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Por Bruno Rosa — Rio

A nova gestão da Petrobras, que deverá ser liderada por Jean Paul Prates, já definiu as prioridades para os primeiros seis meses. Além de investir em transição energética, a estatal pretende voltar ao mercado internacional e “revisitar” todos os processos mais relevantes de alienação de ativos e as mudanças recentes nas políticas da estatal, de acordo com fontes próximas ao futuro presidente.

Segundo essas fontes, “revisitar” esses processos faz parte da estratégia de reconfiguração e reorganização da empresa para os próximos anos. Para isso, uma das ideias da futura gestão é agendar conversas com acionistas, investidores e analistas, além das empresas que compraram ativos da estatal ou até quem tentou adquirir alguma operação.

Nos primeiros seis meses, será verificado como foi cada processo de venda, com base nos dados da inteligência interna da estatal. E, se houver algum tipo de discordância, explicou a fonte, a intenção é conversar com quem comprou.

Eventualmente, se o comprador estiver insatisfeito com a compra de 100% de um ativo, pode querer ter a Petrobras como sócia novamente, trocar participação por outra coisa ou até devolver.

A fonte explicou ainda que haverá um conhecimento prévio de todos os processos em curso antes de tomar decisões, além do cumprimento de contratos firmados e respeito à governança e transparência e à Lei das Estatais.

Conexão com consumidor

Segundo o relatório do grupo de transição do governo Lula, foram vendidos R$ 243,7 bilhões em bens da companhia por meio de 68 transações que foram assinadas em sete anos, desde 2015.

Outro objetivo é que a Petrobras volte a se “conectar” diretamente com os consumidores finais. Nos últimos anos, a estatal se desfez de ativos que vendiam produtos na ponta, como as subsidiárias de postos, a BR Distribuidora, rebatizada de Vibra, e a Liquigás, que comercializa gás de botijão (GLP) e foi adquirida pela Copagaz em consórcio com a Itaúsa e a Nacional Gás Butano.

A volta ao mercado internacional também está nos planos da nova gestão, apesar de a empresa já ter vendido quase todos seus ativos no exterior. A estratégia, agora, é buscar parcerias na área tecnológica, combinando com interesses das empresas congêneres de investirem no Brasil; trocar participação por investimentos em outros lugares; e desenvolver ações nos segmentos de armazenamento de carbono, biorefino e biopetroquímica, por exemplo.

Atualmente, a estatal tem atividade de exploração e produção em alguns países da América do Sul. Na Argentina, iniciou o processo de venda em outubro de 2022 de sua fatia de 33,6% no Campo de Rio Neuquén. Além disso, em 2020, colocou à venda campos na Colômbia, o que ainda não ocorreu. A estatal também tentou se desfazer de ativos na Bolívia.

Desde a gestão de Roberto Castello Branco (2019-2021), a estatal decidiu fechar os escritórios no exterior. Em 2017, chegou a ter 19 endereços. Hoje, tem escritórios em Singapura, Roterdã (na Holanda) e Houston (EUA). O enxugamento ocorreu também com a venda de redes de distribuição em toda a América do Sul, campos de petróleo nos EUA e em países da África, além do fechamento de refinarias, como no Japão e a polêmica Pasadena, no Texas.

No ambiente de produção, a nova gestão quer redirecionar a estratégia como uma empresa integrada de energia, alavancada pelas atividades de óleo e gás, com o pré-sal continuando como prioridade.

O entendimento é que a empresa precisa acelerar os investimentos em transição energética. A estatal vai mirar em energia eólica offshore; gás natural, tido como o combustível de transição para o hidrogênio; e refinarias conversíveis em “bio-petro-gás refinarias”.

Por isso, a nova gestão não voltará a pensar em construir refinarias como as do Ceará e Maranhão, que não saíram da fase de terraplanagem. A intenção é, a depender das viabilidades, terminar a segunda unidade da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, “com olhares para o futuro”, e ampliar o Comperj, no Rio, que hoje conta apenas com uma unidade de processamento de gás (UPGN).

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