Economia
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Por João Sorima Neto — São Paulo

O comunicado divulgado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) descarta, na visão de economistas e estrategistas de bancos, a chance de que a Selic possa cair na reunião de maio — e até mesmo na de junho. Para eles, o tom da mensagem do Banco Central foi na essência o mesmo do comunicado anterior, mostrando que o BC está comprometido em trazer a inflação para a meta, com ressalva para a inclusão de mais um fator de risco, que é a crise bancária nos EUA e na Europa.

— O comunicado teve a mesma base do anterior, mostrando que o BC mantém forte comprometimento com o regime de metas de inflação e está pronto para subir os juros novamente se isso for necessário — explica Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho no Brasil.

O comunicado mostrou que o BC se mostra preocupado com as perspectivas de aumento da inflação futura e destaca que as incertezas em torno da falta de um novo arcabouço fiscal impactam as expectativas do mercado. Por isso, não há sinalização de corte para maio, conclui Rostagno.

Ele lembra que tanto o banco central europeu como o banco central americano subiram juros, a despeito da crise bancária. Portanto, não havia razão para uma queda de juros por aqui, observa o estrategista.

— O Fed deu sequência no aperto monetário subindo juros e indicou que esses problemas com bancos acabaram fazendo parte do papel da política monetária. ou seja, podem enfraquecer o crédito, a atividade econômica e, portanto, a inflação. Esses eventos evitaram que o Fed aumentasse ainda mais os juros do que se previa. A expectativa é que haverá mais um aumento de 0,25 ponto percentual se a crise não se agravar — diz Rostagno.

Com mais um aumento de juros previsto nos EUA, diminui a chance de corte da Selic em maio e provavelmente junho, diz o estrategista do Mizuho. Ele acredita que a Selic tenha sua primeira redução em agosto e que ela seja de 0,25 ponto percentual. Depois haverá mais cortes, com a Selic chegando a 12,50% ao final deste ano e 10% no final de 2024.

Daniel Weeks, economista-chefe da Garde, o comunicado veio em linha com o que a gestora esperava, mas surpreendeu a parte do mercado que acreditava numa possibilidade de corte na próxima reunião e vários cortes a partir de junho.

O BC reconheceu os riscos do cenário externo, mas não mudou a avaliação de que precisa de uma Selic de 13,75% por um período prolongado para convergir a inflação para a meta.

— E não tirou a possibilidade de ajustar a Selic para cima para ancorar as expectativas com a inflação. Não titubeou frente às pressões do governo e não deu pistas de que estamos perto da queda de juros. Portanto, não há espaço para cortar em maio e junho, reforçando nosso cenário de que a Selic não vai cair este ano — diz Weeks, lembrando que o BC manteve as dúvidas em relação ao arcabouço fiscal.

Flávio Serrano, economista da Blueline, diz que a mensagem manteve o conservadorismo do BC com sinalização de juros estáveis por um período prolongado.

Os membros do Copom destacaram, de um lado, os riscos de uma desaceleração na concessão doméstica de crédito por conta dos eventos recentes, mas também foram incisivos em apontar os riscos de uma desancoragem mais duradoura das expectativas de inflação.

— O BC reforçou mais uma vez que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de queda da inflação não transcorra como o esperado. Com essa indicação, reforçamos nosso cenário de corte de juros apenas no terceiro trimestre do ano, com a Selic terminando 2023 em 12,00% — disse Serrano.

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