Em 1998, dois irmãos de 20 e tantos anos se uniram para fundar uma banda de rock alternativo com influências de nomes variados, como Led Zeppelin, Pink Floyd, The Cure, Kiss e Alice Cooper. Nascia assim o grupo Thirty Seconds to Mars, formado pelos irmãos Jared e Shannon Leto, além de outros integrantes que passaram ao longo dos anos. Hoje, 25 anos após a fundação, a banda lança seu sexto álbum: “It’s the end of the world but it’s a beautiful day”.
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Com público cativo e apaixonado, o grupo sempre chamou a atenção pelo visual e estilo musical mais pesado e sombrio, por vezes próximo do emo. Com o novo disco, a banda se aproxima mais do pop, apresenta canções mais otimistas e promove um sentimento pós-pandêmico.
— Trabalhamos duro neste álbum. Meu irmão e eu escrevemos mais de cem canções, e selecionamos 11 — destaca Jared Leto, de 51 anos, em entrevista via Zoom. — Começamos na pandemia, mas continuamos a escrever à medida que íamos deixando o confinamento. Então, nossas primeiras canções eram um pouco mais sombrias e pesadas sobre o isolamento, e acabaram ficando de fora do álbum final. Aquele espírito de quando as coisas começaram a melhorar e começamos a ver que havia motivo para esperança e otimismo no mundo, certamente, pode ser sentido.
O músico, que também tem uma longa trajetória como ator, chegando a conquistar o Oscar pelo trabalho como coadjuvante em “Clube de compras Dallas” (2013), se declara um otimista, mesmo que ciente de todos os conflitos e instabilidades do mundo. E foi dessa dicotomia que nasceu o título do novo álbum, que, na tradução literal, diz “é o fim do mundo, mas é um belo dia”.
— É um álbum sobre mudança, sobre esperança, sobre o futuro. É um novo começo, sinto que vivemos um novo capítulo na banda. Meu irmão e eu fazemos música por mais de duas décadas e sentimos que estamos começando algo novo e diferente. Estamos animados e empolgados — diz Jared, que não quer saber de fazer só um estilo musical. — A experimentação é uma coisa linda. Você precisa quebrar regras, caso contrário, morre como artista. Não pode fazer sempre o mesmo álbum. É revigorante e essencial explorar novas coisas. E estamos fazendo isso, explorando novos caminhos. E quem sabe como será o próximo disco? Pode ser um disco de metal.
Do açaí à tirolesa
Thirty Seconds to Mars é velha conhecida do público brasileiro, tendo visitado o país em seis oportunidades. A banda passou pelo Brasil pela primeira vez em 2007, quando se apresentou em São Paulo. Retornou em 2011, 2013, 2014, 2017 e 2018, com direito a duas aparições no Rock in Rio, marcadas pelo estilo elétrico de Jared, que desceu de tirolesa nos dois shows no evento carioca.
— Sinto falta do açaí, da energia e do público insano do Brasil. Já tivemos algumas experiências incríveis no país, não me esqueço da nossa apresentação no Rock in Rio. Mal posso esperar para voltar — conta Jared. — A plateia brasileira é completamente louca, o que é muito divertido quando se está no palco. Estamos sempre empolgados para tocar no Brasil.
Sem poder falar sobre seus projetos como ator, em razão da greve em Hollywood, Jared esteve em duas grandes produções no ano passado, a minissérie “WeCrashed”, ao lado de Anne Hathaway, e o longa “Morbius”, adaptação de quadrinhos da Marvel. E tem dois projetos para serem retomados após as paralisações: “Adrift”, no qual voltará à parceria com o diretor Darren Aronofsky, com quem trabalhou em “Réquiem para um sonho” (2000); e “Tron 3”, em que irá expandir o universo criado por Steven Lisberger e Bonnie MacBird no início dos anos 1980.
O astro conta que tem um estilo “doméstico”, preferindo quase sempre ficar em casa para trabalhar em sua música. Ele comemora ainda a oportunidade de trabalhar ao lado do irmão.
— É engraçado ser um pouco recluso e ter um trabalho que te faz viajar pelo mundo. É contraditório, mas é bom para mim — aponta. — E poder trabalhar com Shannon é essencial. Thirty Seconds to Mars não seria uma banda se não fôssemos irmãos. E nossa relação como irmãos não seria a mesma se não existisse a banda.