Os organizadores do Eurovision afirmaram nesta quinta-feira (22) que estão examinando a letra da canção de Israel, após alegações de que a música faz referência aos ataques do Hamas contra território israelense em 7 de outubro de 2023. A União Europeia de Radiodifusão (EBU), que realiza o concurso afirma se tratar de um evento não político, e que os competidores podem ser desclassificados se essa regra for descumprida.
De acordo com o jornal Israel Hayom, a canção "October rain", interpretada pela cantora Eden Golan, inclui os versos “Não sobrou ar para respirar” e “Eles eram todos bons filhos, cada um deles”. A letra também se refere a “flores”, que o jornal afirma ser um código militar para mortes na guerra.
A EBU afirma que as letras estão em processo de análise, e que as emissoras dos países participantes têm até 11 de março para o envio de inscrições.
“A EBU está atualmente em processo de análise das letras, o que é confidencial até que uma decisão final seja tomada. “Todas as emissoras têm até 11 de março para enviar formalmente suas inscrições. Se uma música for considerada inaceitável por qualquer motivo, as emissoras terão a oportunidade de enviar uma nova música ou nova letra, de acordo com as regras do concurso”, afirmou o porta-voz da EBU em comunicado divulgado nesta quinta-feira.
Na rede social X, o ministro da Cultura israelense, Miki Zohar, disse que seria “escandaloso” desqualificar a música, que ele disse não ser política.
“A canção de Israel, que será interpretada por Eden Golan, é uma canção comovente, que expressa os sentimentos do povo e do país nos dias de hoje, e não é política”, escreveu Zohar.
A edição 2024 do Eurovision será realizada entre 7 e 11 de maio na cidade de Malmo, na Suécia. Houve petições pedindo a retirada de Israel do evento devido ao conflito em Gaza, mas os organizadores afirmaram que o país pode participar e que a segurança do concurso leva em consideração o conflito em Gaza, a guerra na Ucrânia, o pedido da Suécia para entrar na OTAN e ameaças à segurança cibernética.