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Por Talita Duvanel

Eraldo Ponza é cria do Encantado, subúrbio do Rio, e administra com a irmã, Olímpia, o supermercado Encantado’s, “que traz qualidade para o Grande Méier e região” e foi deixado como herança pelo pai. Mas a verdadeira paixão dele é a Joia do Encantado, uma escola de samba que vive na luta para se manter — pelo menos — na série D do carnaval da cidade.

Este poderia ser um raio-x de diversos cariocas da Zona Norte, mas é a descrição de um dos protagonistas da série “Encantado’s”, cuja primeira temporada estreia nesta terça-feira (dia 2) na TV Globo, logo após a novela “Travessia”.

A produção, que estreou com exclusividade no ano passado no Globoplay e ganhou o prêmio APCA 2022 de melhor série de comédia, retrata o cotidiano dos irmãos Ponza (interpretados por Luiz Miranda e Vilma Melo), como empreendedores negros e agentes culturais. Precisam se virar com o fiscal da prefeitura e com o jurado da Intendente de Magalhães, onde a Joia desfila; com as novidades dos caixas de autoatendimento e com a falta de recurso para injetar na escola.

—“Encantado’s” inverte as lógicas que estamos acostumados a ver — diz Renata Andrade, que criou a série com a amiga Thais Pontes na oficina de humor para roteiristas negros da TV Globo e a escreveu com Chico Mattoso e Antonio Prata. — As pessoas negras estão em lugares de poder, Eraldo e Olímpia são donos de um negócio. Ela é gestora do mercado e ele, presidente da escola. O vilãozão é o Tony Ramos (que interpreta o bicheiro Madurão), um ator muito querido para estar nesse lugar.

Criada em Oswaldo Cruz, mesmo bairro da atriz Vilma Melo, Renata diz ter se preocupado em tirar “o suburbano do lugar do histriônico”. A roteirista se incomodava com as gritarias, o português errado e outras formas caricaturais de representação do carioca da Zona Norte.

Os protagonistas Luiz Miranda e Vilma Melo, que vivem os irmãos Eraldo e Olímpia Ponza — Foto: Victor Pollak/Globo
Os protagonistas Luiz Miranda e Vilma Melo, que vivem os irmãos Eraldo e Olímpia Ponza — Foto: Victor Pollak/Globo

— Não me via retratada no audiovisual — diz a autora, que já entregou os textos da segunda temporada.

Na construção de retratos certeiros, a sala de roteiros teve a consultoria do escritor e historiador Luiz Antônio Simas.

— Eles estavam com uma pegada interessante de evitar uma excessiva folclorização do cotidiano da cultura suburbana — diz Simas.

O fato de ser uma produção de humor facilitava o pastiche, diz Simas, por isso o trabalho era redobrado. Era preciso mostrar o subúrbio como o espaço de sociabilidade que é, de cultura e religiosidade (há personagens praticantes de religiões de matriz africana e evangélica) sem cair na narrativa circense e na romantização da precariedade. E o que uma história tão carioca como esta pode dizer ao Brasil?

— Queria que a série colaborasse com uma ideia que me parecesse fundamental — diz Simas. — Centro é o lugar onde a gente está. Esses espaços que não têm centralidade midiática e econômica são os produtores incessantes de vida e de cultura.

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