Cinco anos se passaram desde o trágico incêndio no alojamento da base do Flamengo, no Ninho do Urubu, que matou dez meninos. No acidente, 16 jovens conseguiram sobreviver. Destes, 12 seguiram a tão sonhada carreira de jogador — dois seguem no clube rubro-negro, cinco atuam profissionalmente em outras equipes e três ainda atuam em categorias de base — e um trabalha com futebol.
O goleiro Dyogo Alves e o volante Rayan Lucas são os únicos remanescentes no futebol do Flamengo. Dyogo foi um dos heróis da conquista do Campeonato Brasileiro sub-20 no ano passado e tem chances de ser o terceiro goleiro da equipe profissional esse ano, principalmente com a saída do Santos para o Fortaleza. Rayan também segue nas categorias de base do Flamengo e tem sido chamado frequentemente pelo técnico Tite para os treinamentos do elenco profissional.
Outro sobrevivente segue no Flamengo, mas não como jogador e sim como funcionário do clube. Jhonata Ventura, que teve 35% do corpo queimado na tragédia, se tornou integrante da equipe de scout da base do rubro-negro aos 19 anos, e passa horas ao lado dos companheiro assistindo aos jogos e definindo os próximos investimentos do time carioca.
Alguns foram dispensados do Flamengo e seguiram suas carreiras longe do Ninho do Urubu. Caike da Silva, conhecido como paquetazinho, e Felipe Cardoso foram dispensados do Flamengo no ano seguinte e hoje atuam no Barra, de Santa Catarina, e Santa Cruz, de Pernambuco, respectivamente, como profissionais. Pablo Ruan, que deixou o rubro-negro no fim de 2019 por vontade própria, joga no Londrina.
Samuel Barbosa também deixou o clube e atualmente joga no profissional no Azuriz, do Paraná. O zagueiro Kayque Campos é um dos poucos que fazem carreira fora do Brasil. Em 2022, o defensor foi contratado pelo Shabab Al Ahli, dos Emirados Árabes, e atualmente está emprestado para o Hatta Club, também do país asiático.
Cauan Gomes e Filipe Chrysman também estão nos profissionais, mas foram dispensados recentemente de Fortaleza e Central, respectivamente. A reportagem tentou entrar em contato para saber seus próximos passos na carreira, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.
Cinco anos do incêndio no Ninho do Urubu: veja o antes e depois de alguns sobreviventes
Três jovens não estão nos profissionais, mas ainda estão atrás de seus sonhos. São os casos de Wendel Alves, que está no sub-20 do Internacional, Kennyd Lucca, que pertence ao Goiás, mas está emprestado para o Porto B, e Jean Sales, que joga no Sub-23 do Santa Clara, de Portugal.
Dos 16 sobreviventes, três jovens não seguiram os rumos que planejaram para suas vidas. O paulista Gabriel de Castro atualmente trabalha com o pai em uma fábrica de bolsas para o público feminino, na França, e joga futebol na várzea local. O paranaense Naydjel Callebe iniciou uma faculdade de Educação Física em 2022 e trocou o campo pelas quadras e joga futsal no sub-20 do Copagril. João Victor Gasparin, também do Paraná, é outro que não conseguiu seguir no futebol.