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Suzane von Richthofen e os irmãos Cravinhos — Foto: Arquivo
Suzane von Richthofen e os irmãos Cravinhos — Foto: Arquivo

O jornalista paraense Ullisses Campbell lança nesta quinta-feira (5), no Rio, a trilogia “Mulheres assassinas”. Publicada pela editora Matrix, é composta pelos best-sellers “Suzane — Assassina e manipuladora”; “Elize Matsunaga — A mulher que esquartejou o marido”; e “Flordelis — A pastora do diabo”.

As três obras contando a vida das criminosas foram atualizadas. Entre as novidades estão detalhes sobre a recente gravidez de Suzane von Richthofen, que planejou o assassinato dos pais, em 2002. A nova edição também apresenta uma entrevista com Daniel Cravinhos, um dos cúmplices de Suzane no crime.

No livro sobre Matsunaga, o autor mostra que, após cumprir sua pena, a assassina do marido, Marcos Matsunaga, chegou a falsificar atestado de antecedentes criminais e hoje dirige transporte de aplicativo. Campbell atualizou a parte de Flordelis com uma entrevista com a pastora, presa em 2021 pela morte do marido.

O lançamento será às 18h30, na Travessa de Ipanema (Rua Visconde de Pirajá 572). Haverá um bate-papo com o autor.

Confira um texto exclusivo de uma entrevista de Daniel Cravinhos, já fora da cadeia, em 2023:

Se encontrasse a Suzane na rua, o que você diria a ela?

Acho que não tenho mais nada pra falar com ela. Minha história com a Suzane acabou no dia 31 de outubro de 2002 [data do assassinato do casal von Richthofen]. Agora, ela é vítima de si mesma. Antes, tinha muita mágoa, raiva e tudo mais. No entanto, percebi que minha vida não andava para frente enquanto alimentava sentimentos negativos no coração. Sendo assim, se a encontrasse na rua, falaria “boa sorte na sua caminhada”. E mudaria de calçada.

Se o tempo voltasse, o que você não faria?

Tantas coisas… Não me envolveria com a Suzane, não chamaria o meu irmão para o buraco. Não me deixaria levar pela manipulação… Mudaria todas as minhas atitudes.

De quem foi a ideia de matar os pais da Suzane? Como você divide a responsabilidade pelo crime?

A ideia foi dela, mas não me eximo da responsabilidade. Uma pena foi a gente envolver o Cristian, que tentou melar o plano várias vezes.

Já pediu perdão ao Andreas?

Sinto muita dor em falar do Andreas. Ele é a maior vítima disso tudo. Tinha 14 anos quando me perdoou, na época do julgamento. Mas esse perdão venceu porque ele era um garoto e hoje é adulto. Ainda não tive oportunidade de encontrá-lo depois que saí de Tremembé. O Andreas era meu irmão. Sonho com o dia em que terei um acerto de contas definitivo com ele. Ainda estou me preparando psicologicamente para procurá-lo, abraçá-lo e beijá-lo. Nem sei se tenho essa coragem. Só de pensar nele, fico desestabilizado emocionalmente.

Quando estava preso, você disse em seu teste de Rorschach que tinha pesadelos com o Manfred e a Marísia. Esses pesadelos ainda te atormentam?

Não! Hoje, o casal Richthofen aparece no meu sonho sempre fazendo coisas boas para mim. Outro dia sonhei com o Manfred e a Marísia me perdoando e apoiando o meu recomeço.

Você voltou a pilotar avião de aeromodelismo no Ibirapuera. O parque despertou que tipo de sentimentos?

São muitas sensações. Sem dúvida a primeira é a ausência do meu pai [Astrogildo Cravinhos, morto em 2014 aos 69 anos vítima de câncer no pulmão]. Ele sempre ia comigo ao parque. Como estava em Tremembé, não pude ir ao seu enterro.

O que mais?

Acho que é meio inconsciente, mas fico tentando entender como me deixei levar por uma energia ruim na época em que frequentava um lugar tão mágico, como o Ibirapuera. Parece algo idiota… Mas voltar ao parque é uma tentativa de tentar mudar o passado. O fato é que, paradoxalmente, o Ibirapuera ainda é um lugar que eu amo.

Qual o maior desafio no seu processo de ressocialização?

Por causa do que eu fiz, meus amigos se afastaram de mim. Com o tempo, eles estão voltando. Recuperar essas amizades tem sido fundamental para o recomeço.

Fora da cadeia, a Suzane virou costureira. E você? Está trabalhando com quê?

Trabalho com motovelocidade, algo que sonho desde menino. Quando era criança, via corrida na televisão com meus pais e ficávamos vibrando, torcendo. Quando saí da cadeia, conheci pessoas incríveis que me ajudaram muito na minha ressocialização. Graças a essa rede de apoio, virei piloto e customizador de motos e designer. Pintamos qualquer tipo de coisa personalizada, até caminhão.

Tem saudades de Tremembé?

De modo algum. A penitenciária é o local onde fui punido pelo crime que cometi. Foi onde amadureci bastante. Foi lá que refleti sobre as minhas atitudes; onde trabalhei o meu processo de arrependimento. Tremembé é um lugar de transformação, que moldou o homem que sou hoje.

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