Brazil China Meeting
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Por , Em Valor Econômico

Os minerais estratégicos terão um papel crucial na economia global nos próximos anos e o Brasil estará numa posição de destaque nesse cenário, prevê Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

—Não há a menor possibilidade de que nós façamos uma transição como nós queremos para uma economia de baixo carbono, superando, não mais a crise, mas a emergência climática que estamos vivendo sem os chamados minerais críticos — disse Jungmann no painel sobre mineração do Brazil China Meeting — uma iniciativa LIDE e Valor, com apoio institucional do GLOBO e CBN, que acontece em Shenzhen e Hong Kong.

Os minerais críticos (como cobre, alumínio, níquel, lítio, nióbio e zinco) são essenciais para a produção de baterias elétricas e painéis solares e deverão atrair crescentes investimentos.

—Segundo a Agência Internacional de Energia, em 2022 nós tivemos uma demanda de aproximadamente US$ 320 bilhões em termos de minerais críticos. Isso quer dizer que até 2030 esse mercado deve chegar a algo como US$ 1,2 trilhão. E isso abre um imenso potencial de parceria, dada a complementaridade que nós temos entre as economias chinesa e brasileira — acrescentou Jungmann.

A necessidade de investir na transição para uma economia de menor impacto ambiental foi destacada por Dauter Oliveira, diretor de Desenvolvimento para a Ásia da Vale.

— A Vale também é forte nos metais de transição, em cobre, em níquel. A gente está reforçando muito esse relacionamento na frente de combate às mudanças climáticas. A Vale tem metas de escopo 1 e 2 e a China tem nos ajudado muito nessas metas — disse Oliveira.

Segundo o Protocolo GHG, as emissões de escopo 1 são aquelas em que o CO2 liberado na atmosfera é resultado das ações da própria empresa. Já o escopo 2 se refere às emissões que ocorrem na produção da energia elétrica consumida pela empresa.

Oliveira citou algumas iniciativas da Vale, como o Projeto Sol do Cerrado, parque de energia solar no norte de Minas Gerais, e o investimento em biocombustíveis e eletrificação.

—A gente tem comprado caminhões fora de estrada elétricos, substituindo o diesel com baterias. Esses caminhões estão vindo da China para operar no Brasil. E agora estamos testando locomotivas elétricas — disse. — Da mesma forma a Vale tem contribuído com o escopo 3 [emissões indiretas como as geradas por fornecedores, distribuição e disposição final de resíduos]. A nossa meta é ajudar os nossos clientes a descarbonizar — seguiu, dando como exemplo os navios valemax, os maiores graneleiros do mundo, com capacidade para 400 mil toneladas, desenvolvidos pela Vale para fazer a rota Brasil-China com menor consumo de combustível.

Oliveira destacou que o minério de ferro ainda é o carro-chefe da Vale e a China, o principal cliente da empresa, numa relação iniciada há mais de 50 anos.

— O primeiro embarque de minério de ferro ocorreu em 1973, um ano antes [do início] da relação diplomática bilateral entre Brasil e China.

O minério de ferro ocupa uma posição de relevo entre os projetos do Brasil para desenvolvimento e pesquisa na área mineral planejados para o período 2023-2027. Segundo Jungmann, são cem projetos com um valor total de US$ 50 bilhões. Os cinco maiores são: minério de ferro (US$ 16,922 bilhões), socioambientais (US$ 6,559 bilhões), fertilizantes (US$ 5, 222 bilhões), bauxita (US$ 4,962 bilhões) e cobre (US$ 4,474 bilhões).

Jungmann lembrou que a mineração produziu 1,4 bilhão de toneladas em 2022.

— Exportamos alguma coisa como US$ 41,7 bilhões, e isso representa algo como 40% do superávit brasileiro em termos de exportações. Temos 91 tipologias de materiais minerais que são produzidos no Brasil. Um faturamento de US$ 250 bilhões nesse ano de 2022. São 201 mil empregos diretos e 2 milhões de empregos indiretos, considerando todo o nosso cluster — disse.

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