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Por — Rio de Janeiro

Agentes da Polícia Civil dos estados de São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro prenderam sete pessoas nesta quarta-feira, por suspeita de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e crimes contra saúde pública. Entre os sete presos, foram detidas três influencers do Distrito Federal, que faziam propaganda de óleo de maconha para cigarros eletrônicos — os vapes — no Instagram.

De acordo com a investigação da polícia, o produto era importado do Paraguai, vindo dos EUA, escondido em potes de cera de depilação. O óleo, vendido como refil para os vapes, era vendido em sites pelo grupo criminoso. Entre os presos, estão os desenvolvedores das plataformas de venda dos produtos. Um deles foi detido em Nova Iguaçu.

O grupo contratava influenciadoras digitais de diversas partes do país para divulgar os produtos nas redes sociais. As três que foram detidas são Rhaynara Didoff, Letícia Susane Correia Castro e Elisa de Araújo Marden.

Rhaynara Didoff tem quase 40 mil seguidores no Instagram, onde se apresenta como cantora, atriz e humorista. De acordo com investigadores da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), foram encontradas provas materiais de que Didoff foi contratada pela rede para fazer propaganda do produto feito de óleo de maconha. Em seu arroba no Instagram, Rhaynara se apresenta como Highnara. O "high" significa estar "alto", em alusão aos efeitos da substância no organismo.

Rhaynara se apresenta como comediante, atriz e humorista nas redes — Foto: Reprodução / Instagram
Rhaynara se apresenta como comediante, atriz e humorista nas redes — Foto: Reprodução / Instagram

Elisa Marden tem mais de seis mil seguidores, onde publica fotos de viagens e com amigos e famílias. Ela tem um segundo perfil menor no Instagram no qual ela faz humor envolvendo situações com a maconha (que ela chama de "humor canábico" em seu perfil). Ela também é acusada de incentivar a compra dos produtos ilegais, anunciando a página "aureacreatiohm", que vende utensílios para uso da maconha. Em uma das últimas publicações do perfil da influencer, ela — que se identifica como "empresária" — apresenta uma série de acessórios relacionados ao uso da droga.

Elisa Marden foi uma das influencers presas em operação nesta quarta-feira — Foto: Reprodução/Instagram
Elisa Marden foi uma das influencers presas em operação nesta quarta-feira — Foto: Reprodução/Instagram

Já Letícia Castro publica imagens dela utilizando o produto de óleo de maconha em praias, em posts e stories no Instagram. Ela mostra cigarros eletrônicos com alto nível de THC. O perfil dela no Instagram ainda não foi encontrado.

Letícia Castro anunciava cigarros eletrônicos em seu perfil — Foto: Reprodução
Letícia Castro anunciava cigarros eletrônicos em seu perfil — Foto: Reprodução

Entenda o caso

A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), deflagrou a Operação Refil Verde, no âmbito da Operação Nárke do Ministério da Justiça. O objetivo é desmantelar uma rede criminosa que operava lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e crimes contra a saúde pública.

A operação, que contou com técnicas especiais de investigação e a colaboração do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), identificou nove integrantes do grupo criminoso e bloqueou contas bancárias de pessoas jurídicas e físicas.

Para impedir a continuação das ações criminosas da organização, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Até o momento, as equipes prenderam três pessoas no Distrito Federal, uma no Rio de Janeiro e três em São Paulo.

No Rio, os agentes cumpriram um mandado de prisão e um de busca e apreensão. As diligências ocorreram no bairro de Valverde, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.

Segundo as investigações, a organização criminosa adquiria contas bancárias em nome de terceiros, utilizava empresas fantasmas e documentos falsos, aplicavam tecnologia de deepface para burlar a segurança de aplicativos bancários e várias camadas de proteção para operar um complexo sistema de lavagem de dinheiro proveniente do mercado ilícito das drogas. Eles compravam óleo de cannabis de fornecedores dos Estados Unidos, que entravam no Brasil pelo Paraguai. A droga, em grande quantidade, era remetida envasada em potes de cera de depilação.

Quando entravam no Brasil, por Foz do Iguaçu, os produtos eram enviados para a capital paulista, onde parte do bando manipulava as drogas, envasando-as em refis de cigarros eletrônicos, frascos de CBD e outros suportes. Os criminosos anunciavam por redes sociais que estavam vendendo diferentes genéticas de maconha, quando, na verdade, misturavam o óleo a solventes e aromatizantes.

O grupo mantinha websites e contas em redes sociais para o comércio eletrônico dos produtos, informando que estavam vendendo remédios para diversos tipos de doenças. Profissionais de tecnologia da informação do Rio de Janeiro eram responsáveis pela construção das plataformas de comércio eletrônico, colaborando com a lavagem de dinheiro a partir da automatização dos pagamentos e utilização de documentos e dados falsos no contato com a rede bancária. O esquema contava, ainda, com influenciadores digitais de diversas partes do país, contratados para expandir as vendas.

Parte dos insumos para a construção dos cigarros eletrônicos para o consumo da cannabis e para a elaboração de outros produtos vinha da China e do Rio de Janeiro, personalizada com a logomarca do esquema criminoso. Os líderes do grupo estavam sediados no interior do estado de São Paulo e não tinham contato direto com as drogas que eram enviadas a traficantes e usuários por meio de contrato com a empresa privada e postadas pelos Correios. As informações são da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Os líderes do grupo, sediados no interior do Estado de São Paulo, não tinham contato direto com as drogas que eram enviadas a traficantes e usuários por meio de contrato com empresa privada e postadas pelos correios.

Para garantir que as operações ilícitas ocorressem de forma segura e sem rastreamento, os criminosos operavam remotamente. “Até as mulas que postavam os produtos nos correios conduziam veículos de luxo e chama a atenção a participação ativa de mulheres, não somente atuando como colaboradoras de seus companheiros, mas exercendo também liderança nas ações criminosas”, destaca o delegado Rogério Henrique de Oliveira, coordenador da Cord. “Além disso, o grupo, para promover a venda das drogas, tentava atingir um público maior, alegando funções terapêuticas para os produtos. Uma falsa propaganda”, completa o delegado.

Ao g1, a defesa de Elisa e Rhaynara enviou uma nota:

"Defesa de Elisa Marden e Rhaynara Didoff

Em relação ao recente caso de tráfico de drogas que envolve a defesa gostaria de esclarecer que até o momento não teve acesso ao inquérito correspondente. Esta falta de acesso dificulta nossa capacidade de analisar detalhes e apresentar uma defesa robusta.

Entretanto, mesmo diante dessa situação, é importante ressaltar que consideramos a prisão atualmente imposta como desnecessária. A defesa está trabalhando diligentemente para obter acesso ao inquérito e, assim que possível, apresentará um pedido de liberdade ou outras medidas adequadas para garantir os direitos legais das investigadas.

Estamos comprometidos em cooperar plenamente com as autoridades e confiantes de que a verdade prevalecerá no desenrolar deste caso.

Advogados - Caio Vitor Gomes Nogueira, Luís Gustavo Delgado Barros e Fabrício Martins Chaves Lucas"

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