Economia
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Por O Globo — Rio de Janeiro

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados do Censo Demográfico de 2022 na manhã desta quarta-feira — pondo fim aos dois anos de atraso que deixaram o Brasil sem dados atualizados sobre sua população. A pesquisa do instituto apontou que o Brasil ultrapassou os 203 milhões de habitantes.

Por que o Censo foi adiado?

O último levantamento havia sido feito em 2010, mas pandemia, questões orçamentárias e dificuldades logísticas adiaram o início e a conclusão dos trabalhos do IBGE, que deveriam ter sido feitos em 2020, conforme determina a legislação.

Censo 2022: recenseadores do IBGE nas ruas quando máscaras ainda eram exigidas — Foto: Agência O Globo
Censo 2022: recenseadores do IBGE nas ruas quando máscaras ainda eram exigidas — Foto: Agência O Globo

Com isso, até a divulgação do Censo 2022, os dados mais recentes e completos disponíveis sobre a população brasileira eram de 12 anos atrás. A lei define que os levantamentos, essenciais para o planejamento público, sejam feitos a cada dez anos.

Censo enfrenta dificuldades desde o início do governo Bolsonaro

Os primeiros sinais de que o levantamento estatístico iria enfrentar dificuldades se deu ainda nos meses iniciais do governo Bolsonaro, em fevereiro de 2019. Durante a posse da economista Suzana Cordeiro Guerra como nova presidente do IBGE, o então ministro da Economia Paulo Guedes sugeriu ao instituto vender imóveis para bancar a pesquisa.

Dois meses depois, pressionado para diminuir custos, o IBGE confirmou que iria deixar o seu questionário mais enxuto, como também já havia sido sugerido por Guedes. Em nota, na época, o órgão disse que a redução na quantidade de perguntas iria trazer uma economia de 25% no valor de R$ 3,4 bilhões da operação.

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Redução de 32% no orçamento afetou o Censo

O IBGE afirmou também que o corte seria necessário porque o orçamento do Censo precisava ser aprovado pela União e a "diretriz do governo federal é de restrições orçamentárias".

No dia 17 de março de 2020, após a pandemia de Covid-19 atingir o Brasil, o IBGE anunciou que iria adiar a coleta de dados para o ano seguinte. O Censo havia sido aprovado no Orçamento pelo valor de R$ 2,3 bilhões, tendo sofrido uma redução de 32% no número de perguntas do questionário.

As dúvidas quanto à realização da pesquisa continuaram no ano seguinte. O Orçamento de 2021 foi sancionado apenas em abril, e o valor dos recursos destinados ao Censo acabou novamente reduzido — dessa vez, para R$ 53 milhões. A realização da pesquisa foi inviabilizada, e o Ministério da Economia chegou a comunicar mais um adiamento da pesquisa.

A questão foi levada ao Supremo Tribunal Federal pelo governo do Maranhão. Em maio de 2021, o plenário do STF determinou que a União adotasse medidas administrativas e legislativas necessárias para garantir a realização da pesquisa no ano seguinte. Em setembro, o governo federal informou ao tribunal que iria enviar uma proposta ao Congresso ampliando o valor previsto para o Censo.

Pesquisa começou em agosto de 2022

Em dezembro de 2021, o IBGE afirmou ter "plena confiança" que os R$ 2,3 bilhões previstos no Orçamento eram suficientes para a realização do levantamento. O Censo teve início em agosto de 2022, quando os recenseadores do IBGE foram às ruas coletarem os dados de milhões de brasileiros. O levantamento deveria ter sido encerrado em outubro, mas só chegou ao fim em fevereiro de 2023.

O órgão admitiu sofrer uma série de dificuldades que retardaram a conclusão do Censo. A escassez de recenseadores e a recusa dos domicílios de renda mais alta em receber os agentes do IBGE foram alguns deles.

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