Dira Paes, Marcos Palmeira e Karine Teles em 'Pantanal' (Foto: Globo)
Construir um personagem ficcional é sempre um desafio, mas oferece uma certa liberdade para o ator. Não há modelos prévios a seguir. Tudo está em aberto: o gestual, a caracterização, o sotaque e a intensidade da emoção. É o oposto do que acontece quando se trata da segunda fase de uma novela. Penso nisso quando assisto a “Pantanal”. Marcos Palmeira, Karine Teles e Dira Paes são ótimos exemplos de profissionais que conseguiram atravessar todos os obstáculos que envolvem essa tarefa. Eles assumiram papéis centrais da primeira fase e que estiveram a cargo de colegas talentosos. A simetria era importante para garantir a credibilidade.
Assim, Marcos Palmeira vem emocionando todas as noites com o José Leôncio que recebeu de Renato Góes, o protagonista da etapa inicial. Karine absorveu a composição de Bruna Linzmeyer. Sua missão é dificílima, já que, agora, Madeleine não tem mais os sonhos e o brilho da juventude. Mas quem duvida que a atriz esteja dominando tudo? E Dira sucedeu a Letícia Salles com a competência de sempre. Além do talento de todos, há um esforço para garantir a coerência. Não é simplesmente uma repetição: são os mesmos personagens em outro momento da vida, mais maduros. Está tudo muito bonito. Merece a sua atenção.
Antes de terminar, aproveito para recomendar “A primeira dama”, série na Paramount+. Viola Davis, Michelle Pfeiffer e Gillian Anderson são Michelle Obama, Betty Ford e Eleanor Roosevelt. Mesmo que indiretamente, tem a ver com o tema desta coluna.
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