Cultura
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Por — Rio de Janeiro

Era setembro do ano passado quando uma produção nigeriana orçada em US$ 1 milhão — valor recorde no país africano, mas irrisório para o padrão hollywoodiano — se tornou uma das mais assistidas do mundo após sua estreia no streaming. A obra em questão era o filme “A lista da vingança”, do diretor estreante Editi Effiong, sobre um ex-assassino (personagem de Richard Mofe-Damijo) que tem o filho vítima de policiais corruptos e decide ir atrás de respostas.

O cineasta nigeriano Editi Effiong sobe ao palco do Rio2C, principal encontro de criatividade e inovação da América Latina, na próxima quinta-feira (6), para falar sobre o trabalho no longa e sobre a indústria cinematográfica da Nigéria. Ele também participará de rodadas de conversas para construir pontes entre o cinema brasileiro e o nigeriano.

— Penso que Nigéria e Brasil são países com muitas coisas em comum culturalmente e socialmente. Achei interessante descobrir que o cinema brasileiro tem o governo como principal investidor. Na Nigéria, o investimento é todo do setor privado. Quero trocar essas experiências e explorar nossas ligações para pensar em como podemos trabalhar juntos — diz Effiong, de 40 anos, em entrevista por videoconferência, dias antes de sua chegada ao Rio.

Hollywood e Coreia do Sul

Popularmente chamado de Nollywood, o cinema nigeriano só fica atrás do indiano (Bollywood) no que diz respeito ao número de produções. A Nigéria produz cerca de 2.500 filmes por ano, com uma indústria que emprega diretamente 300 mil pessoas, além de um milhão indiretamente.

— Temos uma indústria que é uma das mais rápidas do mundo. E vem crescendo nos últimos três anos, com cada vez mais investimento. E quero trabalhar como essa ponte de colaborações. Quero fazer colaborações com Hollywood, com a Coreia do Sul, com o Brasil — planeja o diretor.

Cena de "A lista da vingança" — Foto: Reprodução
Cena de "A lista da vingança" — Foto: Reprodução

Mas, mesmo tão prolífico, o cinema do país ainda encontra dificuldades em alcançar o público fora da Nigéria, o que tem melhorado com o streaming.

— O streaming permite às histórias fora de Hollywood viajarem. Antes, eu precisaria me reunir com distribuidores separados de cada país, seria muito mais difícil — diz o diretor, que viu sua obra ocupar o top 3 entre os filmes mais vistos nos EUA na Netflix.

Em suas primeiras 48h após a estreia, “A lista da vingança” foi visto por quase 6 milhões de pessoas, alcançando o top 10 da Netflix em mais de 60 países. Effiong conta que desde o início pensou o filme para um público global, mesmo que o acordo com a plataforma tenha vindo apenas após a conclusão do projeto.

A repercussão positiva de seu filme nos Estados Unidos fez render comparações com obras como “John Wick” e “O protetor”, sagas de vinganças estreladas por Keanu Reeves e Denzel Washington, respectivamente. Apesar de ficar feliz em ver seu filme colocado ao lado de sucessos de Hollywood, ele diz que não foram referências e que as conjunturas envolvidas em sua trama são particulares.

Com o sucesso, Effiong comemora uma transformação em sua carreira e a abertura de diversas possibilidades, a exemplo de participar de uma reunião com o produtor de seu filme favorito na infância (“Jumanji”, 1995), como ocorreu há poucas semanas, ou visitar o Rio, palco de outra importante referência cinematográfica, “Cidade de Deus” (2002).

— Poucos filmes me atraíram tanto quanto “Cidade de Deus” — cita o diretor, que quer transformar o sucesso em oportunidades. — Nenhum sucesso é válido se não for possível aumentar o nosso impacto na indústria, se não conseguirmos viabilizar mais investimentos ou fazer projetos maiores. Temos que aproveitar as oportunidades para ocupar espaços.

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