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Por Bloomberg — Nova York

Fabricantes de diferentes produtos, de salgadinhos a implantes de joelho, estão prevendo um impacto dramático em seus negócios da nova geração de medicamentos para diabetes que estão sendo usados como inibidores de apetite.

Seus líderes, então, têm telefonado com frequência para o CEO da Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, em busca de informações.

- Alguns CEOs de empresas alimentícias, por exemplo, têm me telefonado -, disse o CEO da Novo, Lars Fruergaard Jorgensen, durante evento em Nova York.

Ele, no entanto, se recusou a citar nomes, dizendo que as perguntas se concentraram em como os medicamentos funcionam e com que rapidez eles seriam lançados.

- Eles estão assustados com isso - acrescentou.

O impacto dos medicamentos, incluindo o Ozempic e o Wegovy - receitados para diabetes tipo 2, mas que algumas pessoas estão tomando para perder de peso -, pode variar entre os setores, disse Jorgensen.

Lars Fruergaard Jorgensen, CEO da Novo Nordisk, foi procurado por telefone por empresas alimentícias e de outros setores — Foto: Carsten Snejbjerg/Bloomberg
Lars Fruergaard Jorgensen, CEO da Novo Nordisk, foi procurado por telefone por empresas alimentícias e de outros setores — Foto: Carsten Snejbjerg/Bloomberg

A nova classe de medicamentos conhecida como GLP-1s, prescrita para diabetes e obesidade, causa perda de peso em níveis que antes só podiam ser alcançados com cirurgia.

Mercado de US$ 80 bilhões

Com um novo concorrente do laboratório Eli Lilly, o Zepbound, lançado em dezembro, a Bloomberg Intelligence estima que o mercado de perda de peso poderá atingir US$ 80 bilhões até 2030.

Isso fez com que diferentes empresas, desde o Walmart até a Chipotle Mexican Grill, se debatessem sobre como um cliente potencialmente mais saudável afetará os negócios. Algumas, como a Chipotle, disseram que os alimentos frescos ainda atraem as pessoas que estão tentando perder peso.

A francesa Danone, que fabrica marcas populares de iogurte, também vê os medicamentos GLP-1 impulsionando os negócios. As pessoas que tomam remédios como Ozempic e Wegovy estão "procurando produtos com alto teor de proteína e baixo teor de gordura", disse o diretor financeiro da Danone, Juergen Esser, em uma ligação telefônica no ano passado.

- Eu digo que nunca se pode fechar os olhos para qualquer desenvolvimento que esteja acontecendo - afirmou o CEO da Unilever, Hein Schumacher, à Bloomberg Television na quinta-feira, acrescentando que ele próprio não havia telefonado para Jorgensen.

A Nestlé, fabricante suíça do chocolate Kit Kat, disse em outubro que estava trabalhando em produtos destinados a complementar a nova classe de medicamentos para perda de peso e ajudar a limitar a perda de massa muscular magra.

Outras empresas estão observando para entender melhor os efeitos dos novos medicamentos nos hábitos de consumo. O CEO da Conagra Brands, Sean Connolly, contou a analistas no ano passado que a fabricante de lanches tem "um departamento inteiro de cientistas" que estuda as mudanças no comportamento do consumidor todos os dias.

- Ainda há muitas incógnitas com relação à taxa de adoção e ao impacto sobre as escolhas alimentares - disse Michele Buck, CEO da Hershey, no ano passado. - Estamos trabalhando constantemente para entender esses possíveis impactos futuros em nossas categorias.

Demanda maior do que capacidade de oferta

Jorgensen previu que a farmacêutica dinamarquesa será capaz de disponibilizar medicamentos contra a obesidade não apenas "para os ricos, mas, na verdade, para muitos":

- A demanda é muito maior do que o que podemos fornecer hoje.

Ele acredita que a entrada da Lilly no mercado também beneficiará a Novo:

- Se houver mais uma empresa saindo e convencendo os empregadores a optarem pela cobertura da obesidade (ou seja, que esses tratamentos sejam pagos pelos planos de saúde empresariais), isso é, na verdade, um benefício maior do que uma ameaça competitiva.

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