BRASÍLIA — Bento Albuquerque assumiu o Ministério de Minas e Energia em janeiro de 2019, logo no início do governo Bolsonaro. Sua gestão foi marcada pelo desafio de evitar um apagão no país, devido à crise hídrica, e pela alta dos preços dos combustíveis.
Defensor da política de preços da Petrobras, um de seus últimos compromissos foi uma reunião, na segunda-feira, com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, sobre o reajuste de 8,87% no valor do diesel. A alta foi anunciada no começo do dia pela Petrobras.
O novo aumento do diesel afeta diretamente os caminhoneiros, que fazem parte da base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. E, para piorar, contribui de forma significa para o crescimento da inflação no país. Esses dois fatores levaram Bolsonaro a fazer duras críticas à Petrobras nos últimos dias.
Outro problema enfrentado por Albuquerque é a possibilidade de aprovação de um projeto de lei, em tramitação no Congresso, que suspende o reajuste autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de uma concessionária do Ceará.
Em um seminário, o ex-ministro reforçou o papel da Aneel e disse que é preciso respeitar os contratos e prezar pela segurança jurídica.
Almirante de esquadra brasileiro — a mais alta patente de oficial general das forças navais — Albuquerque esteve entre as figuras mais influentes da energia em 2019. Com a guerra na Ucrânia, o ministro anunciou que o Brasil aumentará em 10% sua produção de petróleo, o que gerou elogios dos Estados Unidos e da União Europeia.
Em nota, o MME informou que Albuquerque reforçou que a decisão de deixar o comando da pasta foi de caráter pessoal e tomada em reunião entre ele e o presidente, de forma consensual. "Por fim, participa que agradece a oportunidade e que se orgulha de ter participado do Governo do Presidente Bolsonaro que continua a contar com a sua lealdade, respeito e amizade", diz o texto.