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Por — Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Estado de Goiás divulgou um vídeo do momento da prisão do pastor evangélico e fundador da igreja Casa, Davi Vieira Passamani, quando ele chegava para participar de um louvor em Jardim Goiás, em Goiânia. Ele foi preso no final da tarde desta quinta-feira. A prisão preventiva dele foi decretada pela Justiça após denúncia de assédio sexual feita por uma fiel da igreja, no final do ano passado.

Ela denuncia ter sido importunada sexualmente pelo pastor. Passamani havia sido denunciado pelo mesmo crime em 2020, por outras mulheres, mas o caso foi arquivado. A última vítima registrou boletim de ocorrência em 20 de dezembro de 2023, relatando que o líder religioso mandou mensagens falando sobre sexo, descrevendo fantasias eróticas.

Davi Passamani: veja o momento da prisão do pastor suspeito de crimes sexuais

Davi Passamani: veja o momento da prisão do pastor suspeito de crimes sexuais

De acordo com a polícia, é a terceira vez que o pastor é investigado por crimes sexuais em desfavor de fiéis. A polícia ainda alegou 'grave risco a ordem pública, já que o autor praticou o delito sexual valendo-se do seu exercício religioso'.

Para a advogada de defesa das vítimas, Taisa Steter, a prisão só foi possível a partir da denúncia do caso nas redes sociais pela primeira vítima, em 2020. A denúncia teria motivado as outras vítimas a fazerem a acusação. O caso mais recente, para a advogada, motivou a delegada Amanda Menuci Petelinkar, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Goiânia, a levar Passamani à prisão.

— A repercussão dos crimes envolvendo Davi Passamani, com a denúncia de outubro de 2023, no curso do inquérito policial, contribuiu para que a delegada entendesse a necessidade de decretar a prisão preventiva — afirmou.

De acordo com o advogado Leandro Silva, advogado de Passamani, a delegada teria relatado que a prisão foi necessária apenas porque Passamani estaria “apresentando risco à sociedade”, por ainda realizar os louvores na igreja.

A advogada das vítimas afirma que Passamani encontrava “meios de descobrir o telefone” das vítimas, frequentadoras da igreja, para então começar “sua empreitada de violência de gênero para satisfazer seus desejos sexuais”.

Em dezembro de 2023, uma semana após ser denunciado, o pastor afirmou que iria se afastar da sua igreja.

Entenda o caso

Davi Passamani era pastor da igreja Casa, e foi acusado de crimes sexuais contra membros do templo religioso pelo menos duas vezes. Em dezembro, ele chegou a renunciar ao cargo de presidente e líder, após a denúncia de uma fiel.

Em um dos casos, a mulher registrou ocorrência no dia seguinte ao assédio. Segundo ela, o pastor a enviou uma mensagem de texto e perguntou se estava tudo bem. Depois, perguntou sobre o namorado dela e descobriu que o relacionamento havia acabado.

O então pastor pediu, então, que a vítima fizesse algumas “confissões”, e passou a narrar uma fantasia sexual. Ainda segundo a mulher, ele fez uma chamada de vídeo, mostrou o pênis, desligou a câmera e iniciou uma masturbação. Então, desligou o celular e enviou novas mensagens. Ela não respondeu.

Antes, em 2020, outra fiel denunciou Davi e disse que ele perguntou sobre sua vida sexual durante uma conversa. O pastor teria dito, ainda, que queria “sentir seu beijo” e contou ter tido um sonho com ela. No mês seguinte do mesmo ano, outra mulher procurou a polícia e denunciou o sacerdote pelo mesmo crime.

O pastor estava em um “louvor”, no momento da prisão. Em nota enviada ao GLOBO, o advogado Leandro Silva, que defende Davi Passamani, afirmou que a prisão estaria relacionada a um inquérito aberto no fim de 2023, em uma das denúncias de assédio. As informações deste inquérito são “vazias, lacunosas e genéricas”, segundo o advogado, que diz ter entrado com pedido de habeas corpus.

A defesa de Passamani afirma, ainda, que a autoridade policial teria afirmado, no ato da prisão, que a presença do ex-pastor da igreja Casa em louvores representa risco de novas ocorrências de assédio, e acusa a polícia de ter se negado “a entregar a cópia da decisão judicial que fundamentou a prisão”. Leandro Silva diz que a defesa "desconhece qualquer ordem judicial que impeça" Davi de participar de práticas religiosas.

“Davi Passamani nunca foi condenado criminalmente por tipo penal de assédio sexual e a defesa nega tais acusações. Reafirma-se, mais uma vez, que tudo não passa de uma conspiração para destruição de sua imagem e investida ilegítima de seu patrimônio, ruína financeira, bem como o impedimento de qualquer prática religiosa. No momento estratégico adequado, seus conspiradores, todos eles, serão representados e seus nomes divulgados”, diz o advogado, em nota.

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