim, o usuário tem a certeza de que o acessório irá trabalhar na voltagem correta e fornecer a corrente conforme os requisitos da bateria.

Deixar na tomada depois de 100% causa danos?

Não. Deixar o telefone na tomada após atingir 100% da carga não prejudica o aparelho porque as baterias modernas, feitas de íons de lítio, são equipadas com mecanismos inteligentes feitos para interromper automaticamente o recebimento de energia quando já estão suficientemente carregadas. Embora o aparelho permaneça conectado à tomada, a bateria para de transmitir energia quando atinge 100% de sua capacidade e não sofre os efeitos da sobrecarga, superaquecimento ou diminuição do seu tempo de vida, como ocorria nos telefones antigos.

Além disso, alguns dispositivos usam inteligência artificial para aprender a rotina de carregamento do usuário e otimizar a recarga com o objetivo de diminuir o impacto sobre a vida útil da bateria.

É o caso, por exemplo, dos iPhones com sistema iOS 13 e posteriores, que contam com a função “Carregamento Otimizado”. Ela avisa o usuário quando a bateria atinge 80% e prevê que o aparelho ficará conectado ao carregador por mais tempo que o necessário. O recurso atrasa o tempo de reabastecimento ao mesmo tempo em que garante que a bateria atingirá os 100% antes que o telefone seja desconectado. É importante lembrar, no entanto, que a tecnologia funciona melhor para usuários que seguem uma rotina no uso do smartphone.

É melhor esperar o celular descarregar antes de colocar no carregador?

Não. Diferentemente dos modelos antigos, as baterias de íons de lítio não viciam, portanto não existe um impeditivo para carregar o aparelho antes de 0%. Fabricantes como a Samsung, por exemplo, advertem que é recomendável, no entanto, manter o aparelho na faixa dos 20% a 80% para obter níveis ideais de carregamento.

De acordo com especialistas, esperar o telefone descarregar até o fim pode, inclusive, encurtar a vida útil da bateria. É por isso que sistemas de gerenciamento incluem recursos de segurança que desligam o telefone quando ele atinge um nível de energia com segurança acima de 0, evitando sua descarga completa.

É normal o celular esquentar demais carregando?

Durante o carregamento é normal que a temperatura do celular suba um pouco porque ela tem um funcionamento baseado em reações químicas que produzem calor. No entanto, um superaquecimento acima dos 35º Celsius pode ser indicativo de algum problema nos componentes do aparelho ou na bateria.

Para evitar superaquecimento e consequente degradação da bateria, é recomendável evitar usar o celular enquanto ele estiver recarregando. Além disso, o usuário pode verificar se o sistema acusa algum aplicativo específico de falhas constantes e checar a presença de softwares maliciosos que podem afetar o funcionamento do aparelho.

É importante também ficar atento ao uso de carregadores originais, já que acessórios de baixa qualidade podem trazer problemas e contribuir para o superaquecimento.

Teremos bateria infinita em um futuro próximo?

Aumentar a capacidade das baterias sem tornar os smartphones maiores parece ser um grande desafio para as fabricantes. No entanto, aparelhos como o Galaxy M62, com bateria de 7.000 mAh, e o Archos X67 5G, com 8.000 mAh, prometem até dois dias de autonomia. Embora não ofereçam “bateria infinita”, este período prometido seria impensável até pouco tempo atrás.

A novidade alentadora é que cientistas vêm trabalhando no desenvolvimento de tecnologias que podem reduzir o consumo de energia e aumentar o rendimento da bateria. Uma pesquisa em fase experimental em Singapura tenta diminuir o consumo da bateria em até 80% por meio de um chip programado para gerenciar os recursos do aparelho quando não há necessidade de alto desempenho. Outra via seria o uso de componentes com melhor desempenho.

Com informações de CNET e Apple

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