Em junho a atenção se volta para uma questão de saúde que afeta várias celebridades: a escoliose, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Entre os mais acometidos pela doença estão Usain Bolt, atleta jamaicano considerado o maior velocista de todos os tempos, a atriz Mila Kunis, que ficou mundialmente conhecida pela interpretação de Lily, no filme "Cisne Negro", Sophie Turner, famosa por dar vida a Sansa Stark na série "Game of Thrones", e Sarah Michelle Gellar, protagonista absoluta de "Buffy - A Caça Vampiros".
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Estrela da série "Divergente" e do filme "A Culpa é das Estrelas", Shailene Woodley, Kristin Kreuk, famosa por "Smallville", e Sarah Michelle Gellar também sofreram da deformidade na coluna vertebral.
Especialista no assunto, Dr. Bernardo Sampaio explica que a condição não decorre de maus hábitos posturais.
— A escoliose geralmente não causa dor e, por isso, sinais de alterações posturais na região do quadril e ombros são notados. Em alguns casos também pode-se notar rotação do tronco. Observar a marcha nas crianças e adolescentes também é um indicativo de alteração da simetria dos membros devido a curvatura da coluna.
Causas
— É uma deformidade tridimensional da coluna vertebral caracterizada pela inclinação lateral e inclinação das vértebras, que pode acontecer tanto na parte superior, quanto na inferior (escoliose em C) ou então em ambas (escoliose em S). As escolioses podem ser de origem congênita (genética) ou idiopática, a qual a origem é desconhecida.
Diagnóstico
— O diagnóstico é clínico através de exames físicos e posteriormente confirmados com exame de radiografia, onde é mensurado o ângulo de cobb, este se for acima de 10º é considerado escoliose e precisa de tratamento. O primeiro exame clínico para detectar a escoliose é o teste de Adams, em que o paciente realiza uma flexão de tronco e observa-se se haverá um aumento de curvatura da coluna de um lado em relação ao outro.
Os tipos de escoliose
Segundo o fisioterapeuta e diretor Clínico do ITC Vertebral de Guarulhos, existem quatro tipos de escoliose: a congênita, a idiopática, a neuromuscular e a degenerativa.
— A escoliose congênita está presente no nascimento e é causada por uma malformação da coluna vertebral. Esse tipo de escoliose é relativamente raro, respondendo por apenas cerca de 1% de todos os casos. Já a escoliose idiopática é o tipo de escoliose mais comum, representando cerca de 80% de todos os casos. Ela se desenvolve tipicamente na infância ou na adolescência e não tem causa conhecida. A escoliose neuromuscular, como o próprio nome já indica, acontece quando ocorre uma alteração ou distúrbio neurológico. Agora, a escoliose degenerativa é um tipo de escoliose que se desenvolve na vida adulta. É, geralmente, causada pelo desgaste da coluna vertebral, que pode levar ao desenvolvimento de uma curvatura.
Tratamento
— As opções de tratamento variam de acordo com o tipo e a gravidade da escoliose. Em alguns casos, em curvaturas menores do que 10º, nenhum tratamento pode ser necessário. Já em outros, o tratamento pode envolver o uso de colete para correção, o qual o mais indicado são os chamados coletes 3D e técnicas específicas da fisioterapia, como exercícios tridimensionais ou, em casos mais graves, é recomendado a cirurgia para corrigir a curvatura da coluna vertebral.
Dentro da fisioterapia as técnicas que trabalham exercícios específicos para escoliose são as mais recomendadas. Esta técnicas visam o estímulo neuromuscular da coluna vertebral através de exercícios ativos de correção 3D. A sociedade internacional para o tratamento da escoliose reconhece algumas escolas para o tratamento com os exercícios específicos.
Exercícios para tratar desvio da coluna
Quando os sinais da doença se manifestam, em geral, o tratamento é conservador e leva em consideração as peculiaridades de cada caso. Exercícios ajudam os pacientes que convivem com o grau mais leve da escoliose. Eles beneficiam no bem estar geral, não servem para corrigir a postura em si e, sim, para ter um melhor condicionamento físico e diminuir a intensidade das dores a longo prazo.
1. Inclinações pélvicas
A inclinação pélvica ajudará a alongar os músculos tensos dos quadris e da parte inferior das costas.
Deite-se de costas com os pés apoiados no chão e os joelhos dobrados;
Contraia os músculos do estômago enquanto ajusta as costas em direção ao chão;
Segure por 5 segundos, respirando normalmente;
Depois descanse.
Faça duas séries de 10.
2. Elevação de braço e perna
É possível fortalecer a região lombar com elevações de braços e pernas. Para fazer os movimentos:
Deite-se de frente com a testa em direção ao chão;
Estenda os braços sobre a cabeça, com as palmas das mãos posicionadas no chão. Mantenha as pernas retas;
Levante um braço do chão;
Segure por uma ou duas respirações completas e abaixe o braço de volta;
Repita com cada braço e cada perna;
Faça 15 repetições em cada membro.
3. Postura do Gato e da Vaca
Essa é uma postura muito popular no Yoga e ajuda a manter a coluna flexível e sem dor.
Comece com as mãos e os joelhos apoiados no chão, em uma postura de quatro apoios, garantindo que suas costas estejam niveladas e que sua cabeça e pescoço estejam confortáveis;
Respire profundamente e leve suas costas e cabeça em direção ao teto;
Ao expirar solte os ombros e leve as costas em direção ao chão;
Faça duas séries de 10.
4. Super Homem
Esse é outro exercício inspirado no yoga que é excelente para a coluna.
Comece com as mãos e os joelhos no chão e com as costas retas;
Estenda um braço para frente e para fora enquanto estende a perna oposta para trás;
Respire normalmente e segure por 5 segundos;
Repita com o braço e perna opostos;
Faça de 10 a 15 repetições de cada lado.
5. Alongamento do músculo grande dorsal
É possível alongar o grande dorsal - o maior músculo da parte superior do corpo - com esse alongamento. Ele é excelente para a escoliose torácica, que afeta diretamente esse musculo e também para a escoliose lombar que pode causar tensão nas costas e se estende até o grande dorsal. Aprenda:
Fique de pé com boa postura em uma posição neutra;
Mantenha os pés afastados na largura dos ombros e os joelhos levemente dobrados;
Leva as mãos acima da cabeça e segure o pulso direito com a mão esquerda;
Curve-se levemente para o lado direito até sentir um alongamento no lado esquerdo do corpo;
Segure por uma ou duas respirações e, em seguida, volte à posição inicial;
Repita no lado oposto.
Faça de 5 a 10 repetições de cada lado.
Exercícios mais específicos, para quem sofre com um grau mais severo, precisam ser avaliados caso a caso e indicados por um fisioterapeuta de acordo com a necessidade de cada paciente.