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Por , Em O Globo — Rio de Janeiro

Uma das maiores atrações da Bienal do Livro, a autora Julia Quinn já se acostumou com as novas obrigações de celebridade pop. Mesmo que isso envolva fazer coisas completamente fora da rotina, como se apresentar para 50 mil fãs em um baile com temática de sua criação mais famosa, a série de livros "Bridgerton".

— Não sou muito festeira, mas é divertido se arrumar às vezes — diz a autora americana, de 53 anos . — De qualquer forma, essa já não é mais a minha vida.

Foi um fim de semana agitado para Quinn. Além de participar do baile no sábado, ela lançou o novo livro do universo "Bridgerton", intitulado "Rainha Charlotte" (Arqueiro). Nesta entrevista realizada algumas horas antes do baile, ela falou sobre as razões do sucesso de seus livros entre as leitoras mulheres e confidenciou um pouco de suas próprias inseguranças na adolescência.

Ao contrário do que aconteceu com os outros livros de "Bridgerton", você escreveu "Rainha Charlotte" depois da história virar série de TV. Como foi a experiência?

Foi a primeira vez que escrevi um livro que já tinha um material original, então foi bem diferente. Shonda Rhimes escreveu seis roteiros diferentes e os enviou para mim. Transformar aquilo em um romance foi como montar um quebra-cabeças, tive que acessar uma parte diferente do meu cérebro de escritora. Mas foi divertido. Odeio essa expressão, mas às vezes é bom "sacudir as coisas".

Você teve total liberdade para escrever o que quisesse?

Tive sim. Há elipses entre as cenas em que não havia nenhuma informação do que havia acontecido, de como os personagens chegaram a tal lugar, então eu tive que adicionar algumas coisas. Incluí muitas conversas entre Charlotte e as Lady Danbury, para o leitor poder entender como a amizade delas foi construída. Você ganha mais do que está na série de TV, porque lá não tem tempo para isso.

E como os fãs reagiram?

Ouvi algumas algumas pessoas dizendo que não havia nada de novo. Mas, bem, não tinha como não seguir a história, você não vai ver algo diferente. Mas pode conseguir mais. Por exemplo, a cena em que George tem um surto e corre pelo jardim. No livro você a vê pelo ponto de vista dele, na cabeça dele. Você captura sentimentos íntimos de uma outra forma que não aparece na série.

Muitas leitoras aqui na Bienal falam que seus livros as empoderaram. Você sente que as ajuda a se sentirem mais confortáveis com seus desejos?

Eu espero que sim. Mas você menciona desejo, e acho importante dizer que não é só desejo sexual ou romântico. É também o desejo de aprender, de se conectar com outra pessoa. Acredito que isso tocou em sentido interior das pessoas. Especialmente porque as personagens mulheres não são perfeitas. Elas cometem erros e acho que essas imperfeições ajudam as leitoras a se conectar com elas. Os erros as tornam mais reais.

Existe um outro elemento forte em seus livros, que é a necessidade de se adequar a um ambiente, de cumprir com as expectativas dos outros...

Podemos não ter tanto dinheiro ou títulos de nobreza e nem serem tão lindos como as pessoas da série, mas acho que todos nós nos identificamos com esse sentimento, o de tentar conquistar o seu lugar no mundo.

Você colocou suas próprias experiências nos personagens?

Eu sempre coloquei um pouco de mim em cada personagem. Mas, no início, Penelope é a que eu me identificava mais. E eu realmente aproveitei algumas de minhas experiências ao crescer, meus sentimentos e inseguranças. Acho que isso deixou tudo mais palpável, porque muitas pessoas disseram que era que talvez isso tenha feito com que parecesse mais palpável, porque ouvi muitos leitores dizendo coisas como do tipo: "Você me espionava no colégio? Porque é exatamente como eu me sentia nessa época".

E quais eram as suas inseguranças nessa época?

Iguais as de todo mundo. Acho que a pior coisa que você pode fazer nessa época é se esforçar demais. Eu perguntava coisas do tipo: "Estou dizendo algo errado? Por que isso soou tão bem na minha cabeça e tão mal na minha voz? Por que os meninos gostam daquela pessoa?" Mas quando você descobre como mostrar tudo isso em algum personagem, de uma maneira que não seja banal e cafona, sem ser só sobre você e sem parecer que você está zombando dele nem sentindo pena, então as pessoas se identificam. E também gostam, porque sabem que ele vence no final.

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