Uma cinquentona bonita e bem-sucedida com quatro casamentos desfeitos procura recompor sua vida amorosa e se engaja num daqueles aplicativos da internet. Ela então conhece aquele que parece o par perfeito: um sujeito bonitão, que se diz membro do Médicos Sem Fronteiras, cavalheiro e amante cheio de talentos. Só que não. Essa é a premissa de “Dirty John”, produção do Bravo (ainda no ar nos EUA, disponível no iTunes e prometida pela Netflix). Estrelada por Connie Britton, a série contra a história real de Debra Newell e John Meehan (Eric Bana). É uma adaptação de um trabalho do podcast do repórter do “Los Angeles Times” Christopher Goffard. Ou seja, o espectador mais curioso pode pesquisar na internet qual foi o desfecho desse enredo. Aliás, cuidado: daqui para a frente tem spoiler.
Os dois logo começaram a namorar. Dois meses mais tarde, foram morar juntos numa casa cara, alugada por ela. Embora os filhos de Debra tenham notado de imediato que havia algo de muito errado com o padrasto, ela se recusava a encarar os fatos. Aos poucos, as evidências foram se impondo: John não era médico, nunca integrou o MSF e seu passado é para lá de nebuloso. Abusando da paixão de Debra, ele foi armando o circo: se apossou do dinheiro dela e instalou câmeras para controlar seus passos. Até que, pressionada pela família, ela se rendeu ao óbvio. Para depois recuar. “Dirty John” conta essa história, que é de assédio moral, de prisão psicológica, de fragilidade emocional e de cegueira voluntária. A série eletriza e Connie Britton merece todos os aplausos. Não perca.
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