Teatro
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Por — Rio de Janeiro

Dorrit Harazim não escondeu o estranhamento. Achou excêntrica a ideia de levar aos palcos parte dos textos — quase sempre ancorados em assuntos factuais — que ela, colunista do GLOBO, publica semanalmente, aos domingos. É exatamente isso, reforçaram o diretor Demetrio Nicolau e a atriz Nara Keiserman, no primeiro contato que ambos tiveram com a jornalista e documentarista, há cerca de um ano. A proposta ganha forma enfim nos tablados, a partir da próxima quinta-feira, com a estreia da peça “Retratos da alma brasileira 2019-2022”, no Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio de Janeiro. Para a autora, porém, a cena segue embaçada.

— Por mais que me explicassem o projeto, desisti de querer compreender. Simplesmente concordei e quase esqueci o assunto. Mas a dupla Demétrio e Nara é danada. O temerário projeto andou, vai estrear e... Continuo no escuro. Descobrirei da plateia. Desde já, com uma certeza: passarei a escrever a coluna com mais cuidado — brinca Dorrit.

Como o próprio nome indica, “Retratos...” compõe um quadro dos últimos quatro anos no país. Estão lá episódios recentes de uma nação governada e desgovernada pela violência, pelo medo, e que na visão de Dorrit serviram de pontapé para reflexões acerca de temas abrangentes. É preciso lembrar... De Genivaldo de Jesus Santos, sergipano asfixiado com spray de pimenta e gás lacrimogênio no porta-malas de uma viatura policial. De Bruno Pereira e Dom Phillips, alvos de uma organização criminosa na Amazônia. De Moïse Kabagambe, jovem congolês morto a pauladas num quiosque na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Na montagem da companhia Delicadas Criaturas — com interpretação dos atores Nara Keiserman, Marcus Fritsch, Dominique Castro, Filipe Gimenez e Ira Rabello —, as histórias surgem num cenário minimalista, sem firulas. E se apegam a contrapontos ao horror. Também é preciso lembrar... Do “cofre da humanidade”, um banco global na Noruega com 880 mil sementes de todo o planeta. De Carl Sagan e seu pioneiro registro fotográfico da Terra. De Orlando Brito, repórter fotográfico tido como um dos maiores biógrafos visuais do poder no Brasil, e com quem Dorrit cultivou uma profícua amizade.

— Humanidade é a palavra deste espetáculo — ressalta o diretor, Demetrio Nicolau. — Esta é a proposta da peça: debruçar-se sobre o estado de espírito muito alterado de um país e trazer à tona as alternativas possíveis para a construção de uma sociedade menos vil e, sim, mais humana.

Serviço

Onde: Teatro Glauce Rocha. Av. Rio Branco 179, Centro — 2220-0259. Quando: Qui e sex, às 19h. Sáb, às 17h e às 19h. Dom, às 18h. Até o dia 22 de outubro. Quanto: R$ 10 (sáb, às 17h) e R$ 40. Classificação: 16 anos.

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