Cultura
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Por O Globo — Rio de Janeiro

Morreu na madrugada desta sexta-feira (26), aos 68 anos, o saxofonista e produtor musical José Augusto Nogueira, conhecido como Zé Nogueira. A causa da morte ainda não foi confirmada. Ele deixa a mulher, Beatriz, e o filho, Felipe, de 40 anos. O velório será às 11h deste sábado (27), no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro.

Natural do Rio de Janeiro (RJ), Zé Nogueira começou a carreira de músico no fim dos anos 1970. Fez parte da banda Sururu de Capote, de Djavan. Também tocou com Simone, MPB-4, Zé Renato, Toninho Horta, Flavio Venturini e Cristóvão Bastos, entre tantos outros. Integrou as bandas dos musicais “Gota dágua”, “Ópera do malandro” e “O Rei de Ramos”, de Chico Buarque. Além da vida no palco, trabalhava com trilhas sonoras para o cinema e para publicidade.

Ao lado de Mário Adnet, Zé Nogueira foi produtor do antológico disco duplo "Ouro negro" (2001), de Moacir Santos, no qual também tocou sax. Também produziu álbuns de Leny Andrade, Ivan Lins, Leila Pinheiro, Djavan, Alaíde Costa, Vagner Tiso, Zé Renato e Ney Matogrosso, entre outros.

Zé Nogueira lançou três discos na carreira. "Disfarça e chora", de 1996, tinha releituras de canções de Guinga, Moacir Santos, Paulinho da Viola, Edu Lobo e Chico Buarque. O trabalho venceu o Prêmio Sharp (antigo nome do Prêmio da Música Brasileira) na categoria de melhor disco instrumental. Em 2008, com Jorge Helder (baixo), Jota Moraes (vibrafone), Jurim Moreira (bateria) e Ricardo Silveira (guitarra), lançou "Carda de pedra", uma homenagem à obra de Guinga. Seu último álbum, "Encontros", de 2016, é uma parceria com o multi-instrumentista Arthur Dutra. No repertório, canções de Tom Jobim, Villa-Lobos, Jacob do Bandolim e Milton Nascimento.

Zé Nogueira durante apresentação no Free Jazz Festival, em 1996 — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Zé Nogueira durante apresentação no Free Jazz Festival, em 1996 — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

O último trabalho de Zé Nogueira foi o "Rasgamundo", novo disco do Boca Livre do qual ele assina a produção musical. O álbum foi finalizado nesta quinta-feira (25), antes da sua partida. De Lisboa, onde mora, Zé Renato, um dos integrantes do Boca Livre, disse ao GLOBO que está sendo difícil processar a morte do amigo.

— A gente se conheceu mais ou menos em 1978, quando o Boca Livre estava começando. Fizemos shows com o Edu Lobo, o Zé fazia parte da banda. Desde ali a gente se conectou, ficamos amigos, muito próximos. Uma pessoa muito gentil e talentosa. A gente se entendia muito, tanto musicalmente como pessoalmente. Produziu alguns discos meus. Ele dava muita força pra minha história como compositor. Era uma referência pra mim. Várias questões pessoais e profissionais eu sempre recorria a ele, eu o escutava muito. A gente tinha ele como uma pessoa que dava a palavra final.

Zé Renato homenageou o parceiro no Instagram. "Eu perdi um irmão, e o Brasil um dos maiores músicos de todos os tempos. Siga em paz, querido amigo Zé", escreveu num post publicado na manhã desta sexta-feira (26). Nos comentários, artistas como Joyce Moreno, Fabiana Cozza, João Cavalcanti, Milton Guedes e Teresa Cristina também se manifestaram. "Primeiro soprista a gravar no meu primeiro disco. Maravilhoso", disse a cantora Angela Ro Ro.

— Nos falamos ontem várias vezes, ele estava muito feliz por ter terminado o trabalho. Foi um susto muito grande pra todos nós — diz João Mario Linhares, dono do selo MP,B, pelo qual o disco "Rasgamundo" será lançado em maio.

Marcus Preto, que assina a produção musical do álbum ao lado de Nogueira, diz que o amigo era uma "doçura de pessoa".

— Ontem foi o dia da entrega, a gente conversou muito, fiquei trocando mensagem com ele até 23h. Quando recebi a notícia, achei que estavam falando de outra pessoa. Até o último segundo ficou trabalhando. Inacreditável. Uma doçura de pessoa, fez tantas coisas importantes, fez coisas incríveis com Djavan, e com os meninos do Boca Livre desde antes do primeiro álbum — diz Preto.

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